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quarta-feira, 22 de março de 2023

UMA FÁBULA

 


(Por Alves Andrade)


Havia, há muito tempo, no reino dos animais esopoístas, uma velha corça, cuja idade, tinha levado seus pelos lanosos e deixado apenas os cardos, curtos e hirsutos. Isso possivelmente era o motivo do recolhimento, tão impróprio desses animais. Mas que talento tinha ela para mandar! Adorava criar atividades para os outros animais realizarem.

Certa vez, ordenou que todos os animais treinassem para uma corrida que ocorreria em comemoração ao dia dos bichos, que fora a nomeação do rei das selvas, matas e rios. Como treinaram os infelizes!! Dia e noite sob o olhar lacrimoso da velha fêmea do veado, lá estavam os bichos, sem reclamar, treinando desenfreadamente. Até a tartaruga esqueceu de sua própria fábula e corria feito uma lebre. Porém, no dia consagrado a coroação do Rei Leão, a corça tinha desaparecido, não apareceu para dar consecução ao espetáculo de voar e correr. De modo que os animais se atrapalharam, os que deveriam voar, corriam, os que deveriam correr nadavam.

O papagaio, palrador, não deixou por menos e fez ver aos animais que tinham sido ludibriados pela velha corça, que os fizera de bobos e que trabalharam inutilmente. Quando soube das falações do pena verde, a corça ficou louca, e, por pouco, não teve um surto e morreu.

Mas o que não mata desperta. E assim, depois de perseguir o pobre papagaio para fazê-lo nu em pelos, a corça voltou a passear pelas matas, savanas, não mais com a elegância desses cervídeos, mas com seu andar meio coxo. Tornou a dar as ordens, feitio dos animais que se põem em soberba para submeter os outros. E lá foram camundongos, cotias, veados, lebres, tartarugas na consecução de um grande projeto: uma festa em homenagem à onça pintada, comemorando o dia em que esse felino livrara-se de terríveis caçadores. Tudo sob os olhares duvidosos do loro, que de vez em quando dizia:

– Curupaco, isso não vai dar certo. Depois tão tudo arrependido.

Porém no dia da festa estava tudo pronto, bonito, enfeitado e a corça velha comandou tudo com presteza impressionante. Foi tanto o sucesso que a onça pintada nomeou-a para sua amiga imediata.

Pena que se esqueceram de agradecer ao papagaio palrador por sua genial contribuição, pois a moral de tudo isso é...

TODA CRÍTICA É CONSTRUTIVA!

Essa fábula não é de Esopo, mas bem poderia sê-lo.

sábado, 21 de setembro de 2019

UMA FÁBULA



Havia, há muito tempo, no reino dos animais esopoístas, uma velha corsa, cuja idade, tinha levado seus pelos lanosos e deixado apenas os cardos, curtos e hirsutos. Isso possivelmente era o motivo do recolhimento, tão impróprio desses animais. Mas que talento tinha ela para mandar! Adorava criar atividades para os outros animais realizarem.
               Certa vez, ordenou que todos os animais treinassem para uma corrida que ocorreria em comemoração ao dia dos bichos, que fora a nomeação do rei das selvas, matas e rios. Como treinaram os infelizes!! Dia e noite sob o olhar lacrimoso da velha fêmea do veado, lá estavam os bichos, sem reclamar, a treinar desenfreadamente. Até a tartaruga esqueceu de sua própria fábula e corria feito uma lebre. Porém, no dia consagrados a coroação do Rei Leão, a corça tinha desaparecido, não apareceu para dar consecução ao espetáculo de voar e correr. De modo que os animais se atrapalharam, os que deveriam voar, corriam, os que deveriam correr nadavam.
               O papagaio, palrador, não deixou por menos e fez ver aos animais que tinham sido ludibriados pela velha corça, que os fizera de bobos e trabalharam inutilmente. Quando soube das falações do pena verde, a corça ficou louca, e, por pouco, não teve um surto e morreu.
Mas o que não mata desperta. E assim, depois de perseguir o pobre papagaio para fazê-lo nu em pelos, a corça, voltou a passear pelas matas, savanas, não mais com a elegância desses cervídeo, mas com seu andar meio coxo. Tornou a dar as ordens, feitio dos animais que se põem em soberba para submeter os outros. E lá foram camundongos, cotias, veados, lebres, tartarugas na consecução de um grande projeto: uma festa em homenagem à onça pintada, comemorando o dia em que o felino livrara-se de terríveis caçadores. Tudo sob os olhares duvidosos do loro, que de vez em quando dizia:
Curupaco, isso não vai dar certo. Depois tão tudo arrependido.
Porém no dia da festa estava tudo pronto, bonito, enfeitado e a coça velha comandou tudo com presteza impressionante. Foi tanto o sucesso que a onça pintada nomeou a corça velha para sua amiga imediata.
Pena que se esqueceram de agradecer ao papagaio palrador por sua genial contribuição, pois a moral de tudo isso é...
TODA CRÍTICA É CONSTRUTIVA!
Essa fábula não é de Esopo, mas bem poderia sê-lo.