Enquanto me dirigia para mais uma atividade da greve (adoraria dizer que estava me dirigindo ao trabalho, mas o governador não quer.), ouvi pela CBN que existem 110 projetos de lei de combate à corrupção em tramitação no congresso. Fiquei impressionado com o número! Por que será que os deputados não aprovam pelo menos uma que realmente seja efetiva? Incógnita!
Ao mesmo tempo em que ouvia esses números e refletia sobre a inépcia dos caros deputados, literalmente escrevendo, observava pela janela do carro alguns motoristas fazendo manobras, pelo menos hilárias se não fossem trágicas. A comicidade está no fato de os mesmos parecerem meninos burlando alguma lei verbal na escola primária. A tragédia explico mais adiante. O fato é que me encontrava próximo a um supermercado e de um sinal. Como o sinal (semáforo, farol, depende da região em o leitor esteja) se encontrava fechado, os espertinhos entravam no estacionamento do supermercado para saírem à frente do sinal sem que precisassem esperar o tempo necessário. Detalhe: eles entravam pela saída e saíam pela entrada.
Há uns anos, na cidade de Independência, enquanto esperava na fila de um brinquedo em uma parquinho de diversão, fiquei chateado quando um cidadão, com o filho de mais ou menos 12 anos, postou-se à frente com claro intuito de cortar a fila. Chamei-lhe a atenção, mas o cretino simplesmente fazia de contas que não era com ele, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Me estressei deveras. Mesmo diante do apelo de meu filho para que deixasse para lá, fui ao encontro do cidadão, com o perdão da palavra, e lhe perguntei se ele não tinha vergonha do exemplo que estava dando ao seu filho. Sem nada responder o indivíduo, e bota indivíduo nisso, simplesmente virou as costas e saiu, tranquilamente, possivelmente para numa outra ocasião retornar e tentar o mesmo.
Próximo onde moro, no cruzamento das avenidas Oliveira Paiva e Desembargador Gonzaga (ver imagem acima), o fluxo de veículos estava complicado. A empresa responsável pela sinalização resolveu mudar o tráfego nesse ponto. Em um trecho da Oliveira, temos que fazer um retorno à frente se quisermos pegar a Desembargador Gonzaga. Entretanto os “espertinhos” não o fazem. Apenas retornam pelo posto que ali se encontra, causando é óbvio descontentamento àqueles que fazem a conversão devida, e gerando estresse a esse cronista de ocasião, mesmo sob apelos do Dr. Dráuzio Varella.
O trágico disso tudo é que esses indivíduos que praticam essas atitudes, e que não são em pequeno número, são pais, mães, tios e muitas vezes educadores. Dessa forma, como podemos querer que as autoridades, ministros, deputados, governadores, cumpram com seu dever e não transformem o país numa privada fétida de excrementos da corrupção, se nós simples cidadãos não cumprimos com nossa missão de orientar através da ética mais rasa àqueles que estão próximos a nós? Quando Machado de Assis disse que “a vaidade é um princípio de corrupção”, era desse comportamento que ele estava falando. É do vício de querer levar vantagem sobre o outro, mostrar que é mais esperto, mais “danado”. Quando o Governador Cid Gomes, assim como executivos de outros estados, numa atitude ditatorial, se nega a pagar o piso salarial aos professores e ainda manda-os governar por amor, está sendo vaidoso e consequentemente corrupto, pois degenera, perverte, corrompe, vaidosamente os princípios mais básico da convivência humana: a ética e a democracia.
(Professor Alves)
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