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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A CARTA DA TERRA



PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, 
numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. 
À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente
e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e 
grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer
que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas 
e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade 
terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar 
para gerar uma sociedade sustentável global fundada 
no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, 
na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a 
este propósito, é imperativo que nós, os povos da 
Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com 
os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva 
como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência 
uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais 
para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e 
o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável 
com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, 
águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma 
preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza 
da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, 
esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo 
arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente 
e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância 
e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento 
sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. 
As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não 
inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da 
Terra e  uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a 
da diversidade  da vida. São necessárias mudanças fundamentais
em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos 
entender que, quando as necessidades básicas forem supridas,
o desenvolvimento  humano será primariamente voltado a 
ser mais e não a ter mais.  Temos o conhecimento e a tecnologia 
necessários para abastecer  a todos e reduzir nossos impactos 
no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil 
global está criando novas oportunidades para construir 
um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, 
políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar 
soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de 
responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como 
um todo, bem como com 
nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e 
de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um 
compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família 
humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de 
parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério 
da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar 
que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para 
proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, 
juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um 
modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos 
os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida
e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

a) Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor,
 independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

b) Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial 
intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
    2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

    a) Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, 
    vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.


    b) Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
    maior responsabilidade de promover o bem comum.
      3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, 
      sustentáveis e pacíficas.


      a) Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e 
      as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu 
      pleno potencial.

      b) Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma 
      condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
        4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras 
        gerações.


        a) Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades 
        das gerações futuras.

        b) Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem 
        a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.
          II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

          5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas 
          ecológicos da Terra, com especial atenção à 
          diversidade biológica e aos processos naturais que 
          sustentam a vida.


          a) Adotar, em todos os níveis, planos e
          regulamentações de desenvolvimento 
          sustentável que façam com que a 
          conservação e a reabilitação ambiental sejam parte 
          integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.

          b) Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras 
          selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, 
          manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.

          c) Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.

          d) Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que
          causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses
          organismos prejudiciais.


          f) Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida 
          marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde 
          dos ecossistemas.

          g) Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e 
          combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano
          ambiental grave.
            6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção 
            ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura 
            de precaução.


            a) Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, 
            mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.

            b) Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não 
            causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas 
            pelo dano ambiental.
            c) Assegurar que as tomadas de decisão considerem as consequências cumulativas, 
            a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.

            d) Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento 
            de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

            e) Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
              7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam 
              as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar 
              comunitário.


              a) Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e 
              consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

              b) Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais 
              com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.


              c) Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias
              ambientais seguras.


              d) Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços 
              no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que 
              satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.

              e) Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde 
              reprodutiva e a reprodução responsável.

              f) Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência 
              material num mundo finito.
                8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o 

                intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.

                a) Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à 
                sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.


                b) Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria 
                espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o 
                bem-estar humano.

                c) Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para 
                a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis 
                ao domínio público.
                  III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

                  9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.


                  a) Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à 
                  segurança alimentar, a os solos não contaminados, 
                  ao abrigo e saneamento seguro, alocando 
                  os recursos nacionais e internacionais demandados.

                  b) Prover cada ser humano de educação e recursos 
                  para assegurar uma condição de vida sustentável 
                  e proporcionar seguro social e
                  segurança coletiva aos que não são capazes de 
                  se manter por conta 
                  própria.

                  c) Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir 
                  àqueles que sofrem e 
                  habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
                    10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em 
                    todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa 
                    e sustentável.


                    a) Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre as nações.

                    b) Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações 
                    em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.

                    c) Assegurar que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos 
                    sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.

                    d) Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais 
                    atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas 
                    consequências de suas atividades.


                    11. Afirmar a igualdade e a equidade dos gêneros como pré-requisitos 
                    para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à 
                    educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.


                    a) Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda 
                    violência contra elas.

                    b) Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida 
                    econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, 
                    tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.


                    c) Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os 
                    membros da família.
                      12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas 
                      a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, 
                      a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos 
                      direitos dos povos indígenas e minorias.
                      a) Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, 
                      gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
                      b) Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos,
                      terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida 
                      sustentáveis.

                      c) Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu

                      d) papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.

                      e) Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
                        IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ

                        13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover 
                        transparência e responsabilização no exercício do governo, participação 
                        inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.

                        a) Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna 
                        sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades 
                        que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.

                        b) Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação 
                        significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.

                        c) Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião 
                        pacífica, de associação e de oposição.

                        d)Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e 
                        independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela 
                        ameaça de tais danos.

                        e) Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.

                        f) Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios 
                        ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais 
                        onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
                          14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os
                           conhecimentos,  valores e habilidades necessárias para um modo de 
                          vida sustentável.

                          a) Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que
                          lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.

                          b) Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, 
                          na educação para sustentabilidade.

                          c) Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da 
                          conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.

                          d) Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição 
                          de vida sustentável.
                            15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

                            a) Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los 
                            de sofrimento.

                            b)Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem 
                            sofrimento extremo,  prolongado ou evitável.

                            c) Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
                              16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.

                              a) Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação 
                              entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.

                              b) Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar
                              a  colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos 
                              ambientais e outras disputas.

                              c) Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura 
                              defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos 
                              pacíficos, incluindo restauração ecológica.  

                              d) Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.

                              e) Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.

                              f) Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, 
                              com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade 
                              maior da qual somos parte.
                                O CAMINHO ADIANTE

                                Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. 
                                Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta 
                                promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
                                Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de
                                interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver 
                                e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, 
                                nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança 
                                preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de 
                                realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que 
                                gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a 
                                partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.
                                A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode 
                                significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para 
                                harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem 
                                comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, 
                                família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, 
                                as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, 
                                as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos 
                                chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade 
                                civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
                                Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem 
                                renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas 
                                obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação 
                                dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente 
                                legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.
                                Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face 
                                à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação 
                                dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida. 

                                Do site: http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html (com a grafia atualizada) 

                                NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

                                FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...