sexta-feira, 13 de julho de 2018

O CHAMADO



A poesia da manhã me chamou
Mas eu não tinha tempo
O dia me esperava
E com ele os compromissos
Os raios dóceis do sol apelaram
“vem, a poesia da manhã te chama”
Mas eu tinha trabalho a realizar
E o dia se alongou
Se medeou
E o sol a pino me chamou
“a poesia da tarde já te aguarda”
Mas eu não pude
O ônibus me esperava
Às flores da tarde me disseram
“vem à poesia ainda te quer”
Mas algo fortuito não deixou
Eu ainda estava ocupado
Estafado, suado, apressado
Foi quando o manto escuro me disse
“Vem ainda é tempo a poesia não dorme
a lua te aguarda mansa e úmida”
Mas eu tinha muito sono
E dormi
E sonhei com a poesia da manhã!
(Alves Andrade, julho de 2018)

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