A genialidade da cinematografia resgata o cinema em preto-e-branco e o coloca ao lado do cinema colorido. Assim é possível contar duas histórias: a história americana e a “outra” história.
A história americana diz respeito ao que Derek Viniyard e seu irmão conheciam a partir da vida burguesa que lhe era proporcionada pelo pai. Quando este foi morto por um negro, enquanto apagava um incêndio num bairro pobre, todo preconceito apregoado por ele aflora em Derek Vinyard, que, cooptado por Cameron, se torna skinhead e passa a perseguir qualquer coisa que não representasse a supremacia da raça branca, apregoada por Hitler e sua filosofia nazista. Essa história culmina com o brutal assassinato cometido por Derek Vinyard, levando-o à prisão.
A outra história diz respeito às mudanças ocorridas em Derek durante seu encarceramento. Aos poucos ele percebe que seus parceiros neonazistas não fazem parte de sua guerra dentro da prisão. Após ser violentado por eles, com ajuda do Dr. Bob Sweeney, diretor da escola em que estudou e onde estuda seu irmão, Daniel, ele compreende que todo seu ódio não valera a pena, que aquilo em que acreditava e pelo que lutara até então não fazia o menor sentido. Lá na prisão ele percebe que as minorias, em que estão inclusos negros e hispânicos, não são a ameaça para a hegemonia americana, como sempre pensara. Seu contato de perto com um negro, fê-lo crer em que a perseguição que infligira aos negros, hispânicos, coreanos, judeus fora na verdade uma grande perda de tempo, que afundara sua família numa terrível tempestade social.
Ao ser libertado, ele luta para tentar livrar sua família da tortura em que a metera. Mas o ódio que alimentara durante tempos e do qual o irmão tornou-se herdeiro foi cruel a Derek. Seu irmão foi assassinado no banheiro da escola, por um desafeto produzido pelo ódio racial.
(Por Professor alves)