quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

LABIRINTO

Eu percorro o labirinto dos momentos
Mas para qualquer lugar que eu me volto
Começa um novo começo
Mas nunca se encontra um final.
Eu caminho para o horizonte
E lá eu encontro um outro começo.
Tudo parece tão surpreendente
E então eu descubro que sei.
Você vai até lá, 
Eu vou até lá, vou perder meu caminho.
Se nós permanecermos aqui, não estaremos juntos
Em qualquer lugar está...

O futuro tem muitos nomes.
Para os fracos é o inalcansável.
para os temerosos, o desconhecido.
Para os valentes é a oportunidade.

QUEM DORME NO CHÃO AO LADO DE COLCHÕES, ENTRARÁ NO CÉU DIRETAMENTE!



(Colaboração de Marley, amigo e poeta)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A MÍDIA E O ESPORTE

          "Vai começar a guerra!" Assim começava a chamada de uma rede de televisão para um campeonato de futebol.
          Deparei-me então, mais uma vez, com minhas reflexões a respeito de afirmações dessa natureza, pois, para muitos,  pode até parecer tolice, porém, para mim, trata-se de um incentivo ao sentimento, mesmo que inconsciente, da batalha entre inimigos, e não um incentivo a uma prática sadia e prazerosa como é o caso do futebol.
          Infelizmente a mídia vem transformando o esporte e consequentemente  os atletas, através dos tempos, devido ao fato de, cada vez mais, entrarem em campo os anúncios de marcas e produtos, o poder da exclusividade sobre transmissões e o mundo da fama e dinheiro, para quem chegar primeiro, juntamente com todo o poder dos que conduzem o "marketing" do esporte.
          Os atletas fazem o que for preciso para chegar ao topo e virar "fenômenos". Os garotos-propaganda de tênis, roupas, celulares e até cervejas, vejam só, levam as pessoas ao confuso mundo dos bens de consumo e a uma ilusão  da vida cheia de "glamour" de um astro do esporte.          
          As pessoas assistem passivas nas arquibancadas ou em seus sofás a este incrível espetáculo, enquanto bebem a cerveja ou o refrigerante que seu ídolo "toma", sem perceberem que a vida saudável que um atleta deve ter não lhes permite tais hábitos.
           E assim a mídia vai conduzindo os rumos do nosso esporte, põe homens e mulheres nas arenas televisivas, e que vença o melhor, o mais forte, seja lá a que custo, de preferência a baixos custos e com margem de lucros certa.
          Nossos dois heróis, "o amor pela camisa e o jogar com o coração", vão tentando sobreviver a todos esses holofotes que cegam e mostram somente o caminho do tapete vermelho, talvez por isso tanto gosto por ele, já que os gladiadores, heróis do passado, sobreviviam  pisando no tapete vermelho do sangue de seus rivais.
          Enquanto isso, durante os comerciais, os pais sonham com seus filhos virando "fenômenos", e os filhos sonham o mesmo sonho. Espera-se que entre um sonho e outro, o sonho de um homem melhor possa fazer um mundo melhor.
             (Professor Joni, professor de Educação Física da EEFM Prof. Paulo Ayrton Araújo e do Colégio 7 de setembro)
                

MADRE TEREZA DE CALCUTÁ



O dia mais belo? Hoje. 


A coisa mais fácil? Errar. 


O maior obstáculo? O medo. 


O maior erro? O abandono. 


A raiz de todos os males? O egoísmo. 


A distração mais bela? O trabalho. 


A pior derrota? O desânimo. 


Os melhores professores? As crianças. 


A primeira necessidade? Comunicar-se. 


O que mais lhe faz feliz? Ser útil aos demais. 


O maior mistério? A morte. 


O pior defeito? O mau humor. 


A pessoa mais perigosa? A mentirosa. 


O sentimento mais ruim? O rancor. 


O presente mais belo? O perdão. 


O mais imprescindível? O lar. 


A rota mais rápida? O caminho certo. 


A sensação mais agradável? A paz interior. 


A proteção efetiva? O sorriso. 


O melhor remédio? O otimismo. 


A maior satisfação? O dever cumprido. 


A força mais potente do mundo? A fé. 


As pessoas mais necessárias? Os pais. 


A mais bela de todas as coisas? O amor. 
  

  

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

REDONDILHAS DE NATAL E ANO NOVO EM FAMÍLIA


Mais uma vez é natal,
Festejemos o ano bom,
(Que seja comercial!)
Digamos, pois, em bom tom.

Digamos Feliz Natal,
E de todo coração
Pra os que são presencial,
Para todos que não o são.

Digamos de  coração,
Pois só assim Deus consente,
Comecemos a desejação
Aos que estão aqui presentes:

Desejemos bom natal
E um ano divino, pleno,
De conquista, assim,  geral
Primeiro pra Eva e Gileno.

Digamos, pois,  “Merry Christmas”
E um ano Bom genial,
“In new house and many kids”
Para Anísia e Pascoal.

Digamos Feliz Natal
E um ano assaz cristalino
De saúde e nenhum mal
Pra vovó e seu Gonçalino.

Digamos “Joyeux Noël”
E um ano que muito apraza
Com bênçãos vindas do Céu
Para o casal: Marco e Brasa.   

Peçamos Feliz Natal,
A deus, um ano fino, grácil
De união plena total,
Pra Elieuda e Bonifácio.

“Decid Feliz Navidad”
E um ano de muito amor,
Para Alice, “mucha felicidad”,
E pr’ este bardo amador.

Digamos Bom Natal
E um ano só de bonanças,
De diversão animal,
Para todas as crianças:

Victor, Juju, e para o Yan,
Que Deus muito os abençoe,
Isabelle e o niño  Juan,
Que os pecaditos perdoe.

