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domingo, 5 de setembro de 2010

BOICOTE ÀS ELEIÇÕES: POR QUE NÃO?

Em 1989 o Brasil quase inteiro, com exceção da Rede Globos, os empresários e os idiotas, estava na expectativa da eleição de um senhor, ex_trabalhador, chamado Luís Inácio da Silva. Era o sonho da renovação, esperado desde 31 de março de 1964, quando as tropas Militares marcharam sobre o país, iniciando a fatídica ditadura, que se espraiaria até 1985. Aguardava-se, então, em 89 a eleição direta para presidente, um democrata que governaria o país para o povo, como o termo indica: demo = povo, cracia = governo: governo do povo (ou seria governo do demônio?) Pois bem, naquele ano, havia grande movimento para a eleição  do Senhor Lula. Numa passeata realizada no Jardim Iracema, um açougueiro correu atrás de mim com uma faca daquelas. Para mim, foi grande aventura, da qual escapei com orgulho de falações durante as reuniões da militância. Enquanto isso, os intelectuais mais destacados no país, como Caetano Veloso, iam ao horário gratuito da tv e rádio para pedir votos para Lula, justificando de forma convincente sua escolha. Lula não venceu as eleições, mas a luta pela democracia de fato continuou.
Vieram Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, dos quais não vamos falar aqui por não ser esse o objetivo deste artigo. Finalmente veio Lula em 2002. Com verdadeira comoção nacional. Lembro-me das minhas lágrimas incontinentes, ante o discurso de Lula ao lado de Dona Mariza e o Vice Zé Alencar, após a apuração dos votos, e... a decepção ante as ações. A partir daí, caiu a ficha, o que esperar da política? 
Nesses 8 anos de governo Lula, o que mudou? O país continua o mesmo: terras nas mãos de quem as herdou; favelas se multiplicando dia-a-dia; Educação e Saúde ineficientes. E para completar, presídios sendo construídos numa proporção de 5 para cada escola. O contraste neste período aumentou significativamente. Carros importados brotam nas vias, causando grande congestionamento; enquanto o contingente de crianças rotas e prostitutas amantes do crack  aumenta pelas esquinas dos subúrbios.

Desisti, compreendi. Eleição democrática, não existe. Até porque as disparidades entre os candidatos são enormes, e só ganha eleição quem está no poder. Deputados que custam ao bolso do contribuinte nada mais nada menos do 166.000,00 para não fazer nada (provem-me o contrário), a não ser defender interesses próprios., não valem nada. E eu pergunto: Se um cidadão comum paga para defender seus interesses, por quer um deputado recebe para mentir e legislar em causa própria? 

Mas não é só isso. Ouvindo (sem querer) um programa da Sra. Marina Silva, ouvi-a reclamando do tempo que tem na TV. De repente me veio à mente a campanha de 89, quando o Sr. Lula reclamava do mesmo. Ouvi também Caetano Veloso, pedindo votos para Marina Silva e dando a mesma justificativa de 89, quando pedia votos para Lula. Ouvi uma música de Ivan Lins em que ele diz "coração da gente é igual país: não deu certo na mudança, a gente muda de esperança" Só que o coração é 
inconsequente, ama sem ser amado e adora o choro quando precisa sorrir.

Não precisamos de uma nova falsa esperança, nem precisamos de Lula, nem de Dilma, nem de Serra. Não precisamos de ninguém. Precisamos dizer NÃO, como Caetano disse na Tropicália. Dizer não à eleição. Precisamos boicotar, não aparecer nas urnas, não eleger ninguém. Pois assim podemos fazer uma revolução pelo NÃO-VOTO. É aí que haverá a revolução, pois a polêmica revolta do povo motivará  uma reforma política. Findada ela, deputados e senadores legislarão sem remuneração... 
                                                  (Professor alves, autor de O Verdadeiro Analfabeto Político)

   

terça-feira, 29 de julho de 2008

NÃO PRECISAMOS VOTAR




O VERDADEIRO ANALFABETO POLÍTICO

O verdadeiro analfabeto político
É entendido, segue os ditames de Bretch,
Abre o peito para dizer:
─ Eu voto, o voto é minha arma,
Sem ele as prostitutas se multiplicam,
A Saúde está morta,
A Educação não existe,
Meu povo não tem redenção.
Ou é ignaro para balbuciar:
─ Voto no candidato da mãe que vai me dar uma dentadura,
Um copo de cerveja e um prato de feijoada.

Desconhecem eles, míseros eleitores,
Que o verdadeiro analfabeto é o que vota,
É o que coloca a raposa no galinheiro.

A política é a resina que molda a volúpia por poder.
A política, unifica todo ser, mais que a morte.
Torna a todos escravos da ganância,
E lhes instala no peito o vírus da corrupção,
Que embota as mentes, antes honestas(?)
Individualiza interesses coletivos,
E como uma pandemia se espalha
Escolas, fábricas, sindicatos, bairros, cidades, países, galáxias.
Não há política nem politicalha, como queria Rui.
O que há é a ciência do descaso, da mentira, da usura.

E o povo?
Torna-se vítima desses interesses.
E aí sim surgem mais miseráveis
Que se multiplicam feito tapurus na carne podre,
Prostitutas desfilam suas almas enviesadas nas vielas da solidão,
Professores mal pagos destroem horizontes infantis,
Morre-se, é irônico, nas filas dos hospitais.
E quando vem a chuva arrasta consigo destinos
E se é tempo de seca, sinas são tragadas pela terra.

E os petistas, tucanos, pefelistas, bispos, verdes, comunistas
Estalam o açoite nos palacetes da devassidão
Entre risos, lagostas e uísques.
Enquanto a turba pede esmolas, educação, saúde.
A quem de seus votos se fartara,
Tudo graças ao verdadeiro analfabeto, político.
(Professor Alves)