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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 

LITERATURA DE CORDEL





O CORTIÇO





POR ALVES ANDRADE







BASEADO NO ROMANCE DE ALUÍZIO AZEVEDO










FORTALEZA, 2020












O Cortiço, cordel baseado no

romance de Aluísio Azevedo,

Por Alves Andrade


O CORTIÇO (JOÃO ROMÃO)

João Romão foi, Por uns anos,

Empregado de um vendeiro

Que, morrendo, lhe deixou

A venda e algum dinheiro,

Somou-os ao que já tinha

Como lhe era costumeiro.


Achando pouco o que tinha,

Com uma negra ajornalada

Cama e quitanda juntou,

E a renda dela ajuntada,

Ficou dizendo pra ela

“Es agora libertada”.


Os dois assim amancebados

Vendiam o que podiam,

Do peixe até a cachaça,

O resto era o que comiam,

Só após muito cansaço,

Era que eles dormir iam.


Ele na sua ganância,

Umas terras situadas

Comprou ao lado da venda,

E a cabeça acelerada

Só pensava numa coisa:

A renda multiplicada.


Construiu umas casinhas

Formando grande quadrado

Logo logo ali já era

Cortiço bem afamado,

E o comércio de Romão

Já era o mais procurado.


Depois cuidou de comprar

Perto dali ua pedreira,

Enricava todo dia,

Vivia de suadeira,

Mas estava satisfeito

Com o dinheiro na carteira.



A vida assim lhe sorria,

Dinheiro ali circulava,

Quem labutava na pedra,

O salário que pagava

Tornava sempre ao seu bolso,

Se o pedreiro ali morava.


As mulheres lavadeiras

Que lhe alugavam a casa

Não pagavam pelas tinas,

Que usavam no sol em brasa,

Cantando e sempre voando,

Pois só o cantar te dá asa.


Mas momento então chegou

De pensar no que fazia,

Acumulando riqueza,

A vida era então vazia,

Olhou no alto o vizinho

Pra quem a vida sorria.


Resolveu assim o vendeiro

Ao vizinho se achegar,

Pois tinha ele uma filhinha

Que podia desposar,

Como queria muito ele

Então de vida mudar.


Encontrou em seu Botelho,

Lá da casa um agregado,

Que lhe facilitaria

Penetrar lá no sobrado

E então de Zumirinha

Ser assim seu namorado.


Comprou roupa se enfeitou

Pra seu destino mudar,

Comprou sapato e perfume

Para bem se apresentar,

Mas se lembrou que da negra

Precisava se livrar.


Isso não lhe foi difícil,

Pois a dela liberdade

Fora inventada por ele,

Que lhe escondeu a verdade,

Continuava então escrava,

Sofreria a crueldade.


O vendeiro então tratou

De aos senhores avisar

Que em casa tinha a escrava,

Que fossem lá resgatar

E assim ficaria livre

Pra Zulmira desposar.


A pobre negra entendeu,

Havia sido enganada,

Percebeu que por Romão

Fora vilipendiada,

Abriu-se, pois, com uma faca,

Tava agora libertada.


João Romão fez sua história

À custa de alheia ferida,

Bebendo o suor alheio

Foi vencedor nesta vida,

Pisando em tudo e em todos,

Mas tendo a alma perdida.


O SOBRADO (MIRANDA)


Criou-se de pedra e cal,

Do cortiço avizinhado

Arquitetado no chifre

Desse Miranda, coitado,

Passado pela esposa

De caráter amesquinhado.


Na loja que era sua,

A esposa surpreendeu

Gemendo com um caixeiro,

Dessa forma o mal se deu,

Mas deixá-la não podia

Por causa do dote seu.


Odiou a mulher sempre,

Por ela foi odiado,

O chifre que carregava,

Era por todos notado,

Resolveu mudar de ares

Construiu, pois, o sobrado.





O que mesmo atormentava

Era a sua vizinhança,

O Cortiço era uma afronta

Do sobrado à pujança,

Contra Romão só pensava

Costurar fria vingança.


Na verdade ele invejava

A liberdade do vendeiro,

Que não sentia vergonha

Pois ganhava seu dinheiro

Sem roer chifre nenhum,

Era livre por inteiro.


Ele, Miranda, coitado,

Usava ainda a mulher,

Seu gênio não permitia

Pernoitar em cabaré,

Vivia dia após dia

Do jeito que a vida quer.


Sempre quando ele saía

Do quarto da odiada,

Sentia-se na sarjeta,

Pois tinha a alma humilhada,

Porém, mais a detestava,

Menos via uma escapada.


Até mesmo o Henriquinho

Que estava em sua casa,

Filho de um bom cliente,

Comia a mulher em brasa,

Acobertado por Botelho,

Velho pássaro sem asa.


