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quinta-feira, 30 de julho de 2020

FLAMENGO, RAÇA AMOR E PAIXÃO


(A história de 2019, por Alves Andrade)

 

PARTE I

CHACINA SEM SANGUE NO RIO

 

Cidade de belos pontos,

Cantada em versos e prosas,

Diz-se muito violenta,

Mas de plagas bem formosas,

É o  que melhor define

A cidade maravilhosa.

 

Ocorreram muitos casos

De horror e iniquidade,

Mas também coisas felizes

Se deram nesta cidade,

Coisas de fazer sorrir

Velha guarda e  mocidade.

 

Porém nunca houve um caso

Como o visto na semana,

Uma chacina sem sangue

Que deixou  a gente insana,

Foi uma chuva de gol

Nos gaúchos da savana.

 

O fato foi o seguinte,

Vou narrar para vocês,

E pra gente que não quer

Lembrar-se mais uma vez,

Como foi o tal massacre

Mais pungente que se fez.

 

O Flamengo,  Urubu,

Contra o Grêmio, Mosqueteiro,

Peleando no Maraca,

Parando  o país inteiro,

Por u’a vaga na final,

Pra tentar ser o primeiro.

 

Flamengo tem Gabigol,

Grêmio tem o Cebolinha,

Grêmio vinha com Cortez,

Mengo tinha era o Rafinha,

Grêmio escalou André,

Mengo, toda sua linha.

 

“É jogo pra mais de metro”

O mineiro assim falou,

“Ô que joguim véi paidégua!” –

O cearense confirmou –

“Vô assistir é na rede”,

O baiano então deitou.

 

Dessa forma começou

O grande jogo do ano,

O Flamengo defendendo,

O mosqueteiro atacando,

O Urubu se protegendo,

O Cebolinha assustando.

 

Mas pouco logo depois,

Flamengo as cartas deu,

Três ataques perigosos

Paulo Vítor defendeu,

Mas no quarto, Bruno Henrique,

Pro fundo da rede meteu.

 

Primeiro tempo findou.

Torcida a unha roía.

Início do outro tempo,

Gabigol o gol fazia.

Quatro minutos depois,

Casa de novo caía.

 

A partir daquele instante,

Sem forças o Moqueteiro,

O Urubu deitou e rolou

Roeu-lhe os ossos inteiro,

Fez o quarto Pablo Mari,

Rodrigo Caio o derradeiro.

 

O Grêmio saiu de campo

Com Renato enfurecido,

A magnética então cantava,

Todo povo ensandecido,

E todos lembrando sempre

Zico o herói inesquecido.

 

Que venha River, o Galo,

Representante da Argentina

Que Flamengo, O Urubu,

Vai comê-lo na neblina

Em Santiago do Chile,

Na cidade Valdivina!

  

PARTE II

TENSÃO, INFARTO E EMOÇÃO

 

Chegou então o grande dia,

Dia da grande final.

O jogo não foi no Chile,

Mas do Peru capital,

Estava super lotado

O estádio Monumental.

 

Era a Libertadores

Que em campo decidia,

Havia trinta oito anos,

Que o Flamengo não vencia,

“Era preciso oração”,

O torcedor assim dizia.

 

Para ver o grande jogo,

O Brasil inteiro parou,

Para ver o grande espetáculo,

A tevê a nação ligou,

Mas a grande maioria

Queria era gritar gol.

 

A partida era bem tensa,

Bicudo e bola pro mato,

Não tinha pra brincadeira,

Era jogo de campeonato,

Os times River e Flamengo

Jogando bola de fato.

 

Mas a equipe do River

Tomou foi conta da bola,

Aos quinze de bola em jogo,

A nossa zaga se enrola,

Borré sem ter nada com isso

Para o gol a esfera rola.

 

O River jogando bola,

Mengo jogando ruim,

A zaga sem se encontrar,

Perigo de gol sem fim.

Começa o segundo tempo,

E segue a partida assim.


As torcidas antimengo

Zombavam de nossa dor,

Viam nosso sofrimento

E mostravam o secador,

A torcida do Flamengo

Via tudo com torpor.

 

O Urubu melhorou,

Jogou um pouco melhor,

Mas o gol não acertava,

Mas podia ser pior,

O Galo contra atacava.

Corria em bica o suor.

 

Quando olhei para o relógio,

Quis logo desanimar,

Já estava perto do fim

E de gol eu sem gritar,

Gabigol tava apagado,

Fui com o filho comentar.

 

Mas quem torce pro Flamengo

Não consegue desistir,

Está sempre com esperança,

Sabe que é difícil rir,

Sabe que é preciso chuva

Pra que o sol possa surgir.

 

Então, já quase sem unhas,

Vi Arrasca passar a bola,

Com a leveza vulturina,

Gabigol pra dentro rola,

O abutre preso ao chão,

Finalmente se descola.

 

Mas era o final do jogo,

Quase na prorrogação,

Flamengo muito cansado,

Teste para o coração,

A tensão só aumentava,

Levava-se ao rosto a mão.

 

Porém quem tem Gabriel,

Sabe que pode sorrir,

Mesmo sem ter muito tempo,

Sabe que vai decidir,

Pois num pestanejar de olhos,

A nação pode explodir.


E foi desse mesmo jeito,

Foi assim que aconteceu,

Já quase dentro da área,

Ele a bola recebeu,

E com a força do urubu

Pra virar o jogo bateu.

 

A torcida enlouquecida,

Se esbaldava de alegria,

Não conseguia deter,

Tanto amor e euforia

Já quem secava, coitado,

Chorava de nostalgia.

 

Na capital Fortaleza,

Homem morre de emoção!

Na capital Cuiabá,

Vendo mengo campeão,

Outro torcedor infartou,

Morreu, pois, do coração.

 

O Flamengo fechou o ano

Sendo o maior campeão,

Dentre os sulamericanos,

Não houve maior emoção

Que a plenos pulmões gritar:

“MENGO, RAÇA, AMOR E PAIXÃO”.

 

FIM (que venha 2020)


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