segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CARIDADE, A CURA DO MAL



 
         Quando Jesus nos ensinou a perdoar, concedeu-nos o máximo de poder imunológico para frustrar o contágio do ódio e do desequlíbrio, em nosso relacionamento recíproco.
          Perdoa a quem te persegue ou calunia, no veículo do silêncio, e situarás o agressor, na cela íntima do arrependimento, na qual se lhe transformarão os sentimentos para a cura espiritual que se lhe faz precisa.
            Perdoa, sem comentários, a quem te ofende e a breve tempo, te conscientizarás dos males que evitastes e das esperanças com que renovaste muitos dos corações que te partilham a vida.
            Se alguém te feriu, perdoa e silencia. Se alguém te prejudicou, silencia e perdoa sempre.
       Quando todos nós praticarmos o perdão que o Cristo nos legou, teremos afastado do mundo as calamidades da própria guerra, que, na seeência, é a cristalização do mal que nos induz a apoiar, voluntária ou involuntariamente, o extermínio de milhões de pessoas.  

                                                      Emmanuel 
DO SITE:  http://missionariosdaluz.webnode.com.br/products/caridade/ 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O VERDADEIRO ANALFABETO POLÍTICO




O verdadeiro analfabeto político
É entendido, segue os ditames de Bretch,
Abre o peito para dizer:
 ─ Eu voto, o voto é minha arma,
Sem ele as prostitutas se multiplicam,
A Saúde está morta,
A Educação não existe,
Meu povo não tem redenção.
Ou é ignaro para balbuciar:
─ Voto no candidato da mãe que vai me dar uma dentadura,
Um copo de cerveja e um prato de feijoada.

Desconhecem eles, míseros eleitores,
Que o verdadeiro analfabeto é o que vota,
É o que coloca a raposa no galinheiro.

A política é a resina que molda a volúpia por poder.
A política, unifica todo ser, mais que a morte.
Torna a todos escravos da ganância,
E lhes instala no peito o vírus da corrupção,
Que embota as mentes, antes honestas(?)
Individualiza interesses coletivos,
E como uma pandemia se espalha
Escolas, fábricas, sindicatos, bairros, cidades, países, galáxias.
Não há política nem politicalha, como queria Rui.
O que há é a ciência do descaso, da mentira, da usura.

E o povo?
Torna-se vítima desses interesses.
E aí sim surgem mais miseráveis
Que se multiplicam feito tapurus na carne podre,
Prostitutas desfilam suas almas enviesadas nas vielas da solidão,
Professores mal pagos destroem horizontes infantis,
Morre-se, é irônico, nas filas dos hospitais.
E quando vem a chuva arrasta consigo destinos
E se é tempo de seca, sinas são tragadas pela terra.

E os petistas, tucanos, pefelistas, bispos, verdes, comunistas
Estalam o açoite nos palacetes da devassidão
Entre risos, lagostas e uísques.
Enquanto a turba pede esmolas, educação, saúde.
A quem de seus votos se fartara,
Tudo graças ao verdadeiro analfabeto, político. 
                                           (Professor Alves)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

OS INFILTRADOS




Jogão! Flamengo e Ceará, digo Ceará e Flamengo. Eu meu filho torcemos pelo glorioso Ferrim. Que tá ruim que dói. Logo vamos muito pouco ao estádio. E torcemos também pelo Mengão. “Vamos assistir ao jogo, né pai?” Disse Victor Hugo. Assim que soube que os ingressos estavam à venda, corri para o ponto mais próximo. Cheguei atrasado. Só havia ingresso na torcida do Vozão. Fazer o quê. Os outros chegaram rápido. Apenas mil ingressos para os milhares de torcedores do Mais querido do país. Comprei os ingressos e avisei ao meu filho. Vamos fingir que torcemos Ceará. Meu filho foi logo lembrando que a torcida do Ceará é cruel, mais ainda que a torcida do Iraque quando sua seleção joga contra o Irã. Tudo bem, filho, o importante é estarmos lá para vermos nossos ídolos.
Chegamos ao estádio quase na hora do jogo. Depois de muito empurra-empurra, entramos. Logo de cara, vimos e ouvimos o Ronaldinho sendo esculhambado pela torcida do vozão: “Gaúúúcho, biiicha”. Era cruel, e logo nós que o amávamos tanto. Um cidadão distinto, vestido a caráter, que mais parecia o vovô mascate, me cutucou. “Né bicha ele?” E eu ensaiei: “gaúcho bicha”. Muito fraquinho. O outro me olhou desconfiado. Meu filho então entoou: “Leeeo Moura, bichiiiinha”. E me olhou como dizendo “é assim que se finge”. Segue o jogo e meus olhos seguem os jogadores do Fla. De repente bola na área do Ceará, Tiago Neves cabeceia na trave. Soltei o palavrão acompanhado de um gesto de cabeça. Um Parrudão me olhou, e eu disse: “Pode não, vozão, dá moleza” e sorri amarelo. Meu filho me cutucou, como quem diz: “não brinca, pai”. De súbito passam por mim uns quatro “pitbulls”. Um deles diz: “ali, ó!” e aponta para um senhor de de blusa vermelha. Correm até lá e vejo o senhor se explicando, depois de levar uns safanões dos brutamontes. Eram caçadores de flamenguistas. Aí eu tive mais certeza do risco que estávamos correndo. Mas o vovô é ruim demais. Mengão na área, Tiago Neves cruza, Deivid faz 1x0. Alegria contida tem gosto de fel, sal e doce misturados.
Depois do intervalo depois de ouvir um monte de torcedor discutindo sobre o acontecido, enquanto comem caiduro, voltamos para o segundo tempo. Agora a vítima era o juiz: “bicha vagabunda, não toma o jogo do meu vozão”, dizia um. Outro me cutucava e apontava para o árbitro e eu tinha de xingá-lo também. E a gritaria era grande. Lá do outro lado estavam mil flamenguistas felizes, e eu morrendo de inveja. Meu filho mais ainda. A tortura continuava. O Flamengo atacava o ceará se defendia, e eu não podia vibrar com meu time.
De repente os “pitbulls” voltaram. Desta vez empurravam e davam tapas num homem. E gritaram para alguns que estava atrás de mim: “esse estava ali infiltrado, fingindo torcer pelo vozâo”. Nesse momento, ciente do risco, comecei a gritar a plenos pulmões: “Ôôô, Vai pra cima deles, vovôôô!”
(Professor Alves)