terça-feira, 6 de julho de 2010

BRASIL X HOLANDA, CRÔNICA DO TEMPO

DE 1974 A 2010, UMA CRÔNICA DO TEMPO

Quando o Brasil entrou em campo, nessa sexta-feira, 02 de julho, para enfrentar a seleção de Holanda, eu não imaginava que aquele 03 de julho de 1974 estava para se repetir. Não que eu não esperasse uma derrota, visto que a seleção de Dunga até lembrava aquela de Zagallo. A música de Luiz Américo, Camisa 10:

Desculpe, seu Zagallo
Mexe nesse time que tá muito fraco
levaram uma flecha e esqueceram o arco
botaram muito fogo e soltaram um furacão
que não saiu do chão
(…)
Cuidado, seu Zagallo,
O garoto do parque tá muito nervoso
e esse meio campo fica perigoso
parece que desliza nesse vai-não-vai
quando não cai...”

representou tão bem aquela como essa seleção.
Mas o que mais despertou a atenção nessa sexta-feira, além do resultado e da desclassificação foram algumas coincidências. Naquele ano o Brasil também começou bem, apesar de ter levado um pequeno sufoco da laranja, com um chute de Kruyff e uma defesa sensacional de Leão. Mas logo o Brasil tomou conta das ações tomou a iniciativa. Numa penetração de Claudiomiro, que, dando um banho de cuia no zagueiro holandês, quase entra com bola e tudo. Se o juiz quisesse marcar pênalti, não haveria quem reclamasse. E o jogo seguiu nessa tocada até o final do primeiro tempo. Mas é preciso salientar que o a equipe brasileira se punha muito nervosa, com Rivelino fechando para cima dos adversários por “dá-cá-aquela-palha”. O nervosismo tornou-se mais claro quando Jairzinho de frente para o gol e livre de marcação chutou para fora à esquerda do arqueiro holandês. Sem dar acréscimo, o árbitro finalizou o primeiro tempo. Aí veio o destempero. Aos 5 minutos Kruyff abriu o marcador, sexta agora foi aos 8. A partir daí o Brasil batia cabeça e a Holanda batia bola, até que aos 18 minutos, nessa sexta foi aos 22, numa jogada envolvente, a laranja mecânica fechou o placar, com o mesmo atacante. Para aumentar a coincidência, Luiz\ Pereira foi expulso aos 38. Felipe Melo também foi expulso neste último jogo.
Coincidências de jogo, coincidências da vida. Em 1974 eu tinha nove anos, a mesma idade que meu filho tem hoje. Eu estava aprendendo junto com meu pai a admirar futebol, a escolher meus craques, a repudiar outros nem tanto. Estava aprendendo a torcer pela nossa seleção. Ao final do jogo vi, com lágrimas no olhos, meu pai levantar da ponta do sofá, de onde de sempre assistia aos jogos, dirigir-se à televisão em preto e branco, desligá-la e dizer: “Eh! Agora só em 78!” e as imagens da derrota se fecharam ante meus olhos, mas não foram desligadas da minha cabeça. O tempo passou, copas passaram, vieram vitórias e derrotas, e... de repente olho para meu filho, e ele está com os olhos cheios d'água, entre soluços entrecortados, e me vem à tona toda aquele passado, exatamente 35 anos, 363 dias e 23 horas depois. Agora eu sou o pai, ele o filho, e o avô não mais está entre nós. Que cruel e curioso é o tempo! Não, não levantei da ponta do sofá, de onde assisti aos jogos desta copa, não desliguei a televisão, apenas passei a mão em seus cabelos, abracei-me a ele e chorei por um monte de coisas, passadas e presentes, mas principalmente pela certeza de que a história se repetirá, e eu não estarei aqui para contar.
(Professor Alves, 06/07/2010)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

