Trata-se de textos escritos a partir de experiências com pessoas, jovens e/ou adultas, para levar à reflexão sobre alguns aspectos da vida, como política, literatura, História, Felicidade. DEIXE UM COMENTÁRIO
terça-feira, 25 de agosto de 2020
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
COMOÇÃO!
Essa semana que
passou foi mais uma de grande comoção, como sempre ocorre quando há um crime de
latrocínio, principalmente quando familiares da vítima são pessoas esclarecidas,
que tocam o trombone nas redes sociais, exigindo atitude por parte da polícia. Para
aumentar a comoção desta semana, na quinta feira (13/08/20), uma professora de
trinta e cinco anos foi vítima de atropelamento fatal, numa dessas tragédias em
que só podemos pedir a Deus consolo para os familiares e amigos, os quais pelas
postagens nas redes sociais não eram poucos. Infelizmente, fatos como esses só não
ocorrem nas calendas gregas. Mesmo assim, creio que deve e podem ser evitados.
Mas quero
abordar, neste texto, o 11º (décimo primeiro) assassinato de motorista de
aplicativo, ocorrido nessa semana. Foram onze homicídios covardemente
cometidos, somente neste ano (e que ano!🙏). Desde a segunda feira
(10), que o chofer estava desaparecido. No dia seguinte, a ocorrência já era
destaque nos jornais televisivos. Na quarta-feira, infelizmente seu corpo foi
encontrado. Na sexta (14), a polícia apresentou o grupo composto por cinco
indivíduos, e ainda havia um desaparecido, capturado em seguida. Você imagina
então o tamanho da tragédia: seis indivíduos formam uma quadrilha para assaltar
um motorista de aplicativo; o resultado da empresa é um carro desmanchado, cujas
peças vão parar na avenida José Bastos, que todo mundo sabe onde fica,
inclusive a boa e velha polícia; a venda de um som, talvez o celular da vítima
também seja negociado; o resultado desta ação foram alguns reais, os quais não
resolverão a vida de ninguém. É mister lembrar que entre os presos havia o
comprador do som do carro do rapaz, não quero saber quem é, mas deve ser um receptor
contumaz de utensílios roubados neste tipo de ação.
Estava eu pensando
em toda essa desgraça que acontece sempre em nossa iluminada cidade, pensando
no sofrimento da família, na tristeza dos amigos e na comoção das pessoas nas
redes sociais, que lamentavam mais esse acontecido, quando me chega um amigo e
diz que, precisando de uma porta para seu Ônix, foi a uma autorizada e se
assustou com o preço: 1.200 reais na promoção. Em seguida, abrindo um largo
sorriso, disse que comprara uma novinha por 495 reais. “Uma pechincha!” Adivinha
onde ele comprou? Exatamente, na avenida José Bastos, numa revenda de “sucata”.
Tomara que não ocorra, mas fiquei pensando que ele poderá em breve ser também
assaltado e seu carro levado para aquela avenida, ou outro endereço qualquer,
onde haja peças e acessórios bem baratinhos. Não estou dizendo que todos os
acessórios e/ou peças vendidas ali são de procedências duvidosas. Mas parece-me
que um bom número sim.
Onde quero chegar?
Calma, já cheguei: Até quando, nós vamos querer levar vantagem em tudo, querer comprar objetos com preços muito
abaixo do mercado, mesmo sabendo que aquele objeto (celular, aparelho de som
para carro, porta de automóveis) pode ser fruto de roubo, e que, nessa ação
criminosa, pode ter havido uma vítima fatal?
Então é melhor
pararmos de nos lamentar, de ficar comovidos quando um fato triste, tal qual o
ocorrido com o motorista de aplicativo, aparecer nos noticiários e nas redes
sociais. É preciso, pois, colocarmos a mão na consciência e sabermos que
enquanto mantivermos o mau hábito de comprar coisas sem uma honesta procedência,
estaremos alimentando as ações criminosas em nossa e em outras cidades.
(Alves Andrade,
agosto de 2020)
domingo, 16 de agosto de 2020
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
O COMEDOR DE SONHOS
Era a voz da minha mãe
Ralhando,
chamando pra almoçar
e eu, desapercebido,
olhos fitos nas letras:
“Sim...”
De que se alimenta o poeta,
Senão de sonhos e de ideias e de
sentimentos!
Sonhos irreais, memoriais, proféticos;
Ideias filosóficas, sacras,
mundanas;
Sentimentos
Niilistas: augustinianos,
Amorosos: vinicianos,
Pungentes: pessoanos.
Qual a essência da poesia
Senão o mundo, o outro, o amor!
O mundo em sua plenitude
Grande, belo, paradoxal;
O outro, bom, mau, imortal;
O amor, divino, humano, universal!
De que se alimenta o poeta?
Minha mãe sabia:
De sonhos, ideias, sentimentos.
