Trata-se de textos escritos a partir de experiências com pessoas, jovens e/ou adultas, para levar à reflexão sobre alguns aspectos da vida, como política, literatura, História, Felicidade. DEIXE UM COMENTÁRIO
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
APOLOGIA À CANÇÃO DO MUNDO
APOLOGIA À CANÇÃO DO MUNDO
(para Vanessa no seu aniversário de quatorze anos)
Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
O silêncio é tão insuportável que deu origem ao som
Como à luz a escuridão
O silêncio está sempre carregado de mistério, de sombra
(Mas sempre não é todo dia)
Não te iludas
Quando a cidade dorme, não dorme
É nesse silêncio profundo que amantes se dão
Revira-se pelas camas, e redes, e chãos, em busca de se achar
Não te iludas com o silêncio
Foi silenciosamente com três beijos que Judas cumpriu sua sina
Foi no silêncio de Ouro Preto que se confidenciou e se coseu uma nova bandeira
(ainda que tarde)
Foi nesse mesmo silêncio que um tal Joaquim a traiu.
Foi também em silêncio, que os vermes roeram as frias carnes de Machado, Augusto...
E foi no silêncio da asfixia química que o holocausto se consumou
Não te iludas.
Cultua um só tipo de silêncio: o benéfico
O silêncio do ler:
É nos mínimos intervalos entre as palavras que se descobre o mundo
Que se vislumbra a fantasia, e a realidade...
O silêncio do escrever:
É no correr da caneta ou das teclas que damos asas ao silêncio da imaginação
Que se recria o pensamento.
Mesmo quando amares, não o faças em silêncio.
Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
Deixa o silêncio aos mortos e as gargalhadas aos bobos.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
PROJETO PEDAGÓGICO
Quer conhecer o Projeto Pedagógico mais arrojado do planeta Terra? Então leia o romance Tragédia em Gil Vicente, que será publicado neste blog a partir desta sexta-feira, 09/10/2009. Nesse romance, Professor Cícero, um sonhador convicto, põe em prática seu projeto pedagógico que deixa a população de Gil Vicente com a pulga atrás da orelha. Dá pra perder?
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Falar de Tristeza como se falasse de Alegria
Falar de tristeza como se falasse de alegria foi, com certeza, a maior característica de Charlie Chapplin.Esse vídeo diz tudo, nessa versão inconteste de Djavan
domingo, 27 de setembro de 2009
VERSOS DE NATAL (PARA BRUNINHA, ANTES DO NASCIMENTO)
VERSOS DE NATAL
(Para Bruna, que em breve estará no meio de nós)
Despertará p’ra o ruído do mundo,
E a pequena beleza sem parelha
Terá de todos o apreço profundo.
Os deuses do Olimpo descerão
E os anjos do céu soarão trombetas
E felizes os homens dançarão,
Sob o zodíaco e luzes de cometas.
Os três magos a ti oferecerão
Ouro, metal que rege o universo,
Insenso e mirra ainda te trarão,
E eu te dou estes simples versos.
Teus pequenos olhos nada verão
Só os vultos ainda confusos, ledos,
Dos que por sobre ti se curvarão
Com sorrisos recobertos de medos.
Entanto teu pequenino sorriso
Iluminará a esperança que falta,
E todos sorrirão ante o viso,
Que os versos deste bardo não exalta.
Será assim, Bruna, teu nascimento,
Quando lágrimas de felicidade,
Do mundo em crise, como lenimento,
Encherão os corações de bondade.
Assim “O nascimento de uma criança” –
Alguém a máxima lembrará –
“Mostra-nos de Deus a bonança,
E nos diz que o mundo continuará”.
E logo a areia da praia sentirá
Do teu lindo pezinho a leveza
E a brancura da espuma virá,
Qual vassala, saldar a realeza.
De todos despertará a imaginação
Histórias das mentes em bloco
Para alegrar-te encantadas surgirão
E das câmaras terás todo o foco.
E ainda na praia ante o turbilhão,
Verás barcos que vão longe já
Teus pequenos dedos os apontarão
Velas ao vento, imenso, imenso mar.
