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segunda-feira, 16 de junho de 2014

OUTRA NEGA FULÔ

O sinhô foi açoitar
A outra nega Fulô
– ou será que era a mesma?
A nega tirou a saia,
A blusa e se pelou ,
O sinhô ficou tarado,
Largou o relho e se engraçou.
A nega em vez de deitar
Pegou um pau e sampou
Nas guampas do sinhô.
– Essa nega Fulô!
Esta nossa Fulô!,
Dizia intimamente satisfeito
O velho pai João
Para escândalo do bom Jorge de Lima,
Seminegro e cristão.
E a mãe preta chegou bem cretina
Fingindo uma dor no coração.
– Fulô! Fulô! Fulô!
A sinhá burra e besta perguntou
Onde é que tava o sinhô
Que o diabo lhe mandou.
– Ah, foi você que matou!
– É sim, fui eu que matou –
Disse bem longe a nega Fulô
Pro seu nego, que levou
Ela pro mato, e com ele
Aí sim ela deitou.
Essa nega Fulô!

Esta nossa Fulô!

(Oliveira Siveira)

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