MEU AMIGO, O PRIMO

Chamávamos a ele “Primo”, um apelido que ganhou devido às exibições do quadro “PRIMO RICO E PRIMO POBRE”, em que Paulo Gracindo, juntamente com outro grande nome da televisão, cujo nome me foge à memória, representavam esses papéis. O certo é que Primo era uma figura inusitada. Nunca conheci pessoa mais feliz. Tudo era motivo para rir, estava sempre tirando brincadeira com um e com outro. Isso me faz agora refletir que a Felicidade se encontra nas coisas simples. Disso todo mundo sabe, mas não me refuto a afirmar isso, mesmo sendo verdade e conhecimento absolutos. Porque Primo era simples, humilde, ingênuo e Feliz. Às vezes nos arvoramos, achando que somos um poço de conhecimento, ou um livro de sabedoria, para depois nos entristecermos, reconhecendo que não somos de nada, e que os verdadeiros sábios são pessoas como o Primo.
Primo não morreu ainda. Acho! Pois pessoas como ele vivem muitos anos, principalmente  nas memórias. Se falo no passado é que ele se foi das minhas relações, nunca mais o vi. Gostaria de dizer “nunca mais o vimos”, mas também não vejo aqueles outros que comigo admiravam o Primo e se compraziam com sua alegria. O tempo é cruel, se atreve à colunas de mármores quanto mais a amizades de palha, para parafrasear Vieira. E passou, mas não deixou de ficar (agora é Drumond). E deixou com ele as lembranças livres e sorridentes de um tempo cujo valor a gente só dá quando já ficou bem para trás.
Deixemos as reflexões e lembremos de um fato, cuja lembrança me fez sentar à frente desta máquina para tentar relatá-lo. Estávamos na flor da idade, conforme reportado, treinávamos a arte de Funakoshi, jogávamos futebol e paquerávamos garotas. Primo nunca teve muita sorte com as mulheres, talvez seu olhar brincalhão e sua ingenuidade. Ou talvez sua fixação por mulheres do baixo meretrício, fosse o motivo de sua inacessibilidade aos lábios das moçoilas da época. Era uma sexta-feira à noite, saíamos do cursinho quando Primo me fez o convite para visitarmos uma dessas casas.  Tentei desviar da ideia reportando minha usual liseira. Ao que meu amigo cortou dizendo que era um passeio rápido e que me pagaria uma cerveja e uma carteira de cigarro. Primo não fumava e nem bebia. Alegrei-me com a ideia e o acompanhei. Era um recinto para mim à época estranho. Homens fortes vestidos de paletó estavam por todos os lados, o ambiente tresandava a álcool e nicotina, cheiro nada estranho a mim. Além é claro do perfume barato e das toalhas vermelhas que davam um tom sensual de preço baixo ao ambiente. Moças e outras nem tanto circulavam com sorrisos de algodão-doce e olheiras cavadas, que lhes revelavam o sofrimento de diamante. Em uma clareira feita por um conjunto de mesas, um bêbado tentava retirar dos bolsos o que não mais havia, e olhava para o garçom com um sorriso de quem diz, “mas estava nesse bolso!” e tornava a buscar no outro. Enquanto enchia primeiro o copo de cerveja e acendia o primeiro cigarro, vi o Primo chamar uma garota, cujo    vestido decotado deixava transparecer apartadas as carne de seus seios. Era um vestidinho azul, dois palmos acima do joelho e que atrás ficava mais curto devido ao tamanquinho alto que lhe arrebitava o bumbum, tornando-o apetitoso. Logo me vi sozinho, para voltar a admirar o ambiente e suas figuras pitorescas. Não deu meia hora, meu companheiro estava de volta. E foi logo dizendo: “Primo, hoje eu estou demais!” (Acho que esqueci de dizer que o Primo chamava todos mundo de “primo”) E foi contando suas peripécias à Ponciano de Azeredo, aquela personagem maravilhosa do romance O Coronel e o Lobisomem. 
Já de cerveja nova na mesa e acendendo mais um cigarro, e meu amigo de refrigerante trocado, vi que ele procurava outra garota. Até que seus olhos deram com uma garota dentro de um vestidinho bege, de gola alta e sandália baixa. Rápido, perguntou o que eu achava dela, mas antes que lhe respondesse, chamou-a para perto de si. Ela me olhou com olhos cúmplices, pediu-me um cigarro e colocou a mão sobre o ombro de meu amigo, que, sem demora, levou-a para o quarto. Ao retornar, me indagou novamente  o que eu achara da moça, ao que lhe respondi:
¬ Mas Primo, essa moça era a mesma com que você saíra há pouco tempo, ela apenas trocou de roupa!
                  Professor Alves, 05/07/2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

