(Soneto incidental)
Essa moça que vemos no ataúde
Atendia pelo nome de Lúcia
Virou-se na vida com garra e astúcia
'Té que uma paixão lhe levou a saúde.
Em vida, do alcouce foi rainha
E nenhuma disputou-lhe a coroa;
Molhada da cidade na garoa,
Despedaçou orgulho como fuinha.
Que demônio levou esse anjo à vida,
Pois habita em seus olhos pudicícia
E o sorriso lhe é meigo, divinal?
Foram aflições em que se viu metida
Dos tigres indecentes a malícia,
Mas o amor a livrou de todo o mal.
(Professor Alves, Setembro de 2003)