domingo, 23 de dezembro de 2012

PRECISA-SE DE UM AMIGO



Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
(Vinícius de Moraes)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A FOME, DE RODOLFO TEÓFILO


 (BREVE RESUMO)

A fome é uma das mais contundentes obras de ficção produzidas no século XIX. Narra as mazelas geradas pela famigerada seca de 1877 a 1879, que vitimou aproximadamente quinhentas mil pessoas. Realista por convicção e cientista por profissão, Rodolfo Teófilo não poupou nas tintas e descreveu a história de uma família de retirantes comandada por Manuel de Freitas, rico fazendeiro que vê morrer seu gado e secar seu chão. Não tendo mais nada para fazer, vem para Fortaleza em busca da propalada ajuda do governo.
No caminho presencia todos os males que a seca pode causar: pessoas sendo devoradas por aves de rapina, retirantes atacando comboios de mantimentos, e até uma cena de autofagia presencia. Nela, um homem esfomeado sendo impedido de se alimentar da carne fresca de Carolina, filha de Freitas, come as próprias carnes do braço até cair desfalecido para não mais levantar.
Chegando a Fortaleza, as mazelas começam a desfilar na frente de Freitas de outra maneira. O indivíduo responsável pelos abarracamentos usa de todas as  artimanhas para seduzir garotas, para se aproveitar do sofrimento dos retirantes e realizar seus ímpetos libidinosos. Capitão Freitas precisa de muita fé em Deus e muita coragem para não deixar sua família sucumbir. Felizmente consegue manter sua família a salvo de abutres do sertão e da cidade.
Freitas é apenas uma personagem criada por Rodolfo Teófilo para narrar as imagens reais de uma seca que foi o maior flagelo do século XIX. Todas as cenas chocantes narradas, sejam as do sertão durante a viagem, sejam as da capital, descortinaram-se de fato aos olhos do escritor cearense, nascido na Bahia.
(Por Professor Alves) 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

NATAL DO...






Não me recordo bem o ano, talvez 92-94, quando percebi pela primeira vez a expressão natal do.... Era o natal do videocassete. Era boom do comércio de imagens, todos queriam combinar a tecnologia da televisão com a tecnologia das caixinhas que invadiam as estantes e quase ocuparam o lugar dos livros. Mas os livros são   insubstituíveis.
Depois veio o natal do “cd players”. Os velhos discos de cera, que tiveram seu apogeu entre 1912 a 1964, estavam vingados. Os vinis, algozes daqueles, eram jogados ao canto e substituídos de vez pelos cds.
Mas o comércio e a indústria queriam mais. Precisavam de novos natais. E logo foram premiados e tiveram suas marcas festejadas no natal do DVD. Genial. Os ruídos, outrora imperceptíveis, agora assustavam. “Nossa! como não ouvíamos esses ruídos, que imagens limpas...” As pessoas ávidas pelos novos natais, já aguardavam o próximo. E eles vieram: O natal do celular, o natal da tv de plasma, o natal do notebook. Este possivelmente é o natal do táblete. Ou muitos natais juntos.
E eu aqui me pergunto: e o natal do Senhor? E o natal de Jesus? Quando virá? Já imagino as pessoas desembrulhando presentes, abraçando os pais, o irmão, o namorado, a namorada, o marido, a marida, agradecendo o “smartfhone”, o tablete, o “I-phone”, a tv de 42 polegadas nas quais assistirão ao Salve Jorge, à Copa da Confederações, mas que já não servirá para assistir à Copa de 2014, pois é para isso que haverá o natal da tv 3D, que será 2013.
Ao canto, esquecido, um lindo presépio, comprado numa loja especializada, pois fazer um não tem graça. Nele, um menininho sorridente, numa manjedoura, espera ingenuamente os abraços, que não virão, os parabéns, que não serão cantados, os agradecimentos pelo sacrifício do pai... Talvez no seu meigo sorriso ele queira dizer: “Vejam, estou aqui. Esqueceram, a festa é minha!”. Mas todos estão muito ocupados com seus novos brinquedos para perceberem a presença dele, para notarem seus apelos. Agora são os quitutes de cá, de lá, as bebidas e as brincadeiras com um time a ou time b, o destino das personagens da novela ou a festa do Reveillon. Quando as luzes se apagarem e todos se recolherem aos seus sonhos, de consumo, lá do presepinho comprado, ele ainda dirá com a vozinha cheia de perdão: “Perdoa-lhes, Pai, eles não sabem o que fazem”.
(Professor Alves, 06/12/2012)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Quatro Compromissos