CACHAÇA COM SALMÃO

Uma história, ou ficção?
Vou contar para vocês
pra mostrar, nesse mundão,
que não surgiu de uma vez,
há fatos inusitados
sem nenhuma explicação.

Chico Papada, um apelido,
De um Francisco das Chagas,
mui tímido não temido
que morava nessas plagas
a fé em Deus tinha muita
de dinheiro desiludido.

O homem era trabalhador,
ganhava a vida nos carros
limpando radiador,
ou então fazendo barro,
e outro tipo de serviço
pra erguer casa de doutor.

Era ele crente que na vida
tudo fora sempre assim
alguns pra folgar na lida
outros pra vida ruim,
e só bem depois da morte
vida boa é garantida.

Deixando um dia oficina,
com os ombros encurvados,
mirou perna de menina,
sorriu com os lábios parados,
mesmo sem tostões furados,
olhou pro bar de Marina.

Matar bicho não podia,
grande era sua liseira,
fiado não se vendia,
pensou então na companheira
que em casa estava só,
foi se divertir com Maria.

Já estava perto de casa
quando a vontade o atacou,
perturbando-o feito brasa
prum terreno ele saltou
e ali mesmo aperreado
foi que a massa ele arriou.

Já saía de fininho
quando um saco ele avistou,
chegou bem devagarinho,
calmamente se agachou,
“Ah! se fosse um dinheirinho”.
foi isso que ele pensou.

Mas para sua surpresa
não havia dinheiro não,
era um peixe, cor vermelha,
peixe de nome salmão
do qual não sabia parelha
o qual não conhecia não.

Pôs-se então a caminhar
indo pra casa retinho
porém antes de lá chegar
topou o colega Dezinho
Que se pôs a papear
tirando dele o caminho.

O amigo logo o chamou
pra tomar uma lapada
A cabeça meneou
não tinha dinheiro pra nada
quando o colega indagou,
perguntou a Chico Papada:

“Desculpe meu grande amigo
mas que neste saco traz?”
“Nada que traga perigo
é só peixe e nada mais
que achei lá naquele abrigo.”
Explicou logo o rapaz.

“Que tipo de peixe é que é,
você pode me dizer...”
“É um que nunca vi, Dé,
sei nem se dá pra comer
Vou levando pra mulher
pra comer no anoitecer.

O amigo então o saco abriu.
“Cara, disse, é peixe raro,
de certo, pobre não viu,
o quilo deve ser caro,
vamos vender à Jamil
e tomar cachaça, é claro!”

pra lá se foram então,
mostraram pra mulher
que comprar queria não,
tornaram assim a bater pé,
debaixo do braço o salmão
seja o que o bom Deus quiser.

Depois de bem caminhar,
conseguiram-no vender
foram então ao amigo bar
pra começar a beber
para assim o bicho matar
e os problemas esquecer.

Mas só que Chico Papada
o peixe todo não vendeu
tirou dele uma lapada
pra lembrar do gosto seu
foi tomar suas tragadas
pois de água a  boca encheu.

Já no bar ele pediu
para dona o peixe assar,
mas algo estranho sentiu
porém não era de assustar
nem sequer o amigo viu
crispada a face ficar.

