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sábado, 29 de janeiro de 2011

LUCÍOLA


(Soneto incidental)

Essa moça que vemos no ataúde
Atendia pelo nome de Lúcia
Virou-se na vida com garra e astúcia
'Té que uma paixão lhe levou a saúde.

Em vida, do alcouce foi rainha
E nenhuma disputou-lhe a coroa;
Molhada da cidade na garoa,
Despedaçou orgulho como fuinha.

Que demônio levou esse anjo à vida,
Pois habita em seus olhos pudicícia
E o sorriso lhe é meigo, divinal?

Foram aflições em que se viu metida
Dos tigres indecentes a malícia,
Mas o amor a livrou de todo o mal.

(Professor Alves, Setembro de 2003)