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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O COMEDOR DE SONHOS

O que eu faço com os meus sonhos? - A Mente é Maravilhosa

 “Chico, vai comer livro?”

Era a voz da minha mãe

Ralhando,

chamando pra almoçar

e eu, desapercebido,

olhos fitos nas letras:

“Sim...”

De que se alimenta o poeta,

Senão de sonhos e de ideias e de sentimentos!

Sonhos irreais, memoriais, proféticos;

Ideias filosóficas, sacras, mundanas;

Sentimentos

Niilistas: augustinianos,

Amorosos: vinicianos,

Pungentes: pessoanos.

Qual a essência da poesia

Senão o mundo, o outro, o amor!

O mundo em sua plenitude

Grande, belo, paradoxal;

O outro, bom, mau, imortal;

O amor, divino, humano, universal!

De que se alimenta o poeta?

Minha mãe sabia:

De sonhos, ideias, sentimentos.

(Alves Andrade, agosto,2020)

 


segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

ACASO




Quando Maria encontrou João
Ela não encontrou João
Foi achada por ele
Que entanto não a buscava
Foi o acaso, que não existe,
Que os uniu e os desuniu
Afogou ambos em um mar de amor
Enterrou-os naquele pântano
Em que derramaram o que não tinham,
Porque não foram,
Porque não eram,
Porque não serão!
(Janeiro, de 2018)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

POETA SOU? ORA, DIREIS!




Tenho tesão poético!
A poesia me estimula a viver
Faz relaxar, me excita
Mais, mais e mais
Sem necessidade
Com promiscuidade
Escrevo, escrevo
Mesmo de poema curto
Curto muito escrevê-lo
A tensão aumenta
Pego a pena, digo, a tecla
E vou me afogando
No meu próprio gozo
Na ejaculação de palavras
De versos, transbordantes
De orgasmos múltiplos
Soluçantes de amor, de dó
De tristeza, ou de alegria
Agonizantes,
Arrojados à tela
Sem pudor, sem vergonha
Mesmo sem vontade
Sem prazer ético
Sinto grande
Esse tesão poético!
(Alves Andrade, janeiro de 2017)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

DIGO NÃO À SEGREGAÇÃO






Desculpem-me mas eu não sou cearense...
E sou, mas de cancela aberta, de porteira escancarada
Sem limite pra ir vir
Dizer bons dias, ó meu
Bonjour, bay
Buenos dias, camará!

Não me prendam em quatro sílabas
Nem me ensinem com quantas cartas se diz São Paulo
Não sou basco nem catalão
Não pertenço a EIRE,
Nem tenho petróleo,
Não sou de Ásia,
Nem de Gibraltar.

Canto Patativa,
Lado a lado com Maiakovsk,
Pinto o sete com Picasso,
Toco pife em Caruaru
Enquanto tango-me na Finlândia,
De braços com Rosa pelos campos Gerais
Tomo chimarrão à beira do Nego.

Assim me desnortinizo,
Assim me desbrasileirizo,
Assim me mundifico e me humanizo,
Assim me torro no sol africano
Assim me queimo no gelo siberiano,
Assim choro pelo sertão que cá dentro fere.

Não quero ser poeta de uma cor,
Nem de uma nação,
Não quero cantar Nordeste,
Nem soprar o vento leste,
Não só quero comer sarapatel,
Nem só quero beber uísque com guaraná.
  
Quero me mistificar,
Com todos os ritos orar e reza,
Candomblé pular, dançar e gargalhar,
Com ou sem bíblia, corão ou apócrifos,
Medir de alto a baixo o pico sem neblina
Para encontrar Deus... tão pertinho.

Quero ser e convido-os
Ser sem limite de terras geográficas, culturais, regionais
Quero entrar no mundo sem sexo, sem credo, sem cor,
Voltar ao ventre eterno
Quero ser só da humanidade que me pariu!
(Professor Alves, 31 de outubro de 2014)

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...