O peixe que ele tirou
não era muito grande não,
num tom solene fitou,
com uma garfada de salmão,
foi que o gosto ele tirou
nem limpou a boca com a mão.

Aí ficou diferente
coisas sem tino falou
olhou todos de repente
“tragam-me um bordeaux”
falando num tom insolente,
todos no bar assustou.

desfilou pelo salão,
viu os colegas de soslaio,
como a buscar um garção
mandou procurar o baio:
“Não posso estar aqui não!”
mostrou mui insatisfação.

Depois dessa encenação,
sentou no mesmo lugar,
encostou-se no balcão,
pôs-se então a cogitar
tomando pinga e salmão
sem de nada se lembrar.

Daquele dia em diante,
porém, Chico não era o mesmo,
andava meio distante,
andava por aí a esmo
não era o de sempre falante
que bebia com torresmo.

Era sempre visto sozinho
cismando em quê não se sabia,
se alguém vinha de mansinho,
sem resposta ele saía,
não mais falou com os vizinhos,
também ao bar não mais ia.

‘Té a companheira, Maria,
Aos poucos abandonou,
procurá-la não queria,
os filhos não abençoou,
pôs se nessa letargia
do mundo ele se isolou.

Seu companheiro Dezinho
um dia pra ele chegou
“o que que há meu amiguinho
que bicho te molestou
que te faz andar sozinho
que de nós o afastou?”

Passando as mãos no cabelo
disse “tá meu grande amigo
se queres mesmo sabê-lo
só a ti, Dezinho, te digo
foi o salmão, após comê-lo
me vi longe em outro abrigo

“Lembrei uma vida passada
em que era eu um magnata,
não me chamavam Papada,
vestia terno e gravata
pisava rua calçada
não tinha essa vida ingrata.

“Bebia vinho bordeaux,
deixando o gosto a salmão
morava em um bangalô
fome não passava não
trabalhava num birô
Não era má a vida não.”

Dé desconheceu o amigo
Pelo novo linguajar,
sabia estar em perigo,
sem saber como o ajudar:
“está presa do inimigo!
Essa agora é de lascar!”

O tempo foi-se passando,
Chico enfim se escafedeu,
mesmo ele se procurando,
com ele ninguém nunca deu
mas ninguém ficou chorando,
por ele ninguém morreu.

Criou-se então uma lenda
muitos dizem “suicidou-se”,
histórias se ouvem na venda,
dizem “ Satã o levou,
teve com ele uma contenda,
e o tinhoso essa ganhou”!

Maria a outro se juntou,
a dezinho o melhor amigo,
logo ninguém mais lembrou
daquele vizinho antigo,
a vida assim descambou.
O tempo é nosso inimigo!

Um dia lá apareceu
um homem muito diferente
dos que por ali viveu,
homem assim diligente
ninguém ali conheceu.
Tudo muito de repente!

Montou perto da cidade
uma fábrica de cachaça,
deu emprego à sociedade
e sem pejo e sem chalaça
pôs ali felicidade
sem precisar muita graça.

Mas algo chamou a atenção:
Foi construída uma praça
no meio do quarteirão,
O símbolo era cachaça,
ao lado de um grande salmão
do qual só tinha a carcaça.

O dono ninguém conhecia
nem sabia onde morava
o rosto dele ninguém via
num carro preto ele andava
o nome ninguém sabia
nem os que pra ele trabalhava.

Esta história aqui se encerra
Como o bardo inglês diria:
“Há mais mistério na terra
que sonha a filosofia”.
( Professor Alves)
04/12/2006

quarta-feira, 23 de junho de 2010

OS CINCO MANDAMENTOS DA FELICIDADE

SE FICARMOS OLHANDO PARA O QUE AS OUTRAS PESSOAS PENSAM OU DIZEM, JAMAIS FAREMOS ALGO QUE SATISFAÇA O NOSSO CORAÇÃO.”


