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segunda-feira, 30 de maio de 2016

GALOPE A BEIRA-MAR, UM EXERCÍCIO




Sou brasileiro não nego a ninguém
Nascido aqui mesmo no meu ceará
Cresci vendo o pai bem cedo acordá
Fui pra escola pra tentar ser alguém
Estudei português e história também
Aprendi tudo isso e a arte do amor
Aprendi logo cedo o que é sentir dor
Mesmo assim não chorei me pus a cantar
Cantei rima triste e alegre cantei
Cantando galope na beira do mar.

Era tenro de idade  e já me apaixonei
Idade em que homem inda está a brincar
Com pião, bila, bola capoeira a jogar
Neste tempo pra lá  tudo isso deixei
Lesado de amor logo logo eu fiquei
Só pensava em soneto, madrigais e na lua
De cabeça pra cima, andei leso na rua
A leseira era muita, era de amargar
Hoje lembro que um dia assim eu vaguei
Cantando galope na beira do mar.

O tempo passou, porém eu não passei
Pois sou libriano de ascendente também
‘inda vivo rindo pensando no além
Das asas de Eros presa fácil fiquei
Prisioneiro de Vênus logo me tornei
Meu caminho é o livro que me ponho a ler
Vinícius, Pessoa, Guilherme e Garret (ê)
Aprendi poesia e vivo a cantar
A tristeza e alegria na face da rosa
Cantando galope na beira do mar!

(Francisco Alves de Andrade)