SER OU NÃO SER: EIS A QUESTÃO
Ser ou não ser, eis a questão! É o eterno dilema quando está em discussão as preferências por isso ou aquilo. Não sou espírita, mas estive refletindo sobre por que as pessoas são avessas à doutrina espírita. Há alguns anos comecei a ler de forma involuntária algumas resenhas a respeito dessa doutrina. Nunca li Alan Kardec, Chico Xavier ou outros autores dessa doutrina. Entretanto, pela leitura que fiz dessas resenhas, tornei-me simpatizante dela. Ser simpatizante é mais ou menos como ficar em cima do muro, observando o desenrolar dos acontecimentos. Pois é! Tornei-me simpatizante de Chico Xavier, Alan Kardec e dos espíritos de que falam as resenhas já aluzidas.
Se sou simpatizante dessas doutrinas é porque antipatizo com outras. Necessariamente não. Mas é que durante minha estada nos templos católicos, vi sempre uma referência constante a dinheiro. A Igreja precisa de dinheiro para isso e aquilo. Recentemente estive numa missa de 7° dia e fiquei abismado com a incoerência do sacerdote. Enquanto ele lia o sermão baseado na palavra de Cristo que condena a riqueza, eu observava es-tu-pe-fac-to a suntuosidade do templo onde estávamos, com suas poltronas acolchoadas, que me lembraram salas de exibições de luxo, ou o luxo do Congresso Nacional. Os vitrais não eram menos caros, lembraram-me os encontrados nas igrejas barrocas; apesar de o espaço ser imenso, o ar, condicionado, enregelava os ossos dos menos vestidos. Para meu espanto, apesar de estarmos em um bairro cercado de favelas por todos os lados, não vi nenhum pobre por lá. Nenhuma mãe de aluno da escola pública onde trabalho fazia parte do grande público que lá se encontrava. Em contrapartida o imenso estacionamento estava repleto de carros de todas as marcas, menos fusca, é claro. O pior é que isso se repete na maioria das igrejas urbanas.
Com certeza um bom número de miseráveis que não estavam naquela igreja estavam nas igrejas evangélicas? É bem provável que sim, mas só nas bem pequeninas, que se multiplicam feito demônios no inferno. A outra parte está gastando seus minguados trocados para enriquecer a igreja do senhor Edir Macedo e bancar seus palacetes mundo afora, em busca de uma salvação milionária ainda em vida.
Portanto vem a conclusão: por que não sermos espíritas? Não sou espírita, também não tenho no momento desejo de me tornar um adepto da doutrina de Kardec, mas me sinto simpatizante. Depois de muito ler sobre a doutrina, e ler textos advindos dela cheguei a uma conclusão, pelo menos para mim, deveras interessante. Chico Xavier, pelo que me consta, escreveu 412 livros traduzidos para mais de trinta países, mas nunca construiu castelos, nem se considerou autor, pois tudo que fazia era obra de espíritos. Sempre que leio algum texto, a palavra que mais encontro é FELICIDADE. Quando alguma pergunta é feita a respeito de futuro, de morte, sempre encontro uma resposta baseada no modo de vida. Ou seja, o que o Espiritismo prega é a vida voltada para a solidariedade. Como dizia Alan Kardec: Sem solidariedade, não há salvação. A doutrina espírita divulga a ideia de que devemos cuidar do planeta, pois iremos tornar a viver nele, quando reencarnarmos. Se alguém não acreditar em reencarnação, deverá praticar a solidariedade porque ela faz bem. Doar ao próximo é mais benéfico para quem doa do que para quem recebe. Cuidar do planeta é uma atitude que pode salvar o planeta, e se você não crer em que voltará a viver, pelo menos deve cuidar do planeta porque é nele que seus netos irão morar. Ou seja, ser espírita é uma filosofia de vida saudável, que não magoa ninguém, nem fere a terra, portanto fica a pergunta: Por que não ser Espírita?
Abaixo seguem reflexões do espírito Maria Fidélis, transcritas da revista SER ESPÍRITA, edição número 12.
A DOUTRINA ESPÍRITA E O HOMEM
“O centro espírita tem a significação crítica da vida. Tem a expressão permanente da evolução. (…) As religiões de um modo geral(...) querem que o homem se transforme numa dimensão só de espírito. E ele não pode, ele tem a potencialidade do humano.”
AUTOCONHECIMENTO
“O homem precisa repensar o seu cotidiano, precisa refazer o seu caminho, se autoconhecer corajosamente, e se reinterpretar. Nessa visão crítica, só conseguirá isso na medida em que alcance uma percepção do mundo e, consequentemente, dele.”
IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO
“É o momento de se fazer imediatamente a praça do pensamento, ela representa toda a renovação, toda a expressão da construção de um momento novo para amanhã.”
FELICIDADE
“Não se iludam com alegria fractária. Não se iludam com alguém que pisca uma luz para que lhe possa conduzir. Isso não é vida. Basta acender uma luz que imediatamente os insetos, por taxia, venham. Não é isso que o ser inteligente precisa. Ele precisa mais do que isso.”
PRESTAR ATENÇÃO EM SI MESMO
“É preciso perguntar aos senhores o que entendem por saúde? Os senhores vão ver que estão defasados. O que entendem por alegria? Vão ver que estão diminuídos. O que entendem por Felicidade? Vão ver que fizeram caminhos tortuosos (…). E o que é amor? P amor virou um coluio sexual, promessas. É preciso imediatamente conceber tudo isso.
Professor Alves, 01/04/2011