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quarta-feira, 18 de maio de 2011

A ÁGUIA E AS GALINHAS



          Certa vez, um fazendeiro encontrou em suas terras um filhote de águia, ferido em uma tentativa frustrada de voo. Depois de cuidar do animal, levou-o para o poleiro e o deixou junto das galinhas. E assim ele cresceu.
        Um dia apareceu por lá um naturalista que se interessou pelo caso, ao observar a ave de rapina entre os galináceos.
          — Aquela ali não é uma galinha, é uma águia! - Exclamou ele.
         — Sei disso – disse o fazendeiro – mas agora é uma galinha como as outras. Não vê como ela bica o chão, tirando dele seu alimento.
      O naturalista, então pediu ao fazendeiro que lhe permitisse fazer uma experiência. No que foi consentido pelo dono da ave. No dia seguinte, logo cedo, o naturalista chegou à fazenda e deu início ao seu teste. Levantou a águia acima da cabeça e disse-lhe:
Voa, águia!
A águia sentiu os primeiros raios de sol da manhã penetrarem-lhe as retinas, moveu-se entre as mãos do naturalista, olhou para baixo e saltou para onde estavam suas colegas de bicadas. O fazendeiro deu um sorriso de desdém e disse ao cientista:
         — Não disse? Ela não é mais uma águia, é uma galinha.
       Ao que foi imediatamente interrompido pelo visitante, que lhe explicou que mesmo tendo convivido com os galináceos, o espírito daquela águia ainda pulsava em seu sangue, que ela despertaria desse pesadelo e voaria alto, que é o destino das aves de sua espécie.
        No dia seguinte o naturalista retornou no mesmo horário, levou a ave para cima do paiol e repetiu o pedido para que a águia voasse. Para sua frustração, ela olhou mais uma vez para as galinhas, que lá embaixo pescavam com o bico os grãos misturados à terra, e, meio desajeitada, voou  para lá. Mais uma vez o visitante precisou ouvir do fazendeiro a argumentação simplória, para conseguir a promessa de que no dia seguinte poderia repetir a experiência.
        No outro dia, lá estava o homem da ciência na fazenda para tentar provar que quem é rei não perde a majestade. Levou desta vez a ave para o alto de um precipício. Levantou-a o mais que pôde,        acima da cabeça, e ordenou:
       — Voa, águia. Vai cumprir teu destino e cruzar os infinitos!
    A águia sentiu novamente os raios de sol matutinos adentrarem-lhe nos, moveu o pescoço, ergueu a cabeça, abriu as asas em toda sua envergadura para voar na direção do infinito, e nunca mais retornou. 

      Esse texto traz na sua essência um ensinamento que todas as pessoas deveriam ter como lema: não nascemos para ser galinhas, mas para sermos águias. Nascemos para voar alto, descobrir o infinito, reinar sobre as alturas.


(Autor desconhecido, escrito por Professor Alves)