Trata-se de textos escritos a partir de experiências com pessoas, jovens e/ou adultas, para levar à reflexão sobre alguns aspectos da vida, como política, literatura, História, Felicidade. DEIXE UM COMENTÁRIO
sexta-feira, 12 de junho de 2020
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
FATIANDO O TEMPO
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui pra adiante vai ser diferente
Para você,
desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.
Para você,
desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família esteja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe
desejar tantas coisas
mas nada seria suficiente…
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada
minuto, rumo a sua felicidade!
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui pra adiante vai ser diferente
Para você,
desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.
Para você,
desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família esteja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe
desejar tantas coisas
mas nada seria suficiente…
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada
minuto, rumo a sua felicidade!
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
INCÊNDIO, PISA E PISOTEIO
(Alves
Andrade)
Em um
depoimento à Rádio Bandeirantes, um professor de Direito disse que muitas vezes
se sente um professor incompetente ao dar aulas para alunos que não leem, não vão
ao cinema ou ao teatro, não viajam. E que em outros momentos se sente o melhor
professor do mundo, quando está diante de alunos que têm acesso à leitura, ao cinema,
ao teatro, a viagens etc. Com poucas
palavras, se faz entender e o tempo rende, e o aprendizado é quase imediato.
Lembrei-me
dessa entrevista devido aos resultados do PISA, exame internacional de
proficiência básica em Leitura, Matemática e em Ciência. O Brasil mais uma vez
fica atrás de cinquenta países, ocupando
a posição 57ª entre setenta países examinados. O máximo que se conseguiu foi a
compreensão de uma ideia explícita. Interpretar uma letra de Caetano Veloso,
impossível. Apesar de o novo presidente da Biblioteca Nacional, Rafael
Nogueira, ter associado o poeta, músico e pensador baiano ao analfabetismo de
nossos jovens. Segundo ele, os livros didáticos têm muitos textos de Caetano, Chico, Gabriel (o Pensador) etc, por isso nossos jovens não conseguem tirar
boa nota no PISA (grifo nosso)*.
Voltando
às palavras do professor de direito supracitadas, lembro-me de que tenho
colegas na rede pública de ensino que também trabalham na rede particular, em
grandes escolas, cujos alunos são bem alimentados, possuem padrão de vida
confortável, viajam, vão ao cinema (nunca ao teatro), mas não leem. Por esse
último motivo, continuam analfabetos e, se um dia se formarem em universidades
particulares, continuarão analfabetos. Esses colegas, pelo que me consta,
realizam o mesmo trabalho, com o mesmo denodo com que o fazem na rede privada.
O
professor de Direito está certo. Se trabalhamos com alunos mais predispostos ao
entendimento, eles vão brilhar mais rápido. O problema é que nem lá (na
privada) nem cá (na pública) existem leitores, logo não haverá entendimento. E se
aqueles vão se formar e continuar o legado de seus pais, estes não irão, mas o
legado será continuado por motivos óbvios.
Aqui,
a fome, a falta de oportunidade de leitura e o a falta de empenho do estado são
os grandes culpados pela derrota do menino. Lá, eles nunca serão vitoriosos,
porque diploma não resgata dignidade. Continuarão obnubilados pela incerteza da
existência. Terão dinheiro, filhos na mesma escola, quiçá fama, mas não serão
livres das amarras da ignorância, que os prendem nas teias do preconceito ou da
boçalidade mesmo.
Aqui,
a polícia, a serviço do Estado, continuará a mandar para o cemitério milhares
de jovens, como aqueles pisoteados em Paraisópolis, ou aqueles que são
chacinados todos os dias nos morros cariocas e nas ruas de Fortaleza, Teresina,
São Luiz, como os onze que foram violentamente assassinados pela polícia do Sr.
Camilo Santana, em 2015. A truculência do estado não tem partido, não tem
ideologia. Quando não for a polícia, serão as péssimas condições de vida que os
empurrarão para a vala comum, como as duas crianças que morreram hoje, pela
madrugada, queimadas em barracos Brasil a fora. Seja no jangurussu, em Fortaleza,
ou num barraco na zona sul de são Paulo, conforme a que estampou o portal G1,
deste 03/12.