(Alves Andrade, agosto,2020)
quinta-feira, 30 de julho de 2020
DESVARIO
Ela sentia tanta saudade
Que seu ser
Não suportando mais
Se tresvariou
E agarrada aos raios
luminosos
Que lhe pendiam da cabeça ansiosa
Se arremeteu no infinito
Em busca dos fiapos de nuvens...
Agarrou-se ao primeiro
E foi ao encontro do
seu outro
Seu eu se desfez em miríades sentimentais
E o céu iluminou-se mais, mais e mais!
(Alves Andrade)
CHUVA EM INDEPENDÊNCIA
Mais que em
qualquer outro lugar,
No Ceará se
agradece
Se o tempo é
limpo, sem nuvem
E se o sol a
terra aquece,
Se se treme
à claridade
Ou se ao
longe um som estremece.
E o povo
cabra da peste,
Gente humilde
reza a Deus,
Agradecendo
por tudo:
Paz, luta, motivos
seus,
Olha o céu e
diz brigado,
Mas cuidai
dos filhos teus.
De repente,
o céu se muda
E vem grande
maravilha!
Se a Asa
branca retorna,
Se uni logo
a família,
Dando-se
graças a Deus,
Ficando de
lado a bilha.
Caindo os
primeiros pingos,
Desde o
primeiro momento,
A vida é só
alegria,
Não existe mais
lamento,
Quando chove
no sertão,
Desaparece o
tormento.
No sertão de
Independência,
Ao se ouvir
a melodia
D’água
batendo lá fora,
É bem grande
a euforia,
Pois logo a
vida se alegra
É bem grande
a alegria.
Busca-se
logo notícia,
Se choveu em
todo canto,
Se não foi chuva
isolada,
Preocupa-se
logo, entanto,
Saber se foi
chuva boa
Chuva de
charco e encanto.
As notícias
logo correm:
“Tem açude
já sangrando,
As lavouras
dando milho,
Gente, bicho
se banhando,
É muita
bênção de Deus
Que nós
estamos ganhando.
“Jaburu já
tem é água,
Em breve já vai
sangrar;
Lá no açude
do Eliardo,
Dá até pra
se banhar;
O Falcão é
um absurdo
É muita água
a transbordar!
“A Pedra
Lisa tá bonita,
As águas
muita a correr,
A gente vai
tirar self
E alguns já querem
beber,
Mas é
preciso cuidado
Pro de bom
acontecer.
“O Açude do
seu França,
Da dona Rita
Também,
E aquele do seu
Honório,
Daqui um
pouco mais além,
Tá tudo
cheim de peixe!
Que alegria
a gente tem!”
O Açude
Barra Velha
Falta ainda
transbordar,
Mas é só questão
de tempo
Pro gigante
desaguar.
E quando
isso acontecer,
Todo mundo
vai cantar.
De Brasília até
São Paulo,
Vai ter gente
a despertar,
Amantes
daquela terra
Passagem logo
a comprar:
“Vou passar
Semana Santa
No meu
torrão, meu lugar”
Vem do Pará
e dos Estêites,
Maranhão e
Piauí,
Vem até do
Juazeiro,
Vem gente do
Icaraí
Gente de
todo canto,
De canto
longe daqui.
E é na
Semana Santa
Que vai ser
grande a biqueira,
Bebida de
todo jeito,
Carne a
assar na madeira,
Muita reza e
alegria,
Festa, riso
e brincadeira.
É sempre
assim que acontece
No Nordeste
brasileiro,
Mas puxo
brasa à sardinha
Do torrão
hospitaleiro,
Independência
que amamos
Com querer
bem verdadeiro.
(Alves Andrade, março de
2020)
FLAMENGO, RAÇA AMOR E PAIXÃO
(A
história de 2019, por Alves Andrade)
PARTE I
CHACINA
SEM SANGUE NO RIO
Cidade de
belos pontos,
Cantada em
versos e prosas,
Diz-se muito
violenta,
Mas de
plagas bem formosas,
É o que melhor define
A cidade maravilhosa.
Ocorreram
muitos casos
De horror e
iniquidade,
Mas também
coisas felizes
Se deram
nesta cidade,
Coisas de
fazer sorrir
Velha guarda
e mocidade.
Porém nunca
houve um caso
Como o visto
na semana,
Uma chacina
sem sangue
Que
deixou a gente insana,
Foi uma
chuva de gol
Nos gaúchos
da savana.
O fato foi o
seguinte,
Vou narrar
para vocês,
E pra gente
que não quer
Lembrar-se
mais uma vez,
Como foi o
tal massacre
Mais
pungente que se fez.
O Flamengo, Urubu,
Contra o
Grêmio, Mosqueteiro,
Peleando no
Maraca,
Parando o país inteiro,
Por u’a vaga
na final,
Pra tentar
ser o primeiro.
Flamengo tem
Gabigol,
Grêmio tem o
Cebolinha,
Grêmio vinha
com Cortez,
Mengo tinha era
o Rafinha,
Grêmio
escalou André,
Mengo, toda
sua linha.
