(cultura
milenar)
Volto às
teclas debruçado,
Só pra minha
diversão
Também dos meus convidados
Porque
resolvi versejar
Sobre os
diversos ditados,
Que aprendi
com nosso povo
E de
provérbios chamados.
Começo então
comentando
Tem gente
que tendo emprego,
Porém não se
contentando,
Vai atrás de
outro alheio,
Depois acaba
sobrando:
Mas vale um
pássaro na mão
Que dois
pássaros voando
Debaixo desse
sol quente,
Que Deus nos
doou de graça,
Existe um
monte de gente
Que demonstra
ingratidão,
Reclamando
de presente,
De cavalo
dado, esquece,
Não se deve olhar
o dente.
Pra se ter
consecução
Daquilo que
está fazendo
Tem que ter
muita atenção
É preciso
paciência
É mister
resignação
E lembrar
que toda pressa
É imiga da
perfeição.
Se não fosse
as precisões
Não haveria
inventores,
Pois por
trás das intenções,
Estão sempre
as atitudes
Nascendo
assim as criações
Pois toda
necessidade
É a mãe das
invenções.
Este já é
bem conhecidão.
Meninos,
moços e velhos
Logo logo
lembrarão,
Pois todo
mundo já sabe
Que agir só
não pode não,
Já que
andorinha sozinha
Não sabe
fazer verão.
Joana de minha
tia,
Viúva dum
homem rude,
Jurava a
toda freguesia,
Depois de
muito sofrer,
Que jamais
se casaria.
Gato
escaldado, coitado,
Tem medo até
de água fria.
Gente há de
fofoca vasta,
Conta tim
tim por tim tim,
Esses pertencem
à casta
Daquelas
pessoas néscias,
Que muita
saliva gasta.
Mas pra bom
entendedor,
Só meia
palavra basta.
Coitado do
meu padrinho,
Canceriano
da peste,
Vive a cobrar
do vizinho
Uma rezinga
passada,
Quando eu
era menininho,
Não sabe que
águas passadas,
Nunca moveram
moinhos.
A paixão
dele era segura,
Mesmo sendo
um cara feio,
E ela sendo
ua belezura.
Num é que
casou com ela!
Água mole em
pedra dura,
Ele sabe
muito bem,
Tanto bate
até que fura.
Há seres não
bem ungidos,
Que mesmo
fazendo o mal,
Não acham
ter delinquido.
E quando lhes
vem o troco,
Percebem que
estão perdidos.
Porque quem
com ferro fere
Com ferro
será ferido.
Escritor sem
igualdade,
Machado nos
ensinou,
Com grande
sinceridade,
Que até os
míseros calos,
Possui
grande qualidade,
Pois servem
esses estorvos
Pra aumentar
a felicidade.
Este eu
aprendi na praça,
Mas muitos não gostam não,
Porém eu lhe
dou de graça,
Faça tudo
que eu disser,
Pra não cair
em desgraça
(Pois deste dito sou fã),
Mas o que eu
faço não faça.
Mamãe me
dizia assaz,
Para que eu
me protegesse
Desse perigo
fugaz,
E do perigo
amiúde:
Boas
romarias faz
Quem fica sempre
com os seus,
E está em
sua casa em paz.
É de Deus o
proceder,
É a base do
evangelho,
Sempre sempre
ouvi dizer,
Toda igreja assim
professa,
É a lei do bom viver:
Nunca faça
para o outro,
O que não
quer para você.
Li na minha
puberdade,
A este belo provérbio,
Pleno de
muita verdade:
Um homem em
fúria tem a força
De mil bois
e insanidade,
Mas só conseguirá
prodígios
Se tiver
serenidade!
Quase que
vejo a cena,
Pessoa assim
escrevendo,
com
sabedoria plena,
E eu
aprendendo cedinho:
Que tudo
vale a pena,
Trabalho,
esforço na vida,
Se a alma
não é pequena.
Aqui para
com os ditados,
Pedindo
sérias desculpas,
Se não são
do seu agrado,
Mas é o que
posso fazer,
Melhor que
ficar calado,
Pois escrevo
só por prazer
Não o faço
pra ser amado! (Professor Alves, se
preparando para o carnaval)