quarta-feira, 18 de maio de 2016

CORDEL DA ASCENSÃO



(O poeta homenageia seu time de coração
Pedindo a Deus que volte à primeira divisão)

FUNDAÇÃO E ASCENSÃO

Já contei muitas histórias
De pessoa e de animal
Já falei de meus amores
De traição e coisa e tal
E hoje resolvi contar
A  história grandiosa
Do nosso time coral.

“Salve, salve EFE, A, CÊ”
O belo hino diz assim
Referindo-se às três letras
Do grandioso FERRIM
Fundado em trinta e três
Que possui estas três cores
O preto, o branco e o carmim.

Neste ano ele celebra
Seus oitenta e dois de idade
Carrega consigo as rugas
Da torcida irmandade,
Pra Seu Valdemar Caracas,
Zé Limeira inesquecível,
Preces com sinceridade.

Sua história é de luta,
De vitória e de tristeza,
De alegria e de tormento,
De acanho e de grandeza,
Mas nada no mundo tira,
Nunca  em momento algum
Sua fulgurante beleza.

Fundado por funcionários
Da empresa ferroviária,
Ficou logo conhecido
Time da classe operária
Logo logo ele já era
Da primeira divisão
Presença extraordinária.
  
Primeiramente ele esteve
Na segunda divisão
Dessa estrada o Ferrim
Foi logo campeão
Para então ele ascender
Com muito brilho e virtude
À primeira estação.

No ano de quarenta e cinco,
Foi então a primeira vez,
Que o Ferrim foi campeão.
Grande feito ele fez,
Desbancou tradicionais
Maguary, Stella e Ceará
São desde então seu freguês.

SÓ ACONTECE COM O FERRIM

Nove  títulos se seguiram
Vinte vice campeonatos
Uma história grandiosa
E muitos momentos latos
Na sequência vou narrar
Coisas que  ocorrem co’o Ferrim
Muito interessantes fatos.

É sabido de todo mundo
Que coisa boa ou ruim
Acontece a todo mundo
A vida é mesmo assim
Mas tem coisa minha gente
De chorar e de sorrir
Que só acontece ao Ferrim.

No ano de sessenta e oito,
No almanaque eu aprendi
O Ferrim foi vencedor
Foi no rádio eu não ouvi
Pela primeira vez gritar
O locutor triunfante
Disse “aí é Ferrim meu fi”.

Ele é o time das gafadas
Todo mundo quer seu fim
Árbitros, frios, desonestos
Querem o mal dele sim
Isso é coisa do diabo
Coisa pra se indignar
Pois só acontece ao Ferrim.

Time de grande torcida
Mas que fica em casa sim
Não comparece ao estádio
Eita cabroeira ruim
Isso não acontece com outro
Isso é coisa muito feia
E só acontece ao Ferrim.

Em novecentos e oitenta
Depois de vencer o vozim
Era final de certame
O jogo foi um a zerim
Houve um terremoto
Aqui mesmo em Fortaleza!
E só acontece ao Ferrim.

No ano de dois mil e seis
Chegou ele bem pertim
De ascender à série B,
Mas triste foi nosso fim
Os times que a ele venceram
Foi tudo pra série A!
Só acontece com o Ferrim.

Agora em dois mil e treze,
Depois de grande festim
Pelo bom primeiro turno,
Era vitória sem fim,
Caímos então na tabela,
Quase fomos rebaixados!
Só acontece com o Ferrim.

E são muitas as histórias
Daria medo  em Caim
Mas não vamos contar tudo
O espaço aqui é curtim,
De uma coisa tenha certeza
Mas é coisa de espantar
E só acontece com o Ferrim.

A BRUXA ESTAVA SOLTA

Tem essa pequena história
Que agora  vou narrar
Poderia ser feliz
Mas é conto de assombrar
Porque é história de bruxa
Que envenenou bonbons
Queria o ferrão acabar.

Foi no ano dois mil e treze,
Quando o time do Ferrão
Fazia boa campanha,
Era melhor que seleção,
Tinha GIan Carlo artilheiro
Não apenas do cearense
Mas da imensa nação.

Quando apareceu na Vila
Uma bruxa se sorrindo
Dizendo “sou Fortaleza”
Mas sou fã desse menino
Deu-lhe uma caixa de bombom,
Não me enganou aquela velha
Tinha ela olho vulturino.