Filosofia Tolteca – Os Quatro Compromissos – Para Uma vida Melhor



Os quatro compromissos são:

1 – SEJA IMPECAVEL COM SUA PALAVRA

Este é o mais importante e também o mais difícil de cumprir. A palavra tem poder. Ela é sua capacidade de expressar e comunicar tudo o que você pensa e sente. Assim ela pode te libertar ou te escravizar, pois tem o poder de criar. Ser impecável é não contrariar sua natureza, assumindo responsabilidade por seus pensamentos e sentimentos e atos, sem julgamentos ou culpas. Usar a palavra na direção da verdade dissolve todo o medo e transforma em alegria e amor, ajudando a criar uma realidade diferente.

2 – NÃO LEVE NADA PARA O LADO PESSOAL

Seja o que aconteça com você, não leve para o lado pessoal. Se alguém fizer um comentário maldoso como: “Você é um estúpido”, sem conhecê-lo, quem o fez não esta falando de você e sim de si mesmo. Se você levar para o lado pessoal, você vai afirmar para si mesmo que é estúpido e até possa pensar assim: “Como ele sabe? Será clarividente ou todos percebem que sou estúpido?”. Se você levar tudo que for dito para o lado pessoal é como se você confirmasse que o que esta sendo dito é verdade e então esta crença passa a fazer parte da sua auto-imagem, e ai pronto, o veneno já esta instalado, o outro jogou e você acolheu. Por isso temos que aprender a filtrar e perceber que o que o outro diz sobre você é a visão que ele tem de si mesmo.

3 – NÃO TIRE CONCLUSÕES

Temos a tendência a tirar conclusões sobre tudo e levamos para o lado pessoal. Acreditamos sempre que a nossa forma de pensar e agir é a correta e assim tiramos nossa conclusões precipitadamente culpando e reagindo, enviando veneno emocional com nossas palavras. Sem perceber fazemos comentários e “fofocamos” sobre nossas conclusões e então transferimos uns com os outros estes venenos por nossa ótica pessoal sobre alguém ou alguma situação. E com certeza o dia que você parar de tirar conclusões sua comunicação será clara e livre dos “achismos” que são os venenos emocionais e todos os seus relacionamentos irão se transformar.

4 – DE SEMPRE O MELHOR DE SI

Neste compromisso colocamos em prática todo outros compromissos. É o que nos coloca em estado de alerta para que “Façamos o melhor”, pois tudo depende de nós. Na maioria das vezes só agimos quando esperamos por uma recompensa, ou então quando se chega no limite de algo e esse é o motivo pelo qual não fazemos o melhor. Devemos prender dizer “não” quando tiver de dizer “não”, e “sim” quando tiver de dizer “sim”. Temos condições de transformar nossos dias em dias melhores, e assumir uma postura mais otimista diante da vida, transcendendo a experiência humana que possui muitos obstáculos e sofrimento, em momentos divinos. Essa é a grande recompensa de dar o nosso melhor, entrar em contato com aquilo que há de mais belo em nosso interior, o melhor de nossas faces, o que há de mais verdadeiro.
Abraço fraterno,
Aline Pastori

