Quem são esses
senhores e essas senhoras que se arregimentam em verdadeiras legiões pelas
ruas, descendo de ônibus lotados, ou guiando seus automóveis, invadindo espaços
diversos, seja segunda ou seja domingo? São professores e professoras,
dedicados cidadãos e cidadãs, que abandonam suas famílias para a construção
daquilo que chamamos vulgarmente de saber.
Ó, como é
lindo vê-los entrando em salas de aula, riscando no quadro branco, outrora
negro, palavras de sabedoria, de conhecimento ou simplesmente aquilo que se
encontra nos currículos. Belos são seus lábios pronunciando verdadeiras
filosofias de vida, entre uma reprimenda ou apenas numa acolhida individual.
São pais e são mães que, colocando-se no lugar do outro, sabem, com doçura na
voz, conduzir destinos, sem muitas vezes conhecer a própria sina.
Ó, como é
maravilhosos ver esses senhores e essas senhoras felizes quando encontram “seus
filhos” encaminhados. Olham para os seus próprios rebentos e se sentem
radiantes quando veem que valeu a pena tê-los abandonado momentaneamente para a
construção do caminho daqueles que lhe foram confiados.
Mas não se
iludam, senhores e senhoras! Esses cidadãos e essas cidadãs, corajosos e
destemidos, não ficam tristes, infelizes, quando no final do mês veem seus
minguados salários. Eles e elas sabem que terão que apertar sempre mais e mais
o orçamento para poderem sorrir para seus alunos, para seus colegas e para si
mesmos. Longe de serem infelizes, esses Senhores e essas senhoras destemidos
são conscientes de sua missão, e é por isso que invadem também as ruas, as
praças nos fins de semanas sem descansarem. Estão sempre em busca de algo mais
que possa melhorar-lhe o ganho mensal, pois também precisam de ter motivos outros
para sorrir, porque sabem que “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”.
(Professor Alves,
maio de 2014)