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-- Vai pra cima delas..., força..., bate..., corta... - Parece um general comandando seu exército na batalha decisiva...
Nas arquibancadas, a torcida vibra, com uma espécie de porrete verde-amarelo na mão, grita:
-- Uuuuuuuuuuuu, Uuuuuuuuuuuu... - lembrando membros de uma suposta tribo pré-histórica em pé de guerra.
Em determinado momento do segundo set, a atacante brasileira corta a bola, que atinge de forma violenta o nariz da adversária, cujo nome é “Shocolova”...
— Poonto do Brasiiil! – grita em êxtase o narrador. Enquanto a jogadora “adversária esfrega o nariz, numa tentativa quase desesperada de respirar. A torcida vibra e brande os porretes como quem dissesse: “quisera eu lhe dar essa porretada no nariz...”.
Fim do set. o Brasil venceu esse. Para euforia dos amigos do narrador que se encontram numa sala reservada a fim de comentar o jogo. Uma cantora, um campeão mundial e uma campeã da mesma categoria. Possivelmente por não ter o que falar ou por maldade mesmo, a cantora diz:
— Sou muito fã dessa jogadora russa (com certeza foi a primeira vez que ouviu falar da mesma), mas adorei essa bolada que ela levou. – Para delírios dos que lá estão e do narrador, que ri um sorriso sem sentido, pobre de quem não sabe o que está fazendo direito. O coitado é pau-mandado da Rede Globo, não tem autonomia, só diz aquilo que os comandantes querem que diga, por isso não tem força moral para retrucar o que foi dito pela colega “artista”, não tem ânimo, alma, na verdadeira acepção da palavra, para dizer algo como: “Não devemos pensar assim, porque deve ter doído e causado, mesmo que de momento, certo sofrimento...”.
— Sou muito fã dessa jogadora russa (com certeza foi a primeira vez que ouviu falar da mesma), mas adorei essa bolada que ela levou. – Para delírios dos que lá estão e do narrador, que ri um sorriso sem sentido, pobre de quem não sabe o que está fazendo direito. O coitado é pau-mandado da Rede Globo, não tem autonomia, só diz aquilo que os comandantes querem que diga, por isso não tem força moral para retrucar o que foi dito pela colega “artista”, não tem ânimo, alma, na verdadeira acepção da palavra, para dizer algo como: “Não devemos pensar assim, porque deve ter doído e causado, mesmo que de momento, certo sofrimento...”.
Assim fico imaginando uma população de milhões e milhões de miseráveis, famintos de educação e respeito ao próximo, num país que se equivale ao Zimbabue, um dos mais pobre do mundo, no quesito Educação. Imagino-os durante todo o ano ouvindo esses comentários e sentimentos que se repetem em partidas de futebol, voleibol, basquete... É assim que estamos educando nossa população, é dessa forma que nossas crianças estão aprendendo a torcer!
(Professor Alves, domingo, 14 de novembro de 2010)