Pra o que cá não viera
Bom Natal e Ano vindouro:
Vanessinha, Yuri e Vera,
 Que Deus os cubra de louro.

Pra outras crianças também
Feliz Natal e Ano Bom
Que os anjos digam amém
Que o façam em alto e bom som.

Não esqueçamos, então,
De dizer Feliz Natal
Para os que vivem em vão,
U’a vida triste ilegal.

Não, porém, para os políticos
Que nos roubam amiúde,
Deixando os niños raquíticos
E os adultos sem saúde.

Pr’eles não queiramos  mal,
Mas grã castigo de Deus:
O povo caia na real
E não lhes dê os votos seus.

                (Professor Alves, 23/12/2007)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

QUASE


Sarah Westphal

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

SOBRE COMPORTAMENTO


A música Serra do Luar, de Walter Franco, é muito feliz quando afirma que “viver é afinar um instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro”. Leila Pinheiro com sua voz magistralmente afinada transformou a letra de Walter Franco, de quem é também a música, num hino à canção popular brasileira. Adoraria discorrer hoje sobre música, sobre poesia. Mas como educador estou muito preocupado com o comportamento dos alunos brasileiros, sobremaneira daqueles pertencentes à escola pública.
               Não preciso assistir ao programa do jornalista Caco Barcelos para falar a respeito de como anda o comportamento dos alunos Brasil a fora. Ano passado, outubro se não me engano, um menino de dezesseis anos disse que iria me matar. Disse isso após um entrevero que poderia perfeitamente ser evitado. A polícia passou uns três dias dentro da escola, e eu achei tudo uma grande palhaçada. Se o garoto quisesse me tirar a vida, tê-lo-ia feito a qualquer hora. Não estou afirmando que não é verdade, pois ouvi isso de sua própria boca. Mas o que fazer?  
               No dia em que ocorreu esse incidente, estava justamente pensando no fato de alguns garotos e garotas não frequentarem a escola conforme devem, regularmente e engajadamente. Alguns deles e algumas delas passam até vinte dias, e outros até mais, sem aparecerem na escola. Esta, por meio de seus gestores, não procura saber o que está acontecendo, por que eles e elas faltam tanto. Estes e estas quando aparecem na escola, com certeza, não o fazem com o intuito de estudar. Alguém discorda? Ele e/ou ela aparecem na escola porque naquele dia erraram o caminho só Deus sabe de onde. Consequentemente ficam na sala boiando e azucrinando a vida dos colegas e professores. Eu ia exatamente encaminhar o garoto ameaçador para conversar com a diretora e pedir que o pai do mesmo viesse à escola, para saber o que estava se passando com o menino, quando ele se insurgiu, tentou me agredir. Nisso apareceu o vigilante que o segurou e o levou à diretoria. Penso que se a Escola Pública (e aqui estão todas as escolas públicas do país, cuja disciplina ficou nos anais de sua história remota) tivesse um pouco mais de ações preventivas, esses incidentes nunca aconteceriam. As escolas não podem ser depósitos de  crianças. Essas pessoas que estão na idade escolar precisam ir à escola sabendo que há um propósito para elas, os pais precisam dizer isso em casa, precisam amar seus filhos, mesmo que eles tenham vindo ao mundo de forma indesejada (mas isso é assunto para outra  postagem), a Escola precisa construir, juntamente com seus quadros, seu conjunto de regras sobre o que os alunos e alunas podem ou que não fazer! Alguém certa vez me disse: “Professor, isso se chama Regimento Escolar, e a escola já tem o seu.” Que se dane o nome, de que adianta um nome tão pomposo se não serve pra nada!? Melhor não tê-lo!
               O leitor deve está perguntando: “E a Serra do Luar, e a Leila Pinheiro, onde é que entram na história?” Eu respondo: “Não entram, iam entrar.” Eu iria escreve sobre a vida, sobre o instrumento, sobre melodia, sobre dança, sobre pássaros. Mas fica para depois.
                                 Professor Alves

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DIGNIDADE

            Pensando hoje sobre dignidade, lembrei-me da história de um amigo. Chamo de amigos àqueles com os quais convivo e mantenho uma relação a mais que dar e receber bom-dia. Àqueles com quem interajo, e falo, e ouço sobre sonhos, sobre passado, presente e futuro; com quem não me refuto em comentar, quando há comentários a se fazerem, sem me intrometer, pois meu pai me ensinou que "cada qual com seu cada-qual". Mas são meus amigos, por isso me alegro e me entristeço, quando a situação é pra alegria ou pra tristeza.
           Com esse, tinha longas e longas conversas. Lembro-me de que me falava de cavalos, de fazendas, de liberdade. Eu lhes contava minhas agruras, minhas risadas, os ossos do ofício com os quais convivo. Sorríamos entre um copo e outro, enquanto os carros passavam velozes em frente ao bar que não era seu, mas com o qual ganhava a vida.
         Sumi, sumiu, sumimos. Cada um seu rumo, cada rumo distante. Sempre lembrava: "por onde anda meu amigo, quando o verei novamente, será que já tem cavalos, fazenda?"   
        Dia desses tomei um susto. Num jornal diário, lá estava sua foto. Mãos algemadas, cabeça baixa, sorriso desaparecido. O roubo de um banco. Cavando buraco. Imagino seu sorriso, amarelo, "estava só cavando buraco, não sabia pra que era". Sabia. Recebeu quatro milhões pelo tal buraco. Comprou fazenda, comprou cavalo. Tornou-se patrão à custa da liberdade. Ciquenta e sete anos! como é que sai?
Dia desses pensei em visitá-lo. Imaginei sua cabeça baixa, olhos fitos no chão, quase pedindo para eu ir embora. Compreendi. Não fui. Mas ficou a pergunta: por quê?

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...