Foi então que teve a ideia

De atenuar a humilhação,

Comprar título pomposo,

Escolheu o de barão,

Logo o chifre aturaria

E se vingava de Romão.


Essa trama do Miranda

Fez Romão enlouquecer,

Cuidou pois mudar de vida,

Melhor vida a si fazer,

Já vimos que isso levou

Bertoleza a se morrer.


O SOBRADO (ESTELA)


Estela era uma mulher

Maculada de luxúria,

Andava de lá pra cá

Levianamente espúria,

Inquieta pelo amor,

Perseguia-o com loucura.


O ar poento das ruas,

Trazendo de homem o cheiro,

Deformando-lhe a razão,

O corpo vibrando inteiro,

Não importando o amante,

Se rico, ou mero caixeiro.


Não era, pois, por maldade,

Que tinha o sexo ardente,

Mesmo o marido lhe dando,

Nada enchia sua mente,

Nem o vazio do corpo,

Libidinoso, demente.


Com dois anos de casada,

Traiu o marido sem pejo,

Dando-lhe enorme tristeza

E sem conter o desejo,

Rompendo a união, traiu

Aproveitando esse ensejo.


Nunca caçava o marido,

Nas noites de solidão,

Sonhava com todo homem,

Descambava ao rés do chão

Como as cadelas da rua

Buscava suja ilusão.


Pois foi numa noite dessas

Que viu Miranda adentrar

E, pensando não ser visto,

Foi dela se apoderar,

Saciou-se assim covarde,

Fez ela se saciar.





Sempre quando ele chegava,

Ela o sexo oferecia,

E, com os olhos bem fechados,

Que dormia ela fingia

Ele então gozava muito,

Ela o orgasmo atingia.


Porém numa certa noite,

Ela não se controlou,

Segurando-o com as pernas,

Uma gaitada ela estalou,

O ódio que os afastara

Foi o mesmo que os juntou.


Mas ficara então só nisso,

Nas noites de agonia,

Miranda a procurava,

Não se olhavam pelo dia,

Ele sempre moendo chifre,

Que pra ele ela tecia.


Quando a ele veio a ideia

De comprar o baronato,

Viu-se ela baronesa

Uma mulher de fino trato,

Ele então se amaciou

Para cumprir o contrato.


E assim a vida seguiu,

Miranda sendo barão,

Querendo a filha casar

Com o vizinho João Romão,

Suportando assim o desprezo

Comendo o insagrado pão.















O CORTIÇO (AS LAVADEIRAS)


Eram elas do cortiço

Da Estalagem São Romão,

A essência feminina,

De muito bom coração,

Conversavam dia e noite

Ventura e desilusão.


Logo cedo já estavam

Brigando com seus filhotes,

Arrumando bem a casa,

Neles dando cocorotes,

Se dirigiam pra as tinas

Levantando seus saiotes.


Sentava então a Machona,

De origem bem portuguesa,

Mui feroz e berradora,

Pêlos grossos de tigresa,

Tinha um filho e duas filhas

Uma virgem por destreza.


A das Dores sua filha

Tinha moradia rasa,

Um indivíduo do comércio

Por ela quebrou a asa,

Mas quando voltou pra terra

O sócio assumiu a casa.


Carne Mole era apelido

De Leandra, lavadeira,

Casada com um polícia

Que tinha pose altaneira,

Era sempre bem honesta,

Por preguiça brasileira.


Com o Bruno que era ferreiro,

Leocádia era Casada,

Leviana sem limite,

Nunca deu uma disfarçada

‘Té que um dia ele a flagrou

E lhe deu muita pancada.






Ao seu lado senta a Paula,

Muito feia e respeitada

Pelas rezas curandeiras

E por Bruxa alcunhada

Tinha os olhos rasos d’água

Tinha uma cara assustada.


Sentava-se a Marciana

E sua filha Florinda,

Com a casa sempre alimpada,

Se não era mulher fina,

Era com afã que lavava

Cuidando da sua tina.


Florinda, de quinze anos,

E homem já ela pedindo,

Olho de animal no cio,

Pele bronze ao sol luzindo,

Se negando a um e outro,

A virgindade se delindo.


Dona Isabel, uma velhota,

Todos muito a respeitavam,

Era mãe de uma filhinha

Com quem todos se casavam,

Mas mesmo com seus dezoito,

Regras não a visitavam.


Mas ela já fora rica,

O destino tudo levou,

Marido e a vida boa,

Muito triste ela ficou,

Queria nova fortuna,

Mas a filha não casou.


Havia também o Albino,

Um sujeito afeminado,

Tendo sempre um ar bem lânguido

Era triste esse coitado,

Só carnaval o animava,

Punha-se logo assanhado.


