O sinhô foi
açoitar
A outra nega
Fulô
– ou será
que era a mesma?
A nega tirou
a saia,
A blusa e se
pelou ,
O sinhô
ficou tarado,
Largou o
relho e se engraçou.
A nega em
vez de deitar
Pegou um pau
e sampou
Nas guampas
do sinhô.
– Essa nega
Fulô!
Esta nossa
Fulô!,
Dizia
intimamente satisfeito
O velho pai
João
Para escândalo
do bom Jorge de Lima,
Seminegro e
cristão.
E a mãe
preta chegou bem cretina
Fingindo uma
dor no coração.
– Fulô!
Fulô! Fulô!
A sinhá
burra e besta perguntou
Onde é que
tava o sinhô
Que o diabo lhe
mandou.
– Ah, foi
você que matou!
– É sim, fui
eu que matou –
Disse bem
longe a nega Fulô
Pro seu
nego, que levou
Ela pro
mato, e com ele
Aí sim ela
deitou.
Essa nega
Fulô!
Esta nossa
Fulô!
(Oliveira Siveira)