sexta-feira, 4 de junho de 2010

MEMÓRIA

Nossa memória é interessante. 
Há coisas que nos aconteceram há apenas uma semana, mas delas não nos lembramos. 
Outras aconteceram quando ainda éramos pequenos, entretanto lembram-nos como se tivessem acontecido há pouco. 
Outras nem aconteceram, nossa memória, porém, forja uma ilusão de lembranças. E cremos nelas tanto que com elas completamos algumas lacunas da nossa existência.

E há pessoas as quais nossa memória lembra-nos de sua existência, desde o momento em que a vemos pela primeira vez, a todo instante e tão amiúde que não conseguimos respirar sem delas lembrar.
                (04/05/2010) 

segunda-feira, 31 de maio de 2010

AS BALEIAS

http://www.youtube.com/watch?v=Fn9lIHw0_7Q

Aprendendo a Viver com Clau




No ritmo das cores
No bailar das flores
No florescer dos amores
No colorir dos sentimentos
A vida se transforma
Toma forma
Se transporta
Embriaga
Nos concede
O direito à liberdade
Alegrias
Felicidades
Nos ensina a viver
Sonhos ter
Viver a emoção
Agir com a razão
Pra vida sorrir
Amar
Com todas as forças
De todas as formas
Que o coração
Nos permitir

Claudete Silveira
maio/2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Momentos de Magia



MOMENTOS DE MAGIA


A porta se abriu 

Você entrou 
Olhei-te nos olhos 
Você me olhou Um sorriso se fez 
Um sonho Você aqui outra vez 
Um abraço apertado
Sussurros de saudades 
Beijos apaixonados 
Trocamos ali 
Caminhamos abraçadinhos 
Carícias mil surgiam  
Pelo caminho
Em meu quarto Você se calou
Meu corpo contornou 
Vagarosamente me despiu 
Pra si me atraiu 
Centímetro a centímetro me beijou 
Seu corpo ao meu entregou 
E por horas lindas Fizemos amor.





(Clau, poetisa gaúcha) maio/2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

DISCURSO DE CRISTOVAM BUARQUE

INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA
http://madenobrasil.com.br/blog/wp-content/uploads/2008/10/amazonia.jpg



Durante debate ocorrido no mês de Novembro/2000, em uma Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PT), foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Segundo Cristovam, foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para a sua resposta:
        "De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a   internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado
          Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
         Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam  pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.
        Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."
(*) Cristóvam Buarque foi governador do Distrito Federal (PT) e reitor da Universidade de Brasília (UnB), nos anos 90.
http://www.portalbrasil.net/reportagem_amazonia.htm


domingo, 16 de maio de 2010

AMIZADE SEM MELOSIDADE

Amigo de Verdade

Você, que está cansado de todos aqueles textos melosos, com poemas chatos sobre amizade que,
na maioria das vezes, soam legais, mas nunca realmente chegam perto da realidade?
Seus problemas acabaram!
Aqui está um poema sobre amigos que realmente expressa a amizade verdadeira
- é a própria verdade! 

Amigo,  

 Quando você estiver triste
... Eu vou te deixar bebaço e te ajudar a planejar uma vingança
contra o fdp que te deixou assim.

 Quando você me olhar com desespero
... Eu vou  enfiar o dedo na sua goela e te fazer pôr pra fora o
que estiver te engasgando.

Quando você sorrir,
... Eu vou saber que você  finalmente deu uns "pega".

Quando você sentir medo, 
... Eu vou te chamar de boiola e tirar uma da sua cara sempre que tiver chance. 

 Quando você estiver preocupado, 
... Eu vou contar histórias horríveis sobre o quão pior você poderia estar
e te mandar parar de choramingar.

 Quando você estiver confuso, 
... Eu vou explicar pra você com palavras bem simples,
porque eu sei o quanto você é burro.
Quando você estiver doente, 
... Fique bem longe de mim até se curar. Eu é que não quero pegar
o que quer que você tenha.
Quando você cair, 
...Eu vou apontar pra você e me cagar de rir do seu desengonço. 

Você me pergunta: "Por que?" 
Porque você é meu amigo! 


Tenha um ótimo dia!!!

sábado, 15 de maio de 2010

DESAMIZADE



Já vão longe os dias de caminhada
Em direção à praia ou ao boteco,
Ele sem talão, contando piada,
Riam os dois amigos, eu sem jaleco.


De calção e chinela japonesa,
Segunda ou domingo não importava,
Bom era vê-lo alegre, sem tristeza,
E assim a vida em gotas jorrava.                                           


Tínhamos poucos anos é verdade,
Preocupação quase inexistia,
Éramos francos tínhamos bondade
N’alma, sendo assim, ninguém mentia.


Era normal entrarmos em conflito
Por mulher ou time de futebol,
Eram esses casos todos finitos
E olhando após ríamos o arrebol.


Lembro como se fosse hoje, um dia
Meu amigo disse: ─ eis a solução!”
Ensimesmado perguntei o que havia,
Exaltado disse: ─ é a revolução!


Vimos-nos depois na luta engajados:
Panfletagem, palanque, sindicatos,
Piquetes, greves, discurso inflamado,
Santinhos, reuniões, públicos atos.


Abandonamos o que era modesto:
Estádio, namoro e telenovela;
Crescemos barba e até mudamos gesto,
Lemos Marx, Engels e Nélson Mandela.


Enfim essa transformação foi completa,
A militância era o que prazer dava,
De ideologia a vida era repleta
Como condor que o mundo libertava.


Esses dias passaram de repente,
Eu casei, disso ele não escapou,
Sumimos tal qual estrela cadente,
Como relâmpago o tempo escoou.


Dia desses com ele me encontrei.
Mudado dirigia um belo carro.
Abri os braços, um grande abraço dei.
─ Enriquei – disse acendendo um cigarro.


Não entendi e encetei papo animado.
Ele fitando-me disse assim ─ Veja,
Esse carro, Quim, é da Itália importado.
Ingênuo chamei: ─ Vamos à cerveja!


Perguntou-me: ─ Que fazes tu da vida?
Respondi-lhe feliz: ─ Sou professor.
Rindo, afirmou: ─ É dura a tua lida.
Disse eu: ─ Luto contra o mundo opressor.


Nesse momento uma mulher surgiu
Tão bela, igual nunca tinha visto.
─ Pedro, o que esse homem lhe pediu?
apontando-me o dedo disse isto.


Ele saiu sem a mão acenar.
Eu, constrangido, tonto, ali fiquei
Enquanto em minha mente sem cessar
Ribombava: Quim, enriquei, enriquei.


Co olhos marejados, disse: ─ Que praga,
Filho da puta – falei cá comigo –
Ele hoje com grana me menoscaba
e jurei fosse meu melhor amigo.
(Professor Alves)

16/05/03