Eram essas lavadeiras

Que se punham a lavar,

Assim que o sol clareava,

Começavam a labutar

E o zumzumzum começava,

Não paravam de falar.


Assim nunca se calavam,

Sempre a esfregar, e bater,

Torce camisa e ceroulas,

Os sonos do amanhecer,

E as bandeiras de lençóis

Enfeitando o entardecer!




O CORTIÇO (JERÔNIMO E RITA BAIANA)


Quando ali ele chegou

Com a família de uma vez,

Amante era do bom vinho,

Honesto e bem bom freguês,

Curtia a mulher e o fado

Era então bom português.


Conquistou a simpatia

Por ser bom trabalhador,

Seu João Romão o admirava,

Pois era madrugador,

Por colegas respeitado,

Mas não lhe tinham temor.


Porém num domingo desses,

Rita Baiana avistou,

O requebro da mulata

Logo logo o conquistou,

Foi um dia sem igual,

E a vida ali mudou.


Sentiu passar pelo corpo

Um calor bem diferente,

Gana grande de tomar

Logo um copo de aguardente,

Beber um café bem forte,

Transformou-se, certamente.


Da mulher pegou foi nojo,

Da filha não quis saber,

Trabalho em segundo plano,

Começou muito a beber,

Buscava sempre da Rita

O cheiro de enlouquecer.



Mas a negra tinha um homem

De nome firmo chamado,

Era um grande capadócio

Na casca do alho passado,

Gostava de briga e samba,

Era um cabra descolado.


Rita é negra mui danada,

Amante do bom pagode,

Com suas mãos na cintura,

O corpo todo sacode,

Com mulher daquele tipo

Nem mesmo o diabo pode.


Todo dia lhe era santo,

Trabalhar gostava não,

Se alguém pela mão puxasse,

Saía por esse mundão

Dançando e gozando a vida,

De farra num abria mão!


Foi quando um dia ela viu

Jeromo com um pau na mão,

Firmo dando cambalhota

Pondo as duas mãos no chão,

Jeromo dando paulada,

Firmo dando cabeção.


Foi então que ela entendeu

Que os dois brigavam por ela,

Sentiu-se mulher feliz,

Sentiu-se mulher bela,

Pois os dois já se matavam,

Lutando pelo amor dela.


Foi quando firmo sacou,

De repente uma navalha

Rasgando do outro o ventre,

Assombrou toda a canalha

Que disse “matou, matou!”

Findando aquela batalha.


Rita, vendo esse desfecho,

Temeu pelo português,

Que por ela mataria,

Ódio por Firmo se fez,

No seu rosto da mulata

Instalou-se a palidez.


Algum tempo no hospital

Deixou novo o cavouqueiro,

Retornando desse exílio

Buscou rita por primeiro,

Mas queria era acabar

Com a raça do brasileiro.


E foi triste aquela cena

Que na chuva aconteceu,

Firmo debaixo de paus

Como um rato ali morreu,

Foi na areia de uma praia

Que tudo isso aconteceu.


Depois daquele ocorrido

Os dois então se mudaram,

Morar bem longe dali,

Mulher e filha ficaram

Sem rumo na vida e assim

Tristes caminhos trilharam.


O CORTIÇO (POMBINHA E LEÔNIE)


Nhá Pombinha era uma flor

Que naquele charco viveu,

Mas num quase berço de ouro

Foi então que ela nasceu,

Filha de dona Isabel

Que, tadinha, empobreceu.


Mesmo com dezoito anos,

Não podia se casar,

Mesmo noiva de João costa,

Não podiam se juntar

Porque não era mulher

Sem o sangue a lhe jorrar.


Era a tristeza da mãe

Que via nessa união

A fuga daquele antro,

Sua grande redenção,

Mas isso era impossível

Sem vir a menstruação.





Amada por toda a gente,

Era um anjo de doçura,

Da igreja sabia as rezas,

De livros boa leitura,

Admirada era por todos

Devido a sua candura.


As cartas de toda gente

Era ela que escrevia,

Das tristezas desse povo

Ela o cálculo fazia,

A infelicidade sua

Ela também conhecia.


Leônie é uma cocote

A qual vive muito bem,

Bom carro pra passear

E boa casa ela tem,

Os homens ricos da rua

Explora como ninguém.


Dona Isabel certo dia

Leônie foi visitar

Juntamente com Pombinha,

Foi um bom dia passar,

Mas de fato não sabia

O que estava a planejar.


Queria era mariposa

Com pombinha só ficar,

Levando-a para o quarto,

A começou desnudar

E a lésbica conseguiu

A inocente macular.


Pombinha bem envergonhada

Para casa retornou,

Ficou muito ensimesmada,

Com tudo que se passou,

E num sonho avermelhado

O mênstruo se comsumou.


