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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

REFLEXÃO SOBRE O QUE DIZ, O QUE PENSA, OU NÃO PENSA NEM DIZ, OU NÃO SABE O QUE DIZ NEM PENSA ESSA EXTRANHA HUMANIDADE.


Às vezes eu penso que burro sou,
que deste mundo não entendo nada,
pois pen(s)ando sobre a terra vou
enquanto toda a gente dá risada.

Não entendo o que por aí se diz,
por que se propaga tanta besteira,
bb, Xuxa, soletrando, aprendiz,
vivemos no mundo a ouvir asneira.

Mas de tudo, o que mais me incomoda,
é a ilusão em que nosso povo vive,
mentir está e sempre esteve na moda.
Preocupação como essa nunca tive.

Neste país todo embusteiro mente,
mente o prefeito e o governador
e descaradamente o presidente,
deputado, síndico e vereador.

Mas é tanta mentira que se conta
Por este imenso Brasil afora
que a população, coitada, anda tonta
ontem, hoje, pela manhã, agora.

O tal presidente é pura mentira,
dizia que já foi trabalhador
eleito, o calhorda ainda delira
dizendo a um certo governo se opor.

Pensa que ainda está no palanque                                       
mentindo e enganando continua,
mas assiste a tudo isso, estanque,
a população rota, seminua.

O hipócrita fala em educação
com projetos sempre mirabolantes,
mas como tudo é só embromação
a situação vai ficar como antes.

Como dissera certo americano,
Educação aqui é só projeto,
e nós vamos viver sempre de plano.
Também com um líder analfabeto!

Aqui no Ceará, a coisa tá feia,
de educação é bom nem falar,
a população estudo não anseia,
o governo não cogita mudar.

Havia direitos anos atrás,
tidos pela classe de professores,
disse: vocês isso não terão mais,
um governo feito por opressores.

À época, Ciro era governador,
a mãe do troço fora professora,
ou queria vingar alguma dor,
ou detestava sua genitora,

Veio agora seu irmão pra mandar.
Durante o período de eleição,
Diziam: vamos no rapaz votar!
professores, oh classe frustração.

Eu dizia, quase babando, indignado:
Você esqueceram o que o Ciro fez?
"Vamos é todos ficar estribado –
diziam – pois esse é bom sobralês".

No seu primeiro dia de mandar
desculpem-me, mas eu achei foi bom –
mandou aos funcionários não pagar,
ordenou com voz grossa, em bom som.

Depois cortou verba da educação
fechou escola, humilhou professor,
sem pudor, vergonha; sem compaixão,
mudou o governo lá pro interior.

Mas o povo é besta e merece apanhar,
pois não é que um colega que encontrei,
O coitado deu logo de falar,
defendendo o cujo, como lhes direi:

O governo sabe o que tá fazendo,
deixa, por Deus, o homem trabalhar,
só desemprega quem tá merecendo
pois de algum lugar precisa tirar.

Vão ver como a vida vai melhorar,
a polícia vai vigiar quarteirão,
o nosso salário vai muito aumentar
e o povo enfim vai ter educação.

Ledo engano, muito triste ilusão,
nosso povo vai ter menos saúde,
quem precisa, menos educação,
sem segurança, se é morto amiúde.

O amigo leitor, se é que algum há,
com seu semblante todo franzido
a mim cismado assim perguntará,
com o olhar baixo, humilde, entristecido:

"E se tivéssemos em outros votado,
teríamos nós melhor escolhido?
Se ao poder, outros fossem levados,
essa escolha melhor teria sido?"

"Teríamos nós melhor presidente,
um governador macho, despachudo,
que fosse governante competente,
ou outro prefeito, honesto, sisudo?"

Responder-lhe-ei à frase popular:
ora pois, creia em Deus que é grande o santo,
eles só querem nos sacanear,
a político algum não importa o pranto.

Precisamos é deixar de ser bobos,
dizer não a todos esses ladrões
virar as costas a essa corja de lobos
e nunca mais votar nem por milhões.

Mas o meu dissabor não para aqui,
transcende muito os portões da Fortaleza,
passa além das terras de Guarani,
não pára nas terras da realeza.

Seu paradeiro é o primeiro mundo,
onde reina o cinismo e a hipocrisia,
que alarga o imenso fosso profundo
que me deixa em imensa melancolia.

São asiáticos, gringos, europeus
os quais se tornam cada vez mais ricos
para humilhar os outros irmãos seus,
porém é de burros que os qualifico.

Senão vejamos se tenho razão,
pois é muito grande este universo,
tem vida em tudo quanto é rincão,
de todo jeito e modo mais diverso.

Temos inseto manso e brigador,
mamíferos de muita sapiência,
tem leão, onça e tigre predador,
assim nos ensina o olho e a ciência.

Existe também no imenso oceano
peixe de todo tamanho e tipo,
dos tais que não vivem sequer um ano
e dos que não enxergam nem um tico.

Há vivendo entre nós até gente,
porém parece que não querem ver,
pessoas sem ente nem aderente,
tudo padecem na vida sem ter.

Existem sistemas agonizando,
espécies múltiplas em extinção,
florestas inteiras se acabando
pelo processo da desmatação.

Entretanto os donos do planeta
gastam milhões e bilhões em dinheiro
para fazerem aéreas carretas
para vasculharem o cosmo inteiro.

Já mandaram um robô até marte,
gastaram uma verba impressionante,
mas ele sumiu em alguma parte
foi embora o módulo itinerante.

Agora, juro que não entendi,
dizem que acharam um planeta novo
longe, muitíssimo longe daqui
onde jamais imaginaria o povo.

Só pra se ter disso uma ideia,
para até lá poder chegar alguém,
mesmo com a tecnologia europeia,
com a asiática e americana também

Indo-se à velocidade da luz,
Que é velocidade descomunal,
a viagem há pouco não se reduz,
chega-se vinte anos depois, afinal.

Dizem a nós os burros esquipáticos
que vão lá pra riba procurar vida,
é ou não é pra ficarmos estáticos
e surpresos ante tamanha lida!

E aqui nesta imensa espaçonave,
a vida certa corre imenso perigo
morre-se aos poucos de doença grave,
e não é de Deus que vem o castigo.

Por que não aplicar esse dinheiro
pra sanear os males que há por aqui,         
acabar com a fome do mundo inteiro
fazendo a Terra no final sorrir?

Por essas e outras cismando vou,
gastando minha já pobre mente
e certo de que muito burro sou
por não entender o que diz essa gente..

(Professor Alves, maio de 2007)

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