domingo, 9 de julho de 2023

DO QUE VALE REALMENTE A PENA


Por Alves Andrade


O psiquiatra Antônio Mourão Cavalcante afirmou, certa vez, que não podemos combater o uso de drogas falando em drogas. Segundo ele, era como se estivéssemos fazendo uma apologia ao erro e, ao mesmo tempo, incitando sua prática. Logo, a forma mais eficaz, de acordo com Mourão, de se combater o uso de drogas é falar em vida. Abordar as diversas possibilidades de se viver e ser feliz. Por muito tempo, fiquei reflexivo a esse respeito para finalmente concordar com o professor e psiquiatra, que faleceu em 2022. 

A Rede Globo, odiada e amada por muitos e poucos, dependendo do contexto no qual se insere, por muito tempo combateu a discriminação racial falando dela. Expondo-a em novelas, mini séries, programas jornalísticos etc. Até que que percebeu o erro. Assim, resolveu não mais abordar o preconceito racial em suas telenovelas. Apenas pôs atores negros e brancos lado a lado. As personagens, nesse novo contexto, não pertencem a raças, apenas vivem, amam, se digladiam, vencem e perdem. Ou seja, não existe aí a abordagem do preconceito racial. Quem está acompanhando as novelas Amor Perfeito e Terra e Paixão sabe do que estou falando. O mesmo acontece com as questões LGBT. Era a esse comportamento que Antônio Mourão queria se reportar. Bingo, a Emissora dos Marinhos marcou ponto no combate a qualquer tipo de discriminação.

Entretanto, a grande imprensa e mídias nacionais claudicam quando  insistem em trazer a tona o nome de um defunto. Me explico. Quem é o Sr. Jair Bolsonaro? Um nada, que surgiu do nada, embalado por uma onda nazifascista, que enganou um monte de besta e atraiu para seu seio um dos segmentos pseudocristãos mais desprezíveis, o neo pentecostalismo. Hoje, esse idiota nem existe mais. Não é presidente (aliás nunca foi), nem elegível é mais. Portanto, assim como as drogas, os preconceitos, devemos combater esse imbecil, simplesmente falando daquilo que vale a pena. Falemos pois de uma boa música, ouçamo-la e a cantemos; peguemos uma boa obra literária, um Machado, um Stephen King, um H. G. Wells e leiamo-la; bebamos um bom vinho; falemos do amor de Cristo e de sua luta pelos menos favorecidos. Assim esse indivíduo que desgovernou o Brasil durante quatro anos para para o lugar de que nunca deveria ter saído, ostracismo.

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