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sábado, 7 de abril de 2012

O GATO E O GALO

               

Sempre que observo uma pessoa preocupada se há alguém pronta a molestá-la, lembro-me de uma história que meu pai contava sobre o camundongo que saiu pela primeira vez ao quintal. É bem provável que você já tenha ouvido uma versão dessa história, e é provável também que já tenha feito a reflexão que me perpassa a mente quando me lembro dela.
               Conta a narrativa que uma camundongo, com poucos dias de estada (estadia é só pra navio) no mundo, implorou à mamãe ratazana que o deixasse passear uma pouco no quintal. A mãe, temendo pela segurança do filhote, já adiara esse passeio algumas vezes. Mas agora não tinha jeito, era esse o destino dos filhos, ela sabia “que depois que cresce o filho vira passarinho e quer voar”. Deu então a permissão para que o filhote fosse enfim conhecer o mundo. Mas não sem antes cobri-lo de cuidados: “Cuidado com o sereno, não vá se expor ao sol, cuidado com comida estragada e... cuidado com o gato. Que bicho terrível é esse tal de gato. Vive a nos perseguir, não nos deixa em paz. É deveras espalhafatoso, tem uma cauda enorme e, quando vê um de nós, se arma todo. Ai, quantos de nós já padecemos nas mãos desse terrível assassino”.


               Assim, no dia seguinte, saiu para passear, cheio de cautela, nosso amigo ratinho. Com um gorrinho na cabeça, para não padecer ao frio, nem sucumbir ao sol. Assustado observando atentamente a presença do perigo. Olhando para uma janela, viu um animal muito bonito. Este dormia e não pôde vê-lo. Como era lindo, pensou o ratinho, fofo, com pelos alvos como as nuvens contadas pela mamãe. Devia ser um desses bons amigos de nossa família. De súbito ouviu um barulho terrível, assustado, viu aquele animal cheio de penas, amarelas e pretas num contraste assombroso e fazendo um cocoricar de arrepiar os pelos do pobrezinho, que de imediato concluiu: “aquele deve ser o tal de gato, que tantos males nos faz”.  E voltou assustado para a toca.
(Professor Alves, baseado em uma fábula popular)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O CÃO E A LEBRE

http://4.bp.blogspot.com


 
            A lebre, que saíra em busca de alimento, entretinha-se na degustação de algumas ervas que apreciava, e tão distraída se entregava a esse prazer que descuidou da própria segurança e não percebeu que um cão de caça se aproximava sorrateiro pela sua retaguarda, beneficiado pelo vento que soprava contra ele. Quando a coitada se deu conta do perigo que corria, aí já era tarde, porque o caçador saltou sobre ela, mordeu-a na altura do pescoço, derrubou-a e deitou-se com as patas dianteiras sobre seu corpo, apertando-a firmemente contra o solo.  
 
            Feito isso, passou a mordiscá-la levemente com os seus afiados dentes caninos, para logo em seguida lamber-lhe o pelo sedoso como se estivesse mergulhado em êxtase profundo. E fez isso duas, três e mais vezes, enquanto a pobre lebre permanecia subjugada, com o coração aos saltos, aguardando o desenlace de sua tragédia sem ter consigo a menor esperança de salvação. Até que, em dado momento, não suportando mais a angústia que a dominava por inteiro, ela sussurrou:
 
- Decida de uma vez o que vai fazer comigo, cachorro sem entranhas. Para de me morder, como se eu fosse o seu almoço, ou de me lamber, como se nós dois fôssemos amigos, porque para mim essa indefinição é muito pior do que qualquer outra coisa que possa me acontecer.    

   Moral: O amigo falso é sempre mais perigoso que o inimigo declarado.

http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=1164714  

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Tartaruga e a Águia



A tartaruga passava o tempo a lamentar-se por ser lenta e desajeitada. Como gostava de fazer comparações, adorava a beleza e a ligeireza com que se moviam as aves. Não se conformava com a sua sorte e chegava a ficar muito triste.
- Que chatice ter que me arrastar pelo solo, passo a passo e com esforço! Ah! Se eu pudesse voar, nem que fosse apenas uma vez! dizia ele repetidamente, dia após dia.
Finalmente, num dia de outono, conseguiu convencer a águia a levá-la para um passeio pelas alturas. Suavemente e com grande majestade, a águia e a tartaruga elevaram-se no céu, naquela tarde. O animalzinho transbordava de felicidade, ao ver lá embaixo, tão longe, a terra e seus habitantes.
- Ah, que maravilha! Como estou feliz! Que inveja não devem sentir as outras tartarugas vendo-me voar tão alto! Realmente, sou uma tartaruga única! exclamava ela, com a voz tremida pela emoção.
Mas tanto se cansou a águia de ouvir seus vaidosos argumentos, que decidiu soltá-la. A orgulhosa tartaruga caiu como uma pedra, desde milhares de metros de altura, desfazendo-se em cacos ao chegar no chão.
Algumas tartarugas que viram que viram sua vizinha cair, exclamaram cheias de pena:
- Pobrezinha! Estava tão segura aqui em baixo, na terra, e teve que procurar as alturas para perder-se.
Dura lição para quem se empenha em ir contra sua própria natureza. Não é melhor cada um conformar-se com aquilo que é? 

 Do site:             
 http://www.metaforas.com.br/infantis/tartaruga.htm

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...