sábado, 15 de janeiro de 2011

ANTROPOFAGIA


Nascemos para comer as outras pessoas,
Comermos enquanto somos devorados.
Tudo que fazemos, aprendemos
demos graças a quem comemos,
Cada um é aquele que come!
O nosso amor, o nosso ódio;
A nossa alegria, a nossa angústia;
Os nossos augustos e demônios
São o que comemos de outrem.

Antropofagia: é isso que realizamos na vida.
Somos como cobras que se pegam pela calda,
Devoramo-nos até a exaustão completa,
A morte de cada um é aquilo e aquele que se come.

Os discentes comem os docentes,
Estes devora-os conscientemente
E ambos são canibalizados pela sociedade.
A criança ao velho, este àquele;
Os filhos à mãe...

O resultado dessa fagia
É o conhecimento ou a ausência disto:
Nascemos para comer as outras pessoas.
...
(Professor Alves, o antropófago)

SINA


Um homem e uma mulher a que se destinam?
Para o entrelaçamento amoroso
Para o riso farto depois do gozo
Para a união que cheira à fresca resina.

Antes no varandim, as mãos unidas,
A lua fitando mesmo sem vê-la,
Ou no barzinho, ouvindo estrela,
Só este pensamento une duas vidas:

Na favela, caatinga ou mansão
Sem pejo, enigma nem mistério
Homem e mulher, lúbricos, se olham.

O amor, o sexo movem uma nação
Que digo, galáxias inteiras se amam!
E nisso não há nenhum despautério.
             (Professor Alves; 2005)

domingo, 9 de janeiro de 2011

ADEUS


I

Assim te vejo
De novo posso aos teus pés
Dizer-te o quanto te vejo
E por que te vejo.

Porque és assim
Encantadora como as coisas
Em que acredito
Porque és para mim um mito
Algo desprovido de tez
Como se só houvesse
Teu riso, carmim.

Porque és bela
Como a luz que
Me vem pela janela
Jogar luz na estrada intranquila
E trazer alento a uma alma abrasada
Torta e enviesada
De temores longínquos.

Porque és labirinto
Como um filme de Mia Farrow
Profunda como uma dissertação
Distante como a solidão
Estouvada ao dizer: ¨minto!¨
Ou ao explodir louca
Como um vulcão.

II

Parece que nunca te vi
E talvez eu nunca te tenha visto
Quiçá, me és um livro que li
Há muito em um passeio
E por motivo desconhecido
Parei da leitura no meio.

Há uns dias tive um sonho
E nele em dobro me vieste
Eras como as águas de um rio
Caudaloso que a galope
E desespero foge do estio
Em busca do vento leste.

E naquele espaço onírico
Doido e sem termo eu corria
E te afastavas lentamente
Rindo, exercendo a tirania
E eu tremendo em ânsias
Acenava, os dedos molemente.

Na parede do quarto
Havia uma tosca janela
Lívida a refletir sobre mim
Uma cinza aquarela
Em que se via em arco
Um rosto da alvura de marfim.

Era uma deusa que eivada
De graça e beleza surgia
De uma fonte encantada
Para com profunda alegria
Dizer-me com voz embargada
Te adoro, te adoro, te adoro.

Sobressaltado e persuadido
Surpreso e ainda aturdido
Supus haver entendido
Ser um ser amado e correspondido
Se não tivesse me iludido
Seria teu sem te ter perdido.

26/04/2002

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

LABIRINTO

Eu percorro o labirinto dos momentos
Mas para qualquer lugar que eu me volto
Começa um novo começo
Mas nunca se encontra um final.
Eu caminho para o horizonte
E lá eu encontro um outro começo.
Tudo parece tão surpreendente
E então eu descubro que sei.
Você vai até lá, 
Eu vou até lá, vou perder meu caminho.
Se nós permanecermos aqui, não estaremos juntos
Em qualquer lugar está...

O futuro tem muitos nomes.
Para os fracos é o inalcansável.
para os temerosos, o desconhecido.
Para os valentes é a oportunidade.

QUEM DORME NO CHÃO AO LADO DE COLCHÕES, ENTRARÁ NO CÉU DIRETAMENTE!



(Colaboração de Marley, amigo e poeta)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A MÍDIA E O ESPORTE

