Depois de ver o vídeo do último gol de Pelé, promovido por uma empresa de telefonia celular, fiquei tão comovido que resolvi fazer uma crônica da altura dessas imagens. Pensei comigo mesmo que era minha obrigação realizar algo tão magnífico quanto aquele gol e/ou quanto aquele filme. Não sou jogador, nem cineasta. Tampouco tenho dinheiro para custear algo silmilar. Precisaria então fazer algo que estou acostumado a fazer: textos. Pelo menos um. Uma crônica.
Foi por isso que saí de casa em busca de algo. Caderno debaixo do braço e olho ativo. Vislumbrei então um vendedor de colchões. Interessante! Uma porção deles amontoados, feito pilhas, uma senhora examinando-os. Pensei em sono, mulheres, mendigos. Depois avistei um homem dormindo no chão. Um homem não, um bêbado. Roncava, e suas mãos crispadas me deram certo medo. Mas ele estava vivo, pois seu ventre baixava e subia impelidos pela respiração ou pelo ronco. Uma árvore frondosa era seu domicílio. Mas não era ainda assunto para uma crônica. Era?
Já estava desitindo, quando chegou-me um amigo, sentou-se e vendo o caderno em branco nas minhas mãos, exclamou:
¬ Vejo que vais fazer uma bela crônica desse contraste. ¬ e reafirmou ¬ Um homem dormindo no chão e uma porção de colchões ao seu redor!
Estava ao meu alcance uma cena perfeita para uma crônica, mas eu não vira. O contraste era muito claro para eu vislumbrar, ou a minha vista é tão curta para eu enxergar. Alguém que vê tão pouco não merece a grandeza que se lhe avizinha. Se Pelé fez tantos gols, inclusive o que ele não fez, é porque via além dos próprios olhos. Chico Buarque, que fez tantas maravilhas em forma de poesia e canção, disse que “O poeta como os cegos podem ver na escuridão”. Meu amigo Marley não é cego, portanto é poeta, pois enxergou na minha escuridão.
Fiz então essa crônica, que lhes dou agora, mas sem nenhma pretensão, pois sei que é uma crônica pequena, bem menor que os gols de Pelé, ínfima ante a poesia de Chico e menor ainda que a visão de meu amigo Marley.
(Professor Alves, 29/08/2010)
Um comentário:
Eu percorro o labirinto dos momentos
Mas para qualquer lugar que eu me volto
Começa um novo começo
Mas nunca se encontra um final.
Eu caminho para o horizonte
E lá eu encontro um outro começo.
Tudo parece tão surpreendente
E então eu descubro que sei.
Você vai até lá,
Eu vou até lá, vou perder meu caminho.
Se nós permanecermos aqui, não estaremos juntos
Em qualquer lugar está...
O futuro tem muitos nomes.
Para os fracos é o inalcansável.
para os temerosos, o desconhecido.
Para os valentes é a oportunidade.
PARA QUEM DORME NO CHÃO AO LADO DE COLCHÕES,ENTRARÃO NO CÉU DIRETAMENTE!
OBRIGADO!
OBRIGADO!
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