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

LEVEZA DO PENSAMENTO

     
        É incrível a força e a leveza do pensamento! Naquele momento eu refletia sobre o meu sucesso e fui aos poucos catapultado a essa reflexão sobre os homens e não sei por que eu chorei. Apesar de ser homem, de apreciar o domínio sobre coisas e até mesmo sobre outros homens, vem-me à boca um amargo por saber que numa sociedade de consumo, numa sociedade de tigres e lobos, o prazer de alguns requer o sacrifício de muitos. Eu subitamente me inquieto e as contradições afloram em meu cérebro e minha alegria é triste e meu brilho é fosco. Eu não sou um ser evoluído, e talvez nunca virei a sê-lo. Nunca serei como Ernesto Guevara, que trocou o conforto de sua família, o colo de sua esposa e o sorriso de suas filhas para se transformar no peregrino da revolução; como Gandhi, que libertou seu povo sem que para isso fosse necessário disparar um tiro; como Francisco, que abandonou uma vida de luxo e de luxúria para se dedicar aos pobres e aos animais; tampouco feito Jesus, que com o seu amor imensurável se doou num ideal de solidariedade a ponto de derramar seu sangue pela humanidade. Também não me arvoro em sê-lo. Tenho primeiramente que continuar minha tarefa aqui, e o tempo se encarregará do resto.
         Em tudo isso eu pensava, quando uma mão leve como uma pluma tocou meu ombro. Não virei o rosto para mirá-lo, era como se eu já o esperasse. Um vulto de pele clara, quase transparente, sentou-se ao meu lado e me disse:
         ─ Chora, pois o choro é o óleo que vem untar nossos olhos para vermos com mais clareza as nossas necessidades e as dos outros e percebermos que a doação é a nossa grande missão, pois, como nós lavamos uma roupa e nos preparamos para uma festa, as lágrimas lavam nossa alma para a festa de novidades que renovarão nossos dias. Os que não choram, permanecem cegos diante do sofrimento seu e alheio, não irão a nenhum baile, no máximo dirigir-se-ão a uma bacanal, onde carregarão mais ainda suas roupas de nódoas, que lhe pesarão sobre os ombros o os vergarão para a terra, numa apoteose decadentista. Por isso chora, não tenhas pejo de fazê-lo, sozinho ou diante de outrem. Não se preocupe com a evolução. Ela é lenta, mas é gratificante e, vidas menos vidas, ela virá.
Dizendo isso, esse espírito de luz sumiu e me deixou só com minhas dúvidas que aos poucos se dissiparam e foram substituídas por uma certeza: viver é um sacrifício que devemos aceitar, não como um fardo, mas como uma tarefa a ser cumprida, e é a sua realização que nos torna feliz. A felicidade é isso é o prazer das coisas cumpridas.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A LIBERTAÇÃO DE SI MESMO E A LIBERTAÇÃO DE OUTREM



(Para mim, no dia do meu aniversário)


          
         Hoje, 09 de outubro. Enquanto o café esfria, burilo no teclado para ver se saem uns versos, um parágrafo, quem dera apenas uma frase, uma frase de efeito que ficasse guardada nem que fosse somente na minha memória. É que hoje faço 47 anos. Já passei e muito da curva de Dante. Para minha sorte não acordei no inferno, mas estou deveras longe do purgatório e a possibilidade do paraíso me é impossível ver com os óculos, quem dirá a olhos nus.  
         Quando se é criança, nutem-se ilusões que se mantêm acesas na adolescência e que aos poucos se vão apagando até que não passam de uma luz tênue no final de um caminho o qual não sabemos definir. É mais ou menos nesse meio do túnel que me encontro. A luz me é tão parca que miro, retiro e torno a colocar os óculos do pensamento para ver seu vulto. É quando sabemos, percebemos que tudo é passageiro, efêmero. Até o trocador e o motorista do trocadilho. Pelo menos as carnes, as matérias, matérias brutas. É quando começamos a ver nos cabelos brancos, na protuberância abdominal, no cansaço involuntário dos pulmões e das batidas cardíacas que a partir desse ponto não  nos resta muito fôlego, como diria Rachel de Queiroz, estamos no meio do oceano e só o que resta é água funda comedeira, água amarga ao qual dia menos dia teremos que sucumbir...
         Lembrei-me agora de uma frase de Gandhi, quando indagado pela esposa a respeito dos resultados da campanha de libertação indiana do julgo inglês, que estava a todo vapor, ele apenas se limitou a dizer: “que libertação, se eu não consegui nem me libertar, como vou libertar milhões." Ela surpresa, exclamou: Mas como! "ainda não me libertei da escravidão de mim mesmo!” Fica então essa frase, já que não consegui produzir nada de mim, fica essa frase para reflexão. É preciso, antes de pensar em libertar o mundo, os semelhantes, libertarmos a nós mesmos para que tenhamos então força e sabedoria para lançarmos a voz ao espaço, aos mil alto-falantes palavras que realmente tenham sentido.
P.S. Só para lembrar, Gandhi se libertou de sua escravidão e só depois pôde libertar a Índia do julgo britânico.
(Professor Alves)