Após ouvir-se-ão doces palavrinhas
“Papá, mamã”, e outras prenhes de candura,
E o teu mundo rirá ante tua vozinha,
Mas a lente te dirá “a vida é dura!”
Porém seguirás na vida a encantar
Com leituras, risos ternos e beijos;
Axé, forró e hinos a entoar,
Sem que as faces enrubesçam de pejo.
(Professor Alves, Outubro de 2008)
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
TODO DIA É DIA DOS NAMORADOS
ORAÇÃO DOS NAMORADOS
ELE:
Oh! Deus, permiti, pois, que esta que está
Ao meu lado permaneça sempre aqui,
Que seu sorriso me dê o que me dá:
Segurança e denodo pra seguir.
E quando em breve estivermos unidos,
Assim pelas leis dos homens casados,
Então pelas leis divinas ungidos,
Nossos corpos, fortemente, atados,
Eu terei tempo de mudar o mundo,
Pois saberei de sua eterna amizade
E contarei com seu amor oriundo
De uma relação feita de verdade.
E assim, num futuro não tão distante,
Contaremos às novas gerações
O quanto foi bom vivermos amantes
E termos unidos os dois corações.
ELA:
Oh! Deus, fazei que este moço que está
Ao meu lado, de minha alma amado,
Continue, como agora, a me amar,
Sereno, amigo e sempre denodado.
E um dia quando estivermos casados,
Eu, amparada no seu lindo braço,
Seus firmes passos pelos meus guiados,
Nós dois unidos sem nenhum embaraço,
Eu terei força pra enfrentar a vida,
Pois saberei de sua grande amizade
E poderei, por seu riso impelida,
Vencer na vida sem temeridade.
E quando a velhice chegar, sem dor,
Diremos a todos, de boa vontade,
Como foi lindo e vero o nosso amor
E quão grande nossa felicidade.
OS DOIS:
Amém!
DECRETO PROIBITIVO
Está decretado a partir deste dia
A proibição a qualquer tipo de doença
Enquanto se estiver amando,
Para o bem do amor e da alegria..
Indisposição, nem pensar, jamais,
Pois deixa os beijos e os abraços lassos,
Tosse só se for acesso de desejo,
Para que se dê, no outro, muitos amassos.
Conjuntivite, aí é de morrer!
Como se vai o ser amado mirar?!
Dengue! Pior. Essa é que não,
Queremos dengo e gestos de amar.
Pneumonia é ruim demais.
Imagine não poder suspirar.
Enxaqueca, ai, eu não quero dormir!
A não ser são, para com ela sonhar.
Sai asma, bronquite, rouquidão,
Sífilis, tuberculose, gastrite,
Mal-do-século, malária,
Hipertensão, coqueluche, faringite.
Vêm com tudo disposição e bem-estar.
Quando se ama se precisa de saúde,
Fortuna, sorte e felicidade,
Amor o dia inteiro, constante, amiúde...
SONETO DO BEIJO
(Porque beijar é bom demais)
Por que fechamos os olhos ao beijar?
Grande mistério para os que não amam
Mas está claro aos que se apaixonam:
Quem ama só o ente amado quer mirar.
Quando os lábios começam a se tocar,
As pálpebras lentamente se apagam,
Os corações rapidamente acalmam,
É a magia do amor a se manifestar.
Os sinos tocam, do alto caem lírios,
O resto são flores, sonhos, delírios
O balé das mãos que se tocam no ar...
Logo a respiração fica ofegante,
Inicia-se a revolução pujante,
Inicia-se por fim o ato de amar!!!
DESTINO
Homem e mulher, a que se destinam
Para o entrelaçamento amoroso,
Para o riso farto depois do gozo,
A união cheirando à fresca resina.
Antes no varandim, as mãos unidas,
A lua fitando mesmo sem vê-la,
Ou no barzinho, ouvindo estrela,
Só este pensamento une duas vidas.
Na favela, caatinga ou mansão,
Sem pejo, enigma nem mistério,
Homem e mulher, lúbricos, se olham.
O amor, o sexo movem uma nação.