No
entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar, Diz do fumo
entre os densos nevoeiros: "Vibrai
rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..." E o chicote
estala. O mesmo chicote citado por Castro Alves (não tem metáfora, não tem
figuras, é tudo verdade) foi o que encurralou os jovens num beco sem saída lavando-os
ao pisoteio, lá em Paraisópolis. O Capitão dos navios negreiros continuam em
ação, seja no Planalto seja nos camburões. Lembremos que todo camburão tem um
pouco de navio negreiro.
E os
ídices do Pisa? Que ídice? Precisamos primeiro lutar para que os índices de
assassinatos de jovens diminuam para que pensemos em crescimento nos índices da
Educação.
*(https://www.cartacapital.com.br/educacao/pisa-metade-dos-estudantes-brasileiros-ainda-nao-consegue-compreender-um-texto/)
terça-feira, 29 de outubro de 2019
FEMINICÍDIO: CRIME E COVARDIA
(Por Alves
Andrade)
“Mulher,
irmã, escuta-me: não ames!
Quando
a teus pés um homem terno e curvo
Te
jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias,
não, mulher. Ele te engana!
As lágrimas
são as galas da mentira
E o juramento,
o manto da perfídia!”
(Macedo)
Queria aqui
refletir,
Sobre coisa
acontecida,
Quisera ser
coisa boa,
Não é de
morte morrida,
É sim de
morte matada,
Que abre em
corações ferida.
U’a matança
de mulher,
Tal qual
fosse planejada,
No Brasil de
norte a sul,
Não tem
classe desejada,
Pobre e rico
mata e morre,
E a justiça
não faz nada.
Porém isso
não é de hoje,
Desde que
era pequenino,
Sabia
histórias assim,
Morte ao
sexo feminino
Executada
por homens
Desse sexo
masculino.
***
Creusa, uma
linda mulher,
Cujo marido
a matou,
Foi com
lâmina afiada
Que o crime se
perpetrou.
Faz tempo que
aconteceu
Minha
infância o relembrou.
Ela, nossa
conhecida,
Mulher de
muita alegria,
O marido um
capadócio,
Vida rastrera
vivia,
tinha ciúmes
da esposa,
Nada pra
ver, e ele via.
A notícia,
divulgada
Pelas rádios
da cidade,
Monstro
abalo onde morávamos,
Grande a
infelicidade,
Moça mui bonita
e jovem
Vítima de atrocidade.
***
No ano de
setenta e seis,
Fato triste
ali se deu:
Musa,
libérrima e audaz,
Ângela Diniz
morreu.
O assassino
endiabrado
Era o companheiro
seu.
Este fato
foi pior
Porque o canalha
saiu
Da prisão
dias depois,
O país
inteiro viu
Dizer-se pra
todo mundo:
Ela o marido traiu.
Falo de
Ângela Diniz,
De Doca
Street companheira,
Dizimada
então por ele
Teve a
imagem na lameira
Mas isso
mexeu com a turma
Feminina
brasileira.
A tese dessa
defesa
Acusava-a de
adultério,
Prostituta e
muito mais.
Vejam só que
despautério!
Denegriu a
imagem sua,
Às portas do
cemitério.
Foi grande a
iniquidade,
Foi tamanha a
covardia,
O caráter
dessa musa
Foi tratado
à revelia.
O bandido fora
preso
Mas já é livre
hoje em dia.
***
Mil
novecentos e um,
Início de um
tempo novo,
O orbe não
tinha acabado,
Era bom o
preço do ovo
Havia muita esperança
Na face
rubra do povo.
A mulher
bonita e jovem
Na casa de
jogo entrou,
Foi lá
buscar o marido,
Que o
dinheiro ali jogou.
Surrou-a
perante todos
E em casa ele
a matou.
Esse fato
aconteceu
No sul do
nosso Brasil,
Foi em
Caxias do Sul
Que esse indivíduo
vil
Matou sua
amada esposa
E o albor do
século viu.
***
Há pouco uma
empresária,
Aqui mesmo
em Fortaleza,
Morreu de
morte matada,
Foi bem
grande a malvadeza,
Todo mundo
sabe disso,
Mas é grande
a safadeza.