sábado, 29 de setembro de 2012

MORTE DE SEU MÁRIO A MORTE DE HEBE


       
    Ontem morreu seu Mário. Um dos grandes amigos de meu pai. Foi pedreiro, assim como meu velho. Depois de mais de um mil prédios construídos, depois de mais de uma tonelada de feijão comido ao ar livre, depois de mais de mil calos  entre os dedos.
       Tudo isso sem contar com as inúmeras humilhações sofridas, sapos engolidos a duras penas. Depois de criar, literalmente, nove filhos e não ver um sequer na universidade. Depois de ter votado num monte de salafrários e sentir o gosto amargo da traição. Isso sem contar os inúmeros livros que não leu, por ser analfabeto, dos inúmeros poemas que estiveram em seus lábios e não jorraram para o papel, pelos discursos que não saíram lábios a fora  por falta de oportunidades. 
      Ontem morreu seu Mário, mas isso não vai sair na televisão, a internet não vai se ocupar disso, porque seu Mário era um simples pedreiro. 
      Mas da morte de Hebe Camargo  todos querem saber, porque ela não construiu casa, ela não criou filhos ela não...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

À MEIA-NOITE E O CÁLICE



À MEIA NOITE
Cheguei à meia-noite em ponto.
O caso deu-se como eu conto.
Cheio de lúgubre mistério…
Pois ela disse: “Ao cemitério
Vamos à meia-noite em ponto.”
E eu respondi-lhe: “Conto, conto
Contigo à meia-noite em ponto.”
Como eu sabia, ela outro amante
Tivera em tempo não distante.
Era já morto: eu uma esposa
Tinha também sob uma lousa.
E ela sabia desse amante.
Jaziam um do outro distante
O amante dela e a minha amante.
Bem não chegamos, os ciprestes
Agitaram as verdes vestes
Como arrojando-se de bruços…
Que ais de tristeza e que soluços
Gemeram tão verdes ciprestes.
Gemia o vento pelas vestes.
Verdes dos vírides ciprestes.
Paramos de repente à porta:
Eu era um morta, ela uma morta.
Tal foi a cena branca e nua
Que nós, clareados pela lua,
Olhamos bem ao pé da porta.
Eu era um morto, ela uma morta,
Sem movimento junto à porta.
Diante de nós, em frente, diante,
O amante dela e minha amante,
Espectros vis num mesmo quadro,
Vinham vagar, hirtos, pelo adro,
Diante de nós, em frente, diante…
O amante dela e a minha amante.
Riram, passando para diante.
(ALPHONSUS DE GUIMARÃES, O HOMEM) 
O CÁLICE
A chuva benéfica e abundante cai dos céus
Mitigando a sede da terra.
Assim também, o Amado faz chover sobre os homens
Os poderes e as bênçãos.
No entanto, choras e desesperas...
Por que não recolheste a tempo a tua parte?
– Nada vi – responderás...
É porque teus olhos estavam nevoados na atmosfera do sonho.
O Senhor passa todos os dias,
Distribuindo os dons celestiais,
Mas as ânforas do teu coração
vivem transbordando de substâncias estranhas.
Aqui, guardas o vinagre dos desenganos,
Acolá, o envenenado licor dos caprichos.
O Amado é incapaz de violentar a tua alma.
Seu carinho aguarda a confiança espontânea,
Seu coração freme de júbilo,
Na expectativa de entregar-te os tesouros eternos...
Mas, até agora,
Persegues a fantasia e alimentas curiosamente a ilusão.
Todavia, o Amado espera.
E dia virá,
Na estrada longa do destino,
Em que estenderás ao seu amor infinito
O cálice do coração lavado e vazio 

(ALPHONSUS DE GUIMARÃES, O ESPÍRITO)




domingo, 9 de setembro de 2012

FRASES DE AUGUSTO CURY



é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência.