Que digo! Galáxias inteiras se amam!
E nisso não há nenhum despautério.
SONETO ANTICIÚME
“O ciúme é a véspera do fracasso
E o fracasso provoca o desamor.”
(Alceu Valença)
Quem bem ao seu amado quiser
Das garras do ciúme fugirá.
É um sentimento demoníaco!
E só em torpes corações é que está.
Quantas vidas p’rele foram ceifadas...
E dizem com lágrimas a rolar:
─ Foi por amor, meu Cristo, que eu matei.
Punidos, os pecados vão purgar.
Uns dizem sem as palavras medir:
─ O ciúme é que é o tempero do Amor.
Que burrice! Se ele só traz a dor!
Por isso, amantes que estes versos lêem,
Desfaçam-se rápido desse inferno,
E vivam um grande amor, sincero, eterno.
SONETO DA RELAÇÃO
(Baseado na crônica de Rubens Alves)
A questão é mera e não requer cola:
Seu enlace é tênis ou frescobol?
Não pode ser do tipo futebol,
Porque envolve dois seres e uma bola.
Se tênis, meus pêsames, é mortal!
Se frescobol, parabéns, é brinquedo.
Se tênis, nele reina ódio e segredo!
Se frescobol, parceria total.
Pois se joga tênis pra derrotar.
Seu erro é a alegria do companheiro,
Já que a ação preferida é cortar.
Frescobol é jogo de cooperar.
Aqui, dialoga-se o tempo inteiro,
Logo, felicidade é acertar.
DIÁLOGO DA VIDA INTEIRA
A existência inteira é um diálogo!
Neste, entre seres, por demais franco,
Há um jovem afogueado a discutir
Com um velho já de cabelo branco.
O jovem, elétrico, agita os braços.
Assim, não pára um minuto sentado.
O velho, a cismar, com um sorriso brando,
Fita o chão, antes, por ele riscado.
O jovem, rebelde, é uma fogueira,
De chama, sensação e atitude.
O ancião, observando, logo pensa:
“Assim já fui, na minha juventude”
O jovem diz, entre riso nervoso:
─ Para mim, tudo tem que ser agora!
O velho ouve para depois falar:
─ O abraço o beijo, tudo tem sua hora.
Para o jovem, o gozo dessa vida
Precisa rápido se realizar.
O ancião, fitando a teia do tempo,
Diz: ─ Até isso, filho, pode esperar.
Os dois, cansados dessa brigaria,
Abraçam-se, e para casa se vão,
Porque a casa deles dois é a mesma,
É um prédio chamado coração
Amor é o nome do sábio, paciente,
quieto e tranqüilo ancião.
O outro, que atiça os sentimentos,
Atende por este nome: Paixão.
AMOR E POESIA
Fazer versos é como fazer amor.
Em atos ambos, a pressa tem que ser desprezada,
O cuidado, inexoravelmente, enaltecido.
O ser amado como o papel cuidadosamente
Sonhado
Festejado
Mirado.
Ela te dá o prazer do gozo dia após dia
Ele a alegria de não te repetires.
Cada palavra é um beijo,
Cada verso uma carícia,
E paulatinamente o poema se vai construindo,
E calmamente os corpos se constringindo.
Até o momento máximo da poesia realizada (o poema),
Até o sublime êxtase do líquido jorrado (e recebido).
Examina teu poema...
Contempla tua amada...
E,
Sem te preocupares com a resposta de Pessoa,
Pergunta-te se vale a pena amar qualquer uma,
Indaga-te se o poema não tem hora.
Fazer verso é como fazer amor.
TEXTÍCULOS
DIAS DOS NAMORADOS
Quando o sol do dia doze brilhar,
Ah! Meu amor, para você, beijos mil
À tarde, abraços loucos vão te apertar,
À noite, cala-te boca, é segredo, Psiu!.
FADO
Vi teu nome
No pára-brisa do tempo
E descobri
Que o nosso destino
Veio com o vento
Nas asas da criação.
QUARTO CRESCENTE
Vi-te um dia
Não sei por quê
Veio-me a alegria
Travestida de você!
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