Na verdade, não há nada que façamos ou que digamos que satisfaça a todos. É necessário, urge que aprendamos a viver de acordo com algumas leis:

1ª Somos o que somos, e se o que somos não atrapalhar a vida dos outros, não prejudica ninguém, então estamos certos como somos. Porque nossa identidade, assim como a nossa liberdade, termina onde começa a identidade e a liberdade do outro.

2ª Devemos aprender a SER, para termos consciência de que aquilo que fazemos ou dizemos é bom para nós e para o meio no qual estamos inseridos. É impossível, portanto, sermos felizes isoladamente. Queiramos ou não nós precisamos do outro para nos sentirmos inteiros. Caso contrário seremos apenas um lado de uma moeda.

3ª As pessoas não nos aceitam como somos apenas porque somos, ou porque queremos, mas porque convencemos a elas de que o que somos é bom tanto para nós como para elas, para o coletivo. A aceitação de poucos requer a aquiescência de muitos.

4ª Não há nada mais cruel e desumano do que você se impor a alguém pela força, na marra. É preciso que nos imponhamos pela gentileza dos nossos atos e das nossas palavras, que necessariamente devem ser úteis, pois atos e palavras vãs vão-se com o primeiro vento.

5ª Aceitar as pessoas como elas são é um bom caminho para a nossa própria aceitação. Admirá-las e mesmo tolerá-las representa para o mundo o que somos, como vivemos e indica a procedência de nossas ideias e atitudes.

Portanto, para sermos felizes, é necessário que sejamos nós mesmos, para que as pessoas nos respeitem e nos admirem e, principalmente, aprendam conosco, porque não há realização maior do que o ato de ensinar. Cristo morreu por toda a humanidade, mas os seus ensinamentos jamais morrerão, Por isso sua obra maior foram os ensinamentos, por isso ele se imortalizou. Sejamos o que somos, acreditemos em nossas próprias opiniões, em nossas potencialidades em nossos sonhos. Lembremos as palavras de Renato Russo: “Se queres alguém em quem confiar, confia em ti mesmo”.

SEJAMOS FELIZES!
(Por Professor Alves)

terça-feira, 15 de junho de 2010

ADOLESCÊNCIA

Definição: o que é adolescência 
Adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre a infância e a fase adulta. Este período é marcado por diversas transformações corporais, hormonais e até mesmo comportamentais. Não se pode definir com exatidão o início e fim da adolescência (ela varia de pessoa para pessoa), porém, na maioria dos indivíduos, ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade (período definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde).
Adolescência e puberdade

Muitas pessoas confundem adolescência com puberdade. A puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e meninas. É durante a puberdade (entre 10 e 13 anos entre as meninas e 12 e 14 entre os meninos) que ocorre o desenvolvimento dos órgãos sexuais. Estes ficam preparados para a reprodução.

Durante a puberdade, os meninos passam pelas seguintes mudanças corporais e biológicas: aparecimento de pêlos pubianos, crescimento do pênis e testículos, engrossamento da voz, crescimento corporal, surgimento do pomo-de-adão e primeira ejaculação.

Entre as meninas, as mudanças mais importantes são: começo da menstruação (a primeira é chamada de menarca), desenvolvimento das glândulas mamárias, aparecimento de pêlos na região pubiana e axilas e crescimento da região da bacia.

Hormônios e comportamento

Durante a adolescência ocorrem significativas mudanças hormonais no corpo. Além de favorecer o aparecimento de acnes, estes hormônios acabam influenciando diretamente no comportamento dos adolescentes. Nesta fase, os adolescentes podem variar muito e rapidamente em relação ao humor e comportamento. Agressividade, tristeza, felicidade, agitação, preguiça são comuns entre muitos adolescentes neste período.

Por se tratar de uma fase difícil para os adolescentes, é importante que haja compreensão por parte de pais, professores e outros adultos. O acompanhamento e o diálogo neste período são fundamentais. Em casos de mudanças severas (comportamentais ou biológicas) é importante o acompanhamento de um médico ou psicólogo.