A maior aventura de um ser humano é viajar,
E a maior viagem que alguém pode empreender
É para dentro de si mesmo.
E o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,
Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,
Mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas
E descobrir o que as palavras não disseram...

Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las.
Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros.
Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.
Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência. Uma crise destrói uma herança, mas não uma profissão. Não importa se você não tem dinheiro, você é uma pessoa rica, pois possui o maior de todos os capitais: a sua inteligência. Invista nela. Estude!
Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superavél;quando somos abandonados por nós mesmos,a solidão é quase incurável...
QUE VOCÊ SEJA ALEGRE,
mesmo quando vier a chorar.
QUE VOCÊ SEJA SEMPRE JOVEM,
mesmo quando o tempo passar.
QUE VOCÊ TENHA ESPERANÇA,
mesmo quando o sol não nascer.
QUE VOCÊ AME SEUS ÍNTIMOS,
mesmo quando sofrer frustações.
QUE VOCÊ JAMAIS DEIXE DE SONHAR,
mesmo quando vier a fracassar.
ISSO É SER FELIZ.
Que através deste livro você garimpe ouro dentro de si mesmo.
E SEJA SEMPRE APAIXONADO PELA VIDA.
E descubra que você é um
SER HUMANO ESPECIAL.

do site: http://pensador.uol.com.br/autor/augusto_cury/4/

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CARIDADE, A CURA DO MAL



 
         Quando Jesus nos ensinou a perdoar, concedeu-nos o máximo de poder imunológico para frustrar o contágio do ódio e do desequlíbrio, em nosso relacionamento recíproco.
          Perdoa a quem te persegue ou calunia, no veículo do silêncio, e situarás o agressor, na cela íntima do arrependimento, na qual se lhe transformarão os sentimentos para a cura espiritual que se lhe faz precisa.
            Perdoa, sem comentários, a quem te ofende e a breve tempo, te conscientizarás dos males que evitastes e das esperanças com que renovaste muitos dos corações que te partilham a vida.
            Se alguém te feriu, perdoa e silencia. Se alguém te prejudicou, silencia e perdoa sempre.
       Quando todos nós praticarmos o perdão que o Cristo nos legou, teremos afastado do mundo as calamidades da própria guerra, que, na seeência, é a cristalização do mal que nos induz a apoiar, voluntária ou involuntariamente, o extermínio de milhões de pessoas.  

                                                      Emmanuel 
DO SITE:  http://missionariosdaluz.webnode.com.br/products/caridade/ 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O VERDADEIRO ANALFABETO POLÍTICO




O verdadeiro analfabeto político
É entendido, segue os ditames de Bretch,
Abre o peito para dizer:
 ─ Eu voto, o voto é minha arma,
Sem ele as prostitutas se multiplicam,
A Saúde está morta,
A Educação não existe,
Meu povo não tem redenção.
Ou é ignaro para balbuciar:
─ Voto no candidato da mãe que vai me dar uma dentadura,
Um copo de cerveja e um prato de feijoada.

Desconhecem eles, míseros eleitores,
Que o verdadeiro analfabeto é o que vota,
É o que coloca a raposa no galinheiro.

A política é a resina que molda a volúpia por poder.
A política, unifica todo ser, mais que a morte.
Torna a todos escravos da ganância,
E lhes instala no peito o vírus da corrupção,
Que embota as mentes, antes honestas(?)
Individualiza interesses coletivos,
E como uma pandemia se espalha
Escolas, fábricas, sindicatos, bairros, cidades, países, galáxias.
Não há política nem politicalha, como queria Rui.
O que há é a ciência do descaso, da mentira, da usura.

E o povo?
Torna-se vítima desses interesses.
E aí sim surgem mais miseráveis
Que se multiplicam feito tapurus na carne podre,