A poesia da
manhã me chamou
Mas eu não
tinha tempo
O dia me
esperava
E com ele os
compromissos
Os raios
dóceis do sol apelaram
“vem, a
poesia da manhã te chama”
Mas eu tinha
trabalho a realizar
E o dia se
alongou
Se medeou
E o sol a
pino me chamou
“a poesia da
tarde já te aguarda”
Mas eu não
pude
O ônibus me
esperava
Às flores da
tarde me disseram
“vem à
poesia ainda te quer”
Mas algo
fortuito não deixou
Eu ainda
estava ocupado
Estafado,
suado, apressado
Foi quando o
manto escuro me disse
“Vem ainda é
tempo a poesia não dorme
a lua te
aguarda mansa e úmida”
Mas eu tinha
muito sono
E dormi
E sonhei com
a poesia da manhã!
(Alves Andrade, julho de 2018)