quarta-feira, 11 de setembro de 2013

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ


  
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída —
Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas
Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio
Tinha somente palácios para seus habitantes? Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos Na noite em que o mar a tragou.

O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada
Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava a conta?

Tantas histórias.
Tantas questões.

BERTOLD BRECHT


BEBIDAS E DÚVIDAS

                 Todos temos motivos pra beber, cerveja, wodka, rum, conhaque e outros tipos de bebidas alcoólicas.
                Mas que motivos mais nos levam a ir ao primeiro gole? Geralmente os momentos alegres, comemorativos, conquistas, tristezas e até mesmo para passar o tempo, ocupar o vazio pessoal.
                 E eu? qual  ou quais são os meus motivos? Ou já não preciso mais de motivos? O ato já faz parte da minha rotina. O que imagino quando pego o copo para tomar umas cervejas? Tenho apenas o impulso e não crio questionamentos se estou certo ou errado; se vai me fazer bem ou vai trazer consequências  que sequer imagino; se ficarei alegre, se irei me tornar uma pessoa mais amável, carinhosa e responsável?  Me acende uma pequena luz de alerta?  E eu, o que faço?  deixo pra lá o aviso, prossigo no me lazer? Beber mais um copo, esquecendo de tudo quanto é importante, trabalho, amigo, casa família...? Ah, família! Eles entendem, afinal estou em casa todos os dias! Sou eu quem trabalha, ganha o sustento. Eu mereço o meu lazer.
                Às vezes tenho dúvidas de com o chego em casa? Lembro de como cheguei? Com  quem falei e como falei? Fui gentil, amável ou tratei-os de forma ríspida? Afinal, como cheguei? O meu comportamento é o mesmo de quando saí? continuo calmo, amoroso, aquele companheiro que todos desejam? A família ficou alegre com a minha chegada e da forma como cheguei?
                É, parece que tenho muitas dúvidas, perguntas a responder honestamente a respeito dos benefícios de umas “cervejinhas”! Um dia quem sabe eu descubro a respeito destes questionamentos... Um dia... mas que esse dia chegue antes que o “fundo do poço” chegue até a mim. Um dia...quando a luz da consciência brilhar mais forte.

(Seu João, irmão que conduz a leitura do Evangelho às quartas e quintas-feiras, Gepe Piedade)