          "Vai começar a guerra!" Assim começava a chamada de uma rede de televisão para um campeonato de futebol.
          Deparei-me então, mais uma vez, com minhas reflexões a respeito de afirmações dessa natureza, pois, para muitos,  pode até parecer tolice, porém, para mim, trata-se de um incentivo ao sentimento, mesmo que inconsciente, da batalha entre inimigos, e não um incentivo a uma prática sadia e prazerosa como é o caso do futebol.
          Infelizmente a mídia vem transformando o esporte e consequentemente  os atletas, através dos tempos, devido ao fato de, cada vez mais, entrarem em campo os anúncios de marcas e produtos, o poder da exclusividade sobre transmissões e o mundo da fama e dinheiro, para quem chegar primeiro, juntamente com todo o poder dos que conduzem o "marketing" do esporte.
          Os atletas fazem o que for preciso para chegar ao topo e virar "fenômenos". Os garotos-propaganda de tênis, roupas, celulares e até cervejas, vejam só, levam as pessoas ao confuso mundo dos bens de consumo e a uma ilusão  da vida cheia de "glamour" de um astro do esporte.          
          As pessoas assistem passivas nas arquibancadas ou em seus sofás a este incrível espetáculo, enquanto bebem a cerveja ou o refrigerante que seu ídolo "toma", sem perceberem que a vida saudável que um atleta deve ter não lhes permite tais hábitos.
           E assim a mídia vai conduzindo os rumos do nosso esporte, põe homens e mulheres nas arenas televisivas, e que vença o melhor, o mais forte, seja lá a que custo, de preferência a baixos custos e com margem de lucros certa.
          Nossos dois heróis, "o amor pela camisa e o jogar com o coração", vão tentando sobreviver a todos esses holofotes que cegam e mostram somente o caminho do tapete vermelho, talvez por isso tanto gosto por ele, já que os gladiadores, heróis do passado, sobreviviam  pisando no tapete vermelho do sangue de seus rivais.
          Enquanto isso, durante os comerciais, os pais sonham com seus filhos virando "fenômenos", e os filhos sonham o mesmo sonho. Espera-se que entre um sonho e outro, o sonho de um homem melhor possa fazer um mundo melhor.
             (Professor Joni, professor de Educação Física da EEFM Prof. Paulo Ayrton Araújo e do Colégio 7 de setembro)
                

MADRE TEREZA DE CALCUTÁ



O dia mais belo? Hoje. 


A coisa mais fácil? Errar. 


O maior obstáculo? O medo. 


O maior erro? O abandono. 


A raiz de todos os males? O egoísmo. 


A distração mais bela? O trabalho. 


A pior derrota? O desânimo. 


Os melhores professores? As crianças. 


A primeira necessidade? Comunicar-se. 


O que mais lhe faz feliz? Ser útil aos demais. 


O maior mistério? A morte. 


O pior defeito? O mau humor. 


A pessoa mais perigosa? A mentirosa. 


O sentimento mais ruim? O rancor. 


O presente mais belo? O perdão. 


O mais imprescindível? O lar. 


A rota mais rápida? O caminho certo. 


A sensação mais agradável? A paz interior. 


A proteção efetiva? O sorriso. 


O melhor remédio? O otimismo. 


A maior satisfação? O dever cumprido. 


A força mais potente do mundo? A fé. 


As pessoas mais necessárias? Os pais. 


A mais bela de todas as coisas? O amor. 
  

  

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

REDONDILHAS DE NATAL E ANO NOVO EM FAMÍLIA


Mais uma vez é natal,
Festejemos o ano bom,
(Que seja comercial!)
Digamos, pois, em bom tom.

Digamos Feliz Natal,
E de todo coração
Pra os que são presencial,
Para todos que não o são.

Digamos de  coração,
Pois só assim Deus consente,
Comecemos a desejação
Aos que estão aqui presentes:

Desejemos bom natal
E um ano divino, pleno,
De conquista, assim,  geral
Primeiro pra Eva e Gileno.

Digamos, pois,  “Merry Christmas”
E um ano Bom genial,
“In new house and many kids”
Para Anísia e Pascoal.

Digamos Feliz Natal
E um ano assaz cristalino
De saúde e nenhum mal
Pra vovó e seu Gonçalino.

Digamos “Joyeux Noël”
E um ano que muito apraza
Com bênçãos vindas do Céu
Para o casal: Marco e Brasa.   

Peçamos Feliz Natal,
A deus, um ano fino, grácil
De união plena total,
Pra Elieuda e Bonifácio.

“Decid Feliz Navidad”
E um ano de muito amor,
Para Alice, “mucha felicidad”,
E pr’ este bardo amador.

Digamos Bom Natal
E um ano só de bonanças,
De diversão animal,
Para todas as crianças:

Victor, Juju, e para o Yan,
Que Deus muito os abençoe,
Isabelle e o niño  Juan,
Que os pecaditos perdoe.

Pra o que cá não viera
Bom Natal e Ano vindouro:
Vanessinha, Yuri e Vera,
 Que Deus os cubra de louro.

Pra outras crianças também
Feliz Natal e Ano Bom
Que os anjos digam amém
Que o façam em alto e bom som.

Não esqueçamos, então,
De dizer Feliz Natal
Para os que vivem em vão,
U’a vida triste ilegal.

Não, porém, para os políticos
Que nos roubam amiúde,
Deixando os niños raquíticos
E os adultos sem saúde.

Pr’eles não queiramos  mal,
Mas grã castigo de Deus:
O povo caia na real
E não lhes dê os votos seus.

                (Professor Alves, 23/12/2007)