“É jogo pra
mais de metro”
O mineiro
assim falou,
“Ô que joguim
véi paidégua!” –
O cearense confirmou
–
“Vô assistir
é na rede”,
O baiano então
deitou.
Dessa forma
começou
O grande
jogo do ano,
O Flamengo
defendendo,
O
mosqueteiro atacando,
O Urubu se protegendo,
O Cebolinha
assustando.
Mas pouco
logo depois,
Flamengo as
cartas deu,
Três ataques
perigosos
Paulo Vítor
defendeu,
Mas no
quarto, Bruno Henrique,
Pro fundo da
rede meteu.
Primeiro
tempo findou.
Torcida a
unha roía.
Início do
outro tempo,
Gabigol o
gol fazia.
Quatro
minutos depois,
Casa de novo
caía.
A partir daquele
instante,
Sem forças o
Moqueteiro,
O Urubu
deitou e rolou
Roeu-lhe os
ossos inteiro,
Fez o quarto
Pablo Mari,
Rodrigo Caio
o derradeiro.
O Grêmio
saiu de campo
Com Renato
enfurecido,
A magnética
então cantava,
Todo povo
ensandecido,
E todos
lembrando sempre
Zico o herói
inesquecido.
Que venha
River, o Galo,
Representante
da Argentina
Que
Flamengo, O Urubu,
Vai comê-lo
na neblina
Em Santiago
do Chile,
Na cidade
Valdivina!
PARTE II
TENSÃO,
INFARTO E EMOÇÃO
Chegou então
o grande dia,
Dia da grande
final.
O jogo não
foi no Chile,
Mas do Peru
capital,
Estava super
lotado
O estádio
Monumental.
Era a
Libertadores
Que em campo
decidia,
Havia trinta
oito anos,
Que o Flamengo
não vencia,
“Era preciso
oração”,
O torcedor
assim dizia.
Para ver o
grande jogo,
O Brasil
inteiro parou,
Para ver o
grande espetáculo,
A tevê a
nação ligou,
Mas a grande
maioria
Queria era
gritar gol.
A partida
era bem tensa,
Bicudo e
bola pro mato,
Não tinha
pra brincadeira,
Era jogo de
campeonato,
Os times
River e Flamengo
Jogando bola
de fato.
Mas a equipe
do River
Tomou foi conta
da bola,
Aos quinze de
bola em jogo,
A nossa zaga
se enrola,
Borré sem
ter nada com isso
Para o gol a
esfera rola.
O River
jogando bola,
Mengo
jogando ruim,
A zaga sem
se encontrar,
Perigo de
gol sem fim.
Começa o
segundo tempo,
E segue a partida assim.
As torcidas
antimengo
Zombavam de
nossa dor,
Viam nosso
sofrimento
E mostravam
o secador,
A torcida do
Flamengo
Via tudo com
torpor.
O Urubu
melhorou,
Jogou um
pouco melhor,
Mas o gol
não acertava,
Mas podia
ser pior,
O Galo
contra atacava.
Corria em
bica o suor.
Quando olhei
para o relógio,
Quis logo
desanimar,
Já estava
perto do fim
E de gol eu
sem gritar,
Gabigol tava
apagado,
Fui com o
filho comentar.
Mas quem
torce pro Flamengo
Não consegue
desistir,
Está sempre
com esperança,
Sabe que é
difícil rir,
Sabe que é
preciso chuva
Pra que o
sol possa surgir.
Então, já quase
sem unhas,
Vi Arrasca
passar a bola,
Com a leveza
vulturina,
Gabigol pra
dentro rola,
O abutre
preso ao chão,
Finalmente
se descola.
Mas era o
final do jogo,
Quase na
prorrogação,
Flamengo
muito cansado,
Teste para o
coração,
A tensão só
aumentava,
Levava-se ao
rosto a mão.
Porém quem
tem Gabriel,
Sabe que
pode sorrir,
Mesmo sem
ter muito tempo,
Sabe que vai
decidir,
Pois num
pestanejar de olhos,
A nação pode
explodir.
E foi desse
mesmo jeito,
Foi assim
que aconteceu,
Já quase
dentro da área,
Ele a bola
recebeu,
E com a
força do urubu
Pra virar o
jogo bateu.
A torcida
enlouquecida,
Se esbaldava
de alegria,
Não
conseguia deter,
Tanto amor e
euforia
Já quem
secava, coitado,
Chorava de
nostalgia.
Na capital
Fortaleza,
Homem morre
de emoção!
Na capital
Cuiabá,
Vendo mengo
campeão,
Outro torcedor
infartou,
Morreu,
pois, do coração.
O Flamengo
fechou o ano
Sendo o
maior campeão,
Dentre os
sulamericanos,
Não houve
maior emoção
Que a plenos
pulmões gritar:
“MENGO,
RAÇA, AMOR E PAIXÃO”.
FIM (que
venha 2020)
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