Que alegria pra Isabel,

O sonho a realizar,

Pois sendo a filha mulher

Já podia se casar

E assim as duas iriam

Em bom sítio habitar.


O cortiço era alegria,

Pois sabiam partilhar

Da satisfação alheia,

Não eram de invejar

Estavam todos felizes

Com pombinha a exaltar.


Houve então o casamento,

Tudo então se confirmou,

Isabel muito feliz

Com Pombinha se mudou,

Foram morar bem longe

No lar que o genro comprou.


Mas a verve da menina

Não era com homem viver,

Pombinha e a bela Leônie

Logo foram se entender

Juntaram o corpo e a manha

Foram homens surpreender.




O CORTIÇO (BERTOLEZA E PIEDADE)


Se havia nesse cortiço

Tanto horror e iniquidade

Grande horror também caiu

Sobre dona Piedade,

Também sobre Bertoleza,

Que agiu com ingenuidade.


De sua terra, Piedade

Com seu marido saiu,

Sofreu como condenada

Na capital do Brasil,

Viu perto a felicidade

Que de repente fugiu.


Mulher simples e honrada,

Casada com um cavouqueiro,

Tinha uma filha lindinha,

Comprava bem do açougueiro,

Mantinha a casa limpinha

E brilhando o mobilheiro.



Porém depois de o marido

A negra Rita conhecer,

A sorte foi pelos ares,

Ficou sem ter nem haver,

Pois o homem bom e amado

Mudou-se todo seu ser


Abandonada no mundo,

Perdeu todo seu pudor,

A qualquer desconhecido

Deu-se mesmo sem amor,

Presa fácil de Pombinha

A filha se transformou.


A outra mais desgraçada

Chamava-se Bertoleza,

Levou a vida de escrava,

Sofrendo grande dureza,

Pagava o jornal aos donos

Pra ser livre e não ser presa.


Amiga de um português

Que morreu estropiado

Depois de inumano esforço

caiu na rua o coitado.

Para não ficar sozinha,

Com Romão viu-se amigada.


Enquanto joão prosperava,

Ela, sem ter feriado,

Trabalhando dia e noite,

Comia o resto sobrado,

Ciente que estava livre,

Mas João a tinha enganado.


Deu-se então que um certo dia,

Começou a perceber

Que João Romão intentava

Outra vida conhecer,

E além do homem perdido

Via a vida enegrecer.


Ser escrava não seria

Foi assim que ela pensou

Quando viu o antigo amo

Que na cozinha adentrou,

Desceu então a peixeira

E o próprio ventre rasgou.


Viu-se, pois, do outro lado

Por ascendestes cercada,

Espíritos ancestrais,

Sentindo então abraçada,

Lembrou do Cristo Jesus,

Da boa nova ensinada.




O CORTIÇO (O CORTIÇO)


‘cordava o Cortiço abrindo

Não os olhos que não tinha,

Porém todas as janelas

Formando uma grande linha,

De onde bem cedo emanava

Cheiro fresco e ladainha.


Sussurros de todo canto,

De boca muito abrimento,

Conversas de outro dia

Retomavam de momento,

Meninos e papagaios

Retornavam seu lamento.


O céu com seu azulado

Grande abóbada formava,

No terreiro aquadradado,

O trabalho começava,

Eram então as lavadeiras

Que o trabalho inciavam.


Os telhados admiravam

O cinzelar na pedreira,

Homens em miniatura,

lapidando-a sem canseira,

No capinzal ele via

Meninos na brincadeira.


As paredes lá da venda

Viam frase repetida:

Quilo e mei de branco arroz,

Copo de boa bebida,

Um fumo bom pra mascar,

Um vinagre na medida.



Enquanto todos dormiam,

A cobra de pedra e cal

Pedia ao bom Deus por todos

Que nunca passassem mal,

Sabendo que no outro dia

Agiriam sempre igual.


Foi com grande tristeza,

Que o Cortiço conheceu

Chifre do Bruno ferreiro,

E bem muito o entristeceu

O sofrer de Marciana,

Desgosto que a filha deu.


Riu dos muxoxos da Rita,

De Romão as trapalhadas,

Dos suspirados do Albino,

De Leocádia as cabeçadas,

Da miséria de Libório,

E das paixões desgraçadas.


Mas aquele ser bruto

O fim próximo sabia,

Pois via outros se erguendo,

‘Té seu nome mudaria,

Ante espadadas e fogo,

Ele então sucumbiria.


Foi assim que grande incêndio

As paredes destruiu,

E no lugar do Cortiço,

Outra estalagem surgiu

Bem mais cara e mais robusta,

Que João Romão construiu!

(Alves Andrade)

FIM!













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