Socialização

Uma marca comum da maioria dos adolescentes é a necessidade de fazer parte de um grupo. As amizades são importantes e dão aos adolescentes a sensação de fazer parte de um grupo de interesses comuns.

Gravidez na adolescência

No Brasil atual, a gravidez precoce tem se transformado num grande problema de saúde pública. Com poucas informações e uma vida sexual ativa cada vez mais precoce, muitas adolescentes estão engravidando numa época da vida em que se encontram despreparadas para assumir as responsabilidades de mãe. Ao se tornarem mães, estas adolescentes acabam deixando de lado uma importante fase de desenvolvimento (algumas até mesmo abandonam os estudos). Mais preocupante são aquelas que buscam o aborto, tirando a vida de um ser e colocando em risco suas próprias vidas. 

DONA VERA E SUAS IDIOSSINCRASIAS

 DONA VERA E SUAS IDIOSSINCRASIA
Recém-chegada do interior, que dizer neófita na capital, veio trabalhar em minha casa, digo apartamento, como secretária do lar, terminologia utilizada como eufemismo para empregada doméstica. Não sei porque alguns termos não combinam com aquilo que tentam representar, são termos cunhados por infelizes que não atinaram para a dinamicidade da língua. Deve ter sido isso que aconteceu com o desfamigerado termo “ludopédio”, inventado pelos xenófobos da língua para substituir o insubstituível futebol.
Pois bem. Então veio trabalhar de empregada doméstica, com todo orgulho. Mas tinha suas idiossincrasias, para não dizer particularidades. Não me perguntem por que preferi a primeira a esta, talvez por fome de vocábulos. Dona Vera, como dei de chamar, por respeito, não tinha afeição por nenhum objeto que viesse substituir os que já conhecia. Vassoura para ela tinha de ser de palha, se eu comprava panos de chão no supermercado, ela os guardava carinhosamente na gaveta do armário e os engomava sempre. E buscava entre as roupas velhas sobremaneira camisetas, também conhecidas por camisas de malha, não sei por quê, e ia passar o pano, ou melhor, a camisa no chão. Se reclamava, como muito jeito, ela redarguia de pronto: “seu Alves parece que é doido, usar pano bem novim no chão. Quando ficarem velhos eu passo.” Embasbacava-me sem ter o que dizer , pois apesar da voz mansa quase cantada, ela era peremptória. Esta última veio-me de um saudoso professor de latim. Apaixonei-me por ela, pela palavra, não por dona Vera, e nem procurei-lhe o sentido. Afinal peremptório só pode significar peremptório, ora essa. As palavras são aquilo que são, não adianta querer lhe emprestar outro sentido. Até hoje só fui traído por uma palavra: BRANDO. Toda vez que lia numa receita, “deixar coser em fogo brando”, minha voz forçava a leitura e eu não pensava duas vezes, aumentava o fogo para seu limite máximo, se é que existe limite mínimo. Para minha desfeita o prato nunca saía conforme o esperado. Até que compreendi o significado de “brando”, sem ir ao dicionário, mas depois de muitas receitas perdidas.
Pois bem, para finalizar esta crônica, pois crônica, para parafrasear Mário de Andrade, é aquilo que escrevemos e dizemos que é uma crônica, vamos voltar à Dona Vera. Estava eu na escola em que trabalho quando apareceu um desses vendedores de tudo. Esses caras são mais psicólogos do que vendedores. Colocou os olhos nos meus e os dele brilharam. Devo concordar: sou presa fácil. Ele nos apresentava um produto que seria o sonho de qualquer empregada doméstica: um rodo com um cabo longo para que o usuário ou a usuária, para evitar sexismo de linguagem, não forçasse a coluna e um absorvedor de água fabuloso. Tinha um dispositivo com o qual você espreme a esponja absorvedora da extremidade para secá-la e depois tornar a passá-la no chão deixando-o incrivelmente seco. Qualquer um ou qualquer uma levaria menos da metade do tempo normal para deixar uma casa limpa com aquele instrumento. Qualquer um ou qualquer uma, mas não Dona Vera, que foi logo pegando o objeto e guardando no mais recôndito lugar da despensa, dizendo “Seu Alves parece que num tem juízo, de querer que eu passe um negócio desse bem novim no chão”. E foi se curvando com o velho rodo e seu cabo roído para limpar o hall. E eu a partir desse dia, desisti do propósito de comprar uma linda cafeteira que vira numa loja de eletrodomésticos.
(13/06/2010, Professor Alves)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PAI NOSSO MEDITADO




Pai Nosso meditado



Autor: desconhecido 
CRISTÃO: Pai nosso que estais no céu...
DEUS: Sim? Estou aqui.
CRISTÃO: Por favor, não me interrompa, estou rezando!
DEUS: Mas você me chamou!
CRISTÃO: Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou rezando. Pai nosso que estais no céu...
DEUS: Aí, você chamou de novo.
CRISTÃO: Fiz o que?
DEUS: Me chamou. Você disse: Pai nosso que estais no céu. Estou aqui. Como é que Posso ajudá-lo?
CRISTÃO: Mas eu não quis dizer isso. É que estou rezando. Rezo o Pai Nosso todos os dias, me sinto bem rezando assim. É como se fosse um dever. E não me sinto bem até cumpri-lo...
DEUS: Mas como podes dizer Pai Nosso, sem lembrar que todos são seus irmãos, como podes dizer que estais no céu, se você não sabe que o céu é a paz, que o céu é amor a todos?
CRISTÃO: É, realmente ainda não havia pensado nisso.
DEUS: Mas, prossiga sua oração.
CRISTÃO: Santificado seja o Vosso nome...
DEUS: Espere aí! O que você quer dizer com isso?
CRISTÃO: Quero dizer... quer dizer, é... sei lá o que significa. Como é que vou saber? Faz parte da oração, só isso!
DEUS: Santificado significa digno de respeito, Santo, Sagrado.
CRISTÃO: Agora entendi. Mas nunca havia pensado no sentido dessa palavra
SANTIFICADO ... "Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu..."
DEUS: Está falando sério?
CRISTÃO: Claro! Porque não?
DEUS: E o que você faz para que isso aconteça?
CRISTÃO: O que faço? Nada! É que faz parte da oração, além disso seria bom que o Senhor tivesse um controle de tudo o que acontecesse no céu e na terra também.
DEUS: Tenho controle sobre você?
CRISTÃO: Bem, eu freqüento a igreja!
DEUS: Não foi isso que Eu perguntei. Que tal o jeito que você trata os seus irmãos, a maneira com que você gasta o seu dinheiro, o muito tempo que você dá à televisão, as propagandas que você corre atrás, e o pouco tempo que você dedica à Mim?
CRISTÃO: Por favor. Pare de criticar!
DEUS: Desculpe. Pensei que você estava pedindo para que fosse feita a minha vontade. Se isso for acontecer tem que ser com aqueles que rezam, mas que aceitam a minha vontade, o frio, o sol, a chuva, a natureza, a comunidade.
CRISTÃO: Está certo, tens razão. Acho que nunca aceito a sua vontade, pois reclamo de tudo: se manda chuva, peço sol, se manda o sol reclamo do calor, se manda frio, continuo reclamando, se estou doente peço saúde, não cuido dela, deixo de me alimentar ou como muito...
DEUS: Óptimo reconhecer tudo isso. Vamos trabalhar juntos Eu e você, mas olha, vamos ter vitórias e derrotas. Eu estou gostando dessa nova atitude sua.
CRISTÃO: Olha Senhor, preciso terminar agora. Esta oração esta demorando muito mais do que costuma ser. Vou continuar: "o pão nosso de cada dia nos daí hoje..."
DEUS: Pare aí! Você está me pedindo pão material? Não só de pão vive o homem, mas também da minha palavra. Quando me pedires o pão, lembre-se daqueles que nem conhecem pão. Pode pedir-me o que quiser, desde que me veja como um Pai amoroso! Eu estou interessado na próxima parte de sua oração. Continue!