Como a bruxa da história,
Envenenou o artilheiro.
O time desceu a tabela,
Modo nada sorrateiro,
Quase era rebaixado.
Isso viria depois
Como narra o cancioneiro.

QUEDA E ASCENÇÃO

Foi em dois mil e catorze,
Numa campanha terrível,
‘Pesar de ter começado
Com uma goleada incrível,
Crato levou  sete a dois,
Parecia que o Ferrim
Era um time imbatível!
  
Porém a partir dali,
Peia pra dez levou sozim.
Sem apelo desta vez
Meu glorioso Ferrim
Tornou à inferior divisão,
Para alegria de todos,
Imprensa, Leão e Vozim.

No ano de dois mil e quinze,
Não foi boa a nossa sorte.
Começamos já perdendo
E a sequência foi de morte
Só não fomos pra terceira
Que dois times desistiram,
Resolveram pedir corte.

Em dois mil e dezesseis,
Uma goleada de dez
Disse  “aí é Ferrão meu fi!”
Fomo assim mei de través
Perde aqui goleia acolá
Disputando esse certame
Vamo assim mei de viés!

Encerro aqui esse cordel,
Pedindo ao Nosso Senhor
Mas sorte pro nosso time
Por quem temos muito amor,
Que se confirme esse regresso
Pra a primeira divisão
Sendo sempre vencedor.

Um abraço aos torcedores
Que são amantes do ferrão,
Todos muito abnegados,
Que amam mesmo o tubarão,
Que usam as cores corais,
Que vão ao estádio torcer
Obrigado, de coração!
(FRANCISCO ALVES ANDRADE)


domingo, 21 de fevereiro de 2016

PARA VICTOR HUGO, NO SEU ANIVERSÁRIO DE 15 ANO


Que homem pode dizer que o nascimento do filho não é sua grande realização? Acredito que só aqueles que não conviveram com seus frutos, pois ver o filho nascer é a maior de todas as realizações. Ver aquele pequeno ser em seus braços, ensinar-lhe os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras coisinhas.
Que homem pode dizer que não há felicidade de ver seu filho completar quinze anos? Creio que nenhum, a não ser aquele que não foi ou não se esforçou para ser pai de verdade. Hoje meu filho, Victor Hugo faz 15 anos, e trata-se de um momento ímpar. É praticamente o momento em que o entregamos de vez à vida. Ciente de que tudo aquilo que eu e sua mãe lhe orientamos servirá de base para sua conduta na sociedade. É como vê-lo nascer de novo, agora grande, com a voz já grossa e as formas (quase) definidas.
Mas vou-lhe pedir desculpas, Victor, porque é como se nascesse de novo, pequeno. Meu bebê, nosso bebê, do qual precisamos ainda cuidar, como de uma planta que precisa ser regada com muito amor, para que suas folhas, seu caule e suas flores possam ainda se desenvolver.
Queria, portanto, dizer-lhe o quanto o amo, o quanto quero ver você feliz. Até já conversamos sobre isso. “A felicidade é como uma borboleta. Quando corremos atrás dela, ela foge de nós, mas se a esperamos no cumprimento do dever, logo ela vem pousar em nosso ombro”. Se tivesse ainda quatro anos, você perguntaria “e que deveres são esses, papai”. E eu lhe respondo: Fazermos aquilo que devemos fazer, amar as pessoas como elas são, fazer amigos sempre, pois como disse Chapplin “não existem estranhos, o que há são amigos que não nos foram apresentados”. Nunca discriminar nada nem ninguém, pois se tudo no mundo é criação de Deus, tudo precisa ser respeitado. Mas a principal fórmula da felicidade encontra-se no maior avatar que a humanidade já possuiu: Jesus Cristo. Ele é o modelo o qual devemos buscar, apesar de sabermos que essa envergadura moral jamais será por nós alcançada. Mas podemos repetir-lhes alguns gestos. A caridade para com os homens, a caridade para com os animais, a caridade para com nós mesmos.

É assim, filho, seu pai quando começa a escrever não tem mais paradeiro. Vou parar então por aqui, desejando tudo de bom mais alguma coisa que possa haver nessa vida para você. Que você compreenda a responsabilidade do que é ter QUINZE  e a responsabilidade de se tornar homem.
(Francisco Alves Andrade)

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...