domingo, 25 de junho de 2017

INFÂNCIA





Hoje me encontrei em sono
Com o armário dos meus sonhos de infância!
Quem nunca os teve não foi criança.

O meu era azul, da cor do céu
E lá ficavam,
Entre pratos de ágata, copos de alumínio,
Meus brinquedos que nunca tive
A Caloi que meu pai nunca esqueceu
O ferrorama, e seu primo o autorama,
Do Fittipaldi, com suas curvas incríveis
O incrível Falcon, herói de verdade,
E o inesquecível Atari, pai de todos os games,
Forte Apache, o boneco Topo Gigio,
Além das bolas de couro, da seleção!

Em outros compartimentos
Junto das panelas amassadas,
Caçarolas enferrujadas,
Tampas já sem cabo,
Os brinquedos inesquecíveis que tive:
Meu pião, cheio de quiladas,
Minhas bilas cascabulhas,
Meu carrinho de lata de sardinha,
Com a rodinha de chinela havaiana.

Aqueles ficaram no sonho,
Estes eram minha realidade de brincar
E de sonhar...
E como eu os amava...

Mas um dia veio a madureza
E com ela novos sonhos
Que guardo ainda nesse armário azul,
Todos juntinhos, sem distinção
O armário de que lhes falo
É o imenso comboio de cordas
Que se chama coração!
(Professor Alves, meio melancólico)

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