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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA

      A genialidade da cinematografia resgata o cinema em preto-e-branco e o coloca ao lado do cinema colorido. Assim é possível contar duas histórias: a história americana e a “outra” história.
    A história americana diz respeito ao que Derek Viniyard e seu irmão conheciam a partir da vida burguesa que lhe era proporcionada pelo pai. Quando este foi morto por um negro, enquanto apagava um incêndio num bairro pobre, todo preconceito apregoado por ele aflora em Derek Vinyard, que, cooptado por Cameron, se torna skinhead e passa a perseguir qualquer coisa que não representasse a supremacia da raça branca, apregoada por Hitler e sua filosofia nazista. Essa história culmina com o brutal assassinato cometido por Derek Vinyard, levando-o à prisão.
     A outra história diz respeito às mudanças ocorridas em Derek durante seu encarceramento. Aos poucos ele percebe que seus parceiros neonazistas não fazem parte de sua guerra dentro da prisão. Após ser violentado por eles, com ajuda do Dr. Bob Sweeney, diretor da escola em que estudou e onde estuda seu irmão, Daniel, ele compreende que todo seu ódio não valera a pena, que aquilo em que acreditava e pelo que lutara até então não fazia o menor sentido. Lá na prisão ele percebe que as minorias, em que estão inclusos negros e hispânicos, não são a ameaça para a hegemonia americana, como sempre pensara. Seu contato de perto com um negro, fê-lo crer em que a perseguição que infligira aos negros, hispânicos, coreanos, judeus fora na verdade uma grande perda de tempo, que afundara sua família numa terrível tempestade social.
    Ao ser libertado, ele luta para tentar livrar sua família da tortura em que a metera. Mas o ódio que alimentara durante tempos e do qual o irmão tornou-se herdeiro foi cruel a Derek. Seu irmão foi assassinado no banheiro da escola, por um desafeto produzido pelo ódio racial.
(Por Professor alves)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

PAGAMENTO FINAL



Al Pacino aparece como Carlito Brigante em Pagamento Final. Possivemente uma das suas melhores performance. Carlito, ex-traficante, gângster, recém saído das prisão, procura finalmente sair da criminalidade, mas é impedido pelo seu próprio destino. Daí o título em inglês "Carlito's way".
Braian de Palma desenvolve um roteiro que, como já foi dito, reproduz o clichê de filme policial com gângsteres, mocinhos e bandidos. Mas o filme está longe de ser clichê, por dois motivos. Primeiro a performance de Al Pacino, outra pelo desfecho inesperado. Só um bom professor de Literatura, acostumado a romances como Germinal de Zola e/ou O Cortiço, do maranhense Aloísio Azevedo, filhos da vertente realista caracterizada por forte determinismo, é que pode perceber nas entrelinhas o final trágico. Além de al Pacino, Sean Pen está numa de suas melhores participações no cinema. É imperdível, eletrizante. É um passeio pelo submundo do crime. É eroticamente feliz. É aquilço que podemos chamar de tudo de bom. Não se assiste a esse filme só uma vez. Duvido, desafio quem tentar fazê-lo. É bom lembrar que Carlito é um imigrante porto riquenho, numa terra que discrimina tanto quem lá chega, realmente é impossível fugir ao destino que foi traçado na fronteira.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

EM BUSCA DA FELICIDADE


A BUSCA DA FELICIDADE

Quando era criança, não entendia direito por que as pessoas eram tão infelizes. Por que passavam mais tempo sisudas do que sorrindo. Depois compreendi que elas sorriam quando eram felizes, mas, como passavam a maior parte do tempo infelizes, passavam mais tempo casmurras. Só os loucos eram sempre felizes ou sempre resmungões.
Eu próprio me testava, e quando estava triste me perguntava por quê, na medida em que não havia acontecido nada de entristecedor. Quando era feliz sabia exatamente o motivo. Algo de bom havia ocorrido. Depois compreendi que não precisa haver motivos para a infelicidade, só o fato de não acontecer nada de novo e de bom já é motivo para sermos infelizes.
Depois li a célebre frase de Freud: “A felicidade é como uma borboleta. Se a perseguimos desenfreadamente, ela foge de nós, mas se a esperamos no cumprimento do dever, logo ela vem pousar em nosso ombro.” Mas compreendia também que borboletas voam, mudam de pouso a todo instante. Talvez por isso a felicidade é tão efêmera.
Mas foi depois de assistir ao filme À procura da Felicidade que compreendi mais ainda a estranha mania das pessoas de estarem ao lado da infelicidade. Nele a personagem Cris vive um casamento infeliz devido à falta de dinheiro. Logo a felicidade, isso ele compreende sempre, está onde se encontra a estabilidade financeira. Até que, passando em frente a uma corretora de seguros, ele vê que as pessoas saem de lá sorrindo. Ele descobre que lá reside a felicidade. E resolve trabalhar lá para também ser feliz. É de seu conhecimento também, devido ao conhecimento da Carta da Independência dos Estados Unidos, escrita por Tomas Jéferson, que a felicidade é efêmera. Jéferson diz na referida carta que, entre os direitos dos americanos, há o direito à busca da felicidade. Não o direito à Felicidade, mas à prerrogativa de procurá-la. Quando finalmente consegue entrar para o quadro efetivo da seguradora, Cris diz “essa parte da minha vida chama-se felicidade”. Ele sabia que não seria eternamente feliz a partir daquele momento. Estava feliz e isso é diferente.
O que quero dizer é que a nossa missão aqui na terra é buscar a felicidade e sabermos aproveitá-la sempre que ela surgir. Por isso é preciso entender que logo após o primeiro momento, o da euforia que se segue a uma conquista, precisamos ir em busca de novas realizações. Precisamos compreender que não podemos passar a vida toda “curtindo” um momento, pois logo o sabor irá saturar, e o gosto que nos ficará será um leve amargo. A angústia logo será nossa vizinha. É preciso comemorar sorrir, mas logo levantarmos a cabeça e seguirmos nossa eterna busca da FELICIDADE.
(Professor Alves)

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...