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terça-feira, 21 de junho de 2011

A FEIRA DE MESSEJANA


         Quando era pequeno, um dos melhores momentos era o da visita à feira. À época morava no Jardim Iracema, e todas as terças-feiras íamos lá. Era lá que minha mãe comprava frutas, carnes, louças etc. Sentia ali um fervilhar de cheiros, cores e sons: vozes oferecendo produtos em altos brados, fazendas e roupas de todas as cores dependuradas em varais improvisados, brilhos de bijuterias baratas a cintilar aos raios do sol penetrantes pelos furos das empanadas e cheiros diversos, fossem de suor, perfumes baratos ou mercadorias quaisquer. Tudo era uma festa, um zumzumzum que deixava minha infantil figura entre assutada e maravilhada.
         Hoje, morando aqui nas Cajazeiras, visito sempre a feira de Messejana. É como se a feira tivesse crescido comigo, adquirido, como eu, as formas maiores e adultas. Mas é lá que encontro ecos da infância. Hoje não fico aturdido. Faço parte. Antes era levado quase aos solavancos pelas mãos nervosas de minha mãe. Hoje, palmilho cada canto daquele mundo que é a feira de Messejana. Puxando pela mão meu filho, sempre em busca de algo de seu interesse. Tem pra tudo. Barracas de cereais, com os sacos de farinha, arroz, feijão com as bocas escancaradas, esperando a concha de metal cinza, com sua língua  protuberante, que lhe furtará aos poucos as entranhas; o acre odor dos frangos, peixes, carnes à espera do cliente menos medroso; os catálogos de cds, dvds e jogos de ps, tudo muito bem catalogado para todos os gostos; mais à frente temos as barracas que vendem xortes, bermudas, cuecas, camisas e camisetas; outras trazem as camisas dos times de quaisquer torcidas, é só escolher. Tudo isso num mundo quase todo clandestino. Dependendo da época, podemos de repente nos deparar com pessoas que só vemos pela televisão. E de súbito ganhar uma abraço e uns tapinhas nas costas. Já sabem de quem falo. É dos políticos, raposas à procura dos ingênuos frangos ainda indecisos, em épocas de eleição.
        Ufa! Depois de muito andar, finalmente encontro o sossego num quiosque, onde um rapaz me servirá de bom grado uma cerveja e uma boa panelada.
(Professor Alves)

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