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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

AS MULHERES NÃO ENVELHECEM MAIS



    As mulheres não envelhecem mais. Cada vez mais mulheres moças estão sendo acometidas por males irremediáveis. Recentemente uma vizinha, bem jovem, apresentou um desses diagnósticos para em pouco tempo desencarnar, morrer, ir para junto do pai celestial. Não importa o que dizem as crenças. Ela não está mais no meio de nós. Queria ainda lembrar que essa jovem tinha 73 anos.
    Observando uma colega de trabalho ajeitando seus belos cabelos loiros (Vaidade, teu nome ainda é mulher!) enquanto comentava a respeito das peripécias do neto, fui assolado por essa furtiva idéia: As mulheres não envelhecem mais. Uma nostalgia aprisionou-me subitamente e descortinou-me o tempo das vovozinhas de outrora, gordas ou mirradas, mas de cabelos brancos, engelhadinhas, trajando chita e bonachonas, arrastando pela cozinha seus passinhos de giz, ou sentadas numa cadeira de balanço, lendo para os netos ou tricotando um suéter.
    Hoje até seus nomes parecem jovens modernos. São Alices, Anas, Ãngelas, Claudetes, Dianas, Iaras, Leilas, Luzias, Marias, Renatas e uma infinidade de sons abertos ou fechados, agudos ou graves transbordantes de viço e juventude. Dessa feita tomou-me uma indiscreta alegria. Elas são sempre belas, interessantes, charmosas, cortejáveis, amantes. Mesmo que sejam frágeis e efêmeras como as rosas, de pétalas sensíveis parecem ter a fortaleza e a perenidade das árvores, cheias de vigor, frondosas, dando abrigo e alento ao caminheiro fatigado. São mais belas que as moças belas pela experiência de alegrias e tristezas, que encaliçam a alma mas destroem  a volubilidade, essas mulheres que não envelhecem mais.  

(Professor Alves, fevereiro, de 2012)

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