O bandido
advogado,
Querendo o dinheiro
seu,
Matou logo a
coitadinha
Pelo amor
que ela lhe deu,
Não foi nem
por um ciúme
Que o crime ele
cometeu.
Foi tudo
pela ganância
Que o
bastardo praticou
Feminicídio
violento,
De suicídio
ele chamou,
E a justiça
cearense
No calhorda
acreditou.
Tenho pena
da família
Daquela
pobre criatura,
Filho chora
noite e dia,
A pobre mãe
inda atura
A face desse
indivíduo
Mentindo
tanto que jura.
***
Vê como a
justiça é falha,
Numa praia
mesmo aqui,
Um indivíduo
assassinou,
Na praia do
Icaraí,
A filhinha e
a mulher,
Já está
solto por aí.
Mesmo tendo
confessado
Como o crime
consumou,
O juiz
mamanaégua
Logo logo
ele soltou,
Incentivando
outros crimes.
Nem mesmo
nisso ele pensou?
***
Um indivíduo
seboso
Na cidade
Pedra Branca
Matou uma
bela menina
Muito rica e
muito franca
Porque ela decidiu
Acabar com
sua banca.
O homem
nojento e feio
Chegou na
fazenda lá,
Se fazendo
de bonzinho,
Começou a
trabalhar,
Se botou
para a menina
Que o mandou
coquim catar.
A besta fera
queria
Seus desejos
afogar,
Planejou um plano
velho
Para a
coitada estuprar,
Até dinheiro
o matador
Conseguiu
ele ajuntar.
Depois do
fato consumado,
Não ainda
satisfeito,
Matou a bela
menina,
Porque era
um mau sujeito,
Foi embora
pro sertão
Onde foi
preso, com efeito.
***
Esses são apenas
casos
Que ecoam
pela mídia,
Mas há
milhares no olvido
Repletos de
igual perfídia,
Perpetrados
por maldade,
Feitos com
toda insídia.
Todo dia é
uma loucura
O que vimos
na telinha,
Notícia de
mulher morta
Por doutor
ou flanelinha,
Ninguém
escapa da fúria
Desse trem
fora da linha.
Não é de
hoje não
Que acontece
coisa assim,
Mas os casos
eram vistos
Tal coisa
banal, enfim,
Homens donos
de mulheres,
Era uma coisa
ruim.
Mas ao longo
da história
Bastante
coisa mudou,
A mulher
saiu de casa,
Foi à rua e lutou,
Bateu o pé, disse
não,
Seu direito
conquistou.
Entretanto o
bicho homem
Indignado se
tornou
E na recente
história
Endiabrado
ele ficou,
Arrogância
lhe sobrando
A
companheira ele ceifou.
A justiça
então criou
O termo
feminicídio,
Que não deve
ser tratado
Como mero
homicídio,
E não se deve
ter dúvida
De que não
foi um suicídio.
É quando o
homem assassina
A
companheira ou namorada
Por ciúme ou
baboseira
Ou pra ter a
alma lavada,
Agora vai
pra cadeia,
Vai curtir
cela fechada.
Entretanto
me parece
Que o efeito
não surtiu,
Pois duzentas
mulheres
Morreram de
forma hostil,
Apenasmente
neste ano!
Perda que o
filho sentiu.
Pela ira do
assassino,
A morte elas
encontraram
Por todo
tipo de arma,
Facão e
pistola usaram,
Pau, pá, enxada
e pedra
Até pelas
mãos mataram.
É preciso
que a justiça
Deste Brasil
imenso
Pare esse
rio de choro
Que encharca
do filho o lenço
Mostre ao
homem mau
Que a mulher
não lhe pertence.
Peço assim
divulgação
Para esse
apelo chegar
A milhares
de consciência
E o homem
mentalizar
Que o amor
de uma mulher
Não dá pra
se apropriar.
Que é bom
esquecer o passado
Quando a lei
estipulava
Que a mulher
era submissa
Ao homem com
quem casava,
Mesmo se era
infeliz
Mesmo quando
mal passava.
Mas hoje os
dias são outros,
Mulher e
homem iguais,
Esteja junto
ao marido,
Seja na casa
dos pais,
É bom ir se
conformando,
O tempo não
volta mais.
Fim!
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