CRISTÃO: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"
DEUS: E o seu irmão desprezado?
CRISTÃO: Está vendo? Olhe Senhor, ele já criticou várias vezes e não era verdade o que dizia. Agora não consigo perdoar. Preciso me vingar.
DEUS: Mas, e sua oração? O que quer dizer sua oração? Você me chamou, e eu estou aqui, quero que saias daqui transfigurado, estou gostando de você ser honesto. Mas não é bom carregar o peso da ira dentro de você, não acha?
CRISTÃO: Acho que iria me sentir melhor se me vingasse!
DEUS: Não vai não! Vai se sentir pior. A vingança não é tão doce quanto parece. Pense na tristeza que me causaria, pense na sua tristeza agora. Eu posso mudar tudo para você. Basta você querer.
CRISTÃO: Pode? Mas como?
DEUS: Perdoe seu irmão, Eu perdoarei você e te aliviarei
CRISTÃO: Mas Senhor, eu não posso perdoá-lo.
DEUS: Então não me peças perdão também!
CRISTÃO: Mais uma vez está certo! Mais do que quero vingar-me, quero a paz com o Senhor. Esta bem, esta bem; eu perdôo a todos, mas ajude-me Senhor. Mostre-me o caminho certo para mim e meus inimigos.
DEUS: Isto que você pede é maravilhoso, estou muito feliz com você. E você como está se sentindo?
CRISTÃO: Bem, muito bem mesmo! Para falar a verdade, nunca havia me sentido assim! É tão bom falar com Deus.
DEUS: Ainda não terminamos a oração. Prossiga...
CRISTÃO: "E não deixeis cair em tentações, mas livrai-nos do mal..."
DEUS: Óptimo, vou fazer justamente isso, mas não se ponha em situações onde possa ser tentado.
CRISTÃO: O que quer dizer com isso?
DEUS: Deixe de andar na companhia de pessoas que o levam a participar de coisas sujas, intrigas, fofocas. Abandone a maldade, o ódio. Isso tudo vai levá-lo para o caminho errado. Não use tudo isso como saída de emergência!
CRISTÃO: Não estou entendendo!
DEUS: Claro que entende! Você já fez isso comigo várias vezes. Entra no erro, depois corre me pedir socorro.
CRISTÃO: Puxa, como estou envergonhado!
DEUS: Você me pede ajuda, mas logo em seguida volta a errar de novo, para mais uma vez vir fazer negócios comigo!
CRISTÃO: Estou com muita vergonha, perdoe-me Senhor!
DEUS: Claro que perdoo! Sempre perdoo a quem está disposto a perdoar também, mas não esqueça, quando me chamar, lembre-se de nossa conversa, medite cada palavra que fala! Termine sua oração.
CRISTÃO: Terminar? Há, sim, "Amém!"
DEUS: O que quer dizer amém?
CRISTÃO: Não sei. É o final da oração.
DEUS: Você só deve dizer amém quando aceita dizer tudo o que eu quero, quando concorda com minha vontade, quando segue os meus mandamentos, porque AMÉM! Quer dizer: assim seja, concordo com tudo que orei.
CRISTÃO: Senhor, obrigado por ensinar-me esta oração e agora obrigado por fazer-me entendê-la.
DEUS: Eu amo cada um dos meus filhos, amo mais ainda aqueles que querem sair do erro, quer ser livre do pecado. Abençoo-te e fica com minha paz!
CRISTÃO: Obrigado, Senhor! Estou muito feliz em saber que és meu amigo.

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...