Trata-se de textos escritos a partir de experiências com pessoas, jovens e/ou adultas, para levar à reflexão sobre alguns aspectos da vida, como política, literatura, História, Felicidade. DEIXE UM COMENTÁRIO
quarta-feira, 22 de junho de 2011
O VINHO E A ÁGUA
Nos Alpes Italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho. Uma vez por ano, acontecia uma grande festa para comemorar o sucesso da colheita. A tradição exigia que, nessa festa, cada morador do vilarejo trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho para colocar dentro de um grande barril, que ficava na praça central.
Um dos moradores pensou: “Por que deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta.” Assim pensou e assim fez.
Conforme o costume, em determinado momento, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca para provar aquele vinho, cuja fama se estendia muito além das fronteiras do país. Contudo, ao abrir a torneira, um absoluto silêncio tomou conta da multidão. Do barril saiu … água!
“A ausência da minha parte não fará falta”, foi o pensamento de cada um dos produtores…
Muitas vezes somos conduzidos a pensar: “Tantas pessoas existem neste mundo! Se eu não fizer a minha parte, isto não terá importância.” … e vamos todos beber água em todas as festas, não?!?!
Autor desconhecido
Pense Nisso!
Enviado por Mirian Semeraro
terça-feira, 21 de junho de 2011
A FEIRA DE MESSEJANA
Quando era pequeno, um dos melhores momentos era o da visita à feira. À época morava no Jardim Iracema, e todas as terças-feiras íamos lá. Era lá que minha mãe comprava frutas, carnes, louças etc. Sentia ali um fervilhar de cheiros, cores e sons: vozes oferecendo produtos em altos brados, fazendas e roupas de todas as cores dependuradas em varais improvisados, brilhos de bijuterias baratas a cintilar aos raios do sol penetrantes pelos furos das empanadas e cheiros diversos, fossem de suor, perfumes baratos ou mercadorias quaisquer. Tudo era uma festa, um zumzumzum que deixava minha infantil figura entre assutada e maravilhada.
Hoje, morando aqui nas Cajazeiras, visito sempre a feira de Messejana. É como se a feira tivesse crescido comigo, adquirido, como eu, as formas maiores e adultas. Mas é lá que encontro ecos da infância. Hoje não fico aturdido. Faço parte. Antes era levado quase aos solavancos pelas mãos nervosas de minha mãe. Hoje, palmilho cada canto daquele mundo que é a feira de Messejana. Puxando pela mão meu filho, sempre em busca de algo de seu interesse. Tem pra tudo. Barracas de cereais, com os sacos de farinha, arroz, feijão com as bocas escancaradas, esperando a concha de metal cinza, com sua língua protuberante, que lhe furtará aos poucos as entranhas; o acre odor dos frangos, peixes, carnes à espera do cliente menos medroso; os catálogos de cds, dvds e jogos de ps, tudo muito bem catalogado para todos os gostos; mais à frente temos as barracas que vendem xortes, bermudas, cuecas, camisas e camisetas; outras trazem as camisas dos times de quaisquer torcidas, é só escolher. Tudo isso num mundo quase todo clandestino. Dependendo da época, podemos de repente nos deparar com pessoas que só vemos pela televisão. E de súbito ganhar uma abraço e uns tapinhas nas costas. Já sabem de quem falo. É dos políticos, raposas à procura dos ingênuos frangos ainda indecisos, em épocas de eleição.
Ufa! Depois de muito andar, finalmente encontro o sossego num quiosque, onde um rapaz me servirá de bom grado uma cerveja e uma boa panelada.
(Professor Alves)
domingo, 19 de junho de 2011
MULHER CIUMENTA
16/06/2011 |
Poema de Salvador Bonfim |
Por Salvador Bonfim Prefiro passar fome Em um lugar isolado Até mesmo maconhado Nem que em onça mame Mesmo manchando o nome Prefiro vida nojenta Uma vida de tormenta Melhora um dia espero O que detesto e não quero É uma mulher ciumenta Quero que um bocado enganche na garganta O pomo desce e levanta Os olhos na caixa virando Quero que fique sangrando Um forte câncer na venta Qualquer coisa em mim assenta O que não posso aceitar É conviver e morar com uma mulher ciumenta Quero peste, fome e guerra Tudo no mundo enfrento De qualquer forma agüento Viver em pé de serra Morar debaixo da terra Junto a cobra peçonhenta Em época turbulenta Sou franco, e sou sincero Nem perto de mim não quero Uma mulher ciumenta Prefiro qualquer doença AIDS, asma e tuberculose Trombose lupa ou cirrose O que eu penso ela não pensa Só uma lacuna imensa O que não presta ela inventa O bom diminui o mal aumenta Falo e sou sincero Mulher boa eu venero Não mulher ciumenta Penso até que é exagero Em aceitar o que não presta Para mim isso é festa Sem nem um desespero Nem para ganhar dinheiro Ela pode ser opulenta Só se mudar de conduta Ai eu pego e abraço Só não caio no laço De uma mulher ciumenta Pode ser enxerida Traficante e leviana Com falsas fraudes, engana De uma péssima vida Uma megera e bandida De procedência sanguinolenta Que todo mal nela assenta Mesmo assim eu aceito Para mim não tem jeito É uma mulher ciumenta Ciúmes e zelos amorosos Inveja e emulação Do intimo do coração Com motivos caprichosos Lindos laços carinhosos O mal sempre ela alimenta A base da mulher pungenta Tenho pavor do ciúme É um amor sem perfume O da mulher ciumenta Sei que não é descente Mulher leviana se adotar Para construir seu lar E ela ser a semente Pode não vir boa gente De uma vil prostituta Só se espera uma tormenta Mesmo assim sou sincero O que detesto e não quero É uma mulher ciumenta Qualquer mulher se aproveita Branca, morena ou mulata Sem ser da cúpula ou nata Nem uma delas se enjeita Qualquer uma será aceita Mesmo sendo rabugenta Sarará ,suja e nojenta Um dia a sorte eu espero O que repudio e não quero É uma mulher ciumenta Tenho muita experiência Conhecimento da vida Pode ser bela e querida E ter uma boa vivencia No amor a conseqüência Triste melancólica inventa Levanta falso a nojenta Com caprichoso esmero Eu repudio e não quero Uma mulher ciumenta Nota do site: Em conversa com o poeta Salvador Bonfim, esse poema da mulher ciumenta não foi escrito “por experiência própria” segundo o mesmo sua esposa administra bem esse sentimento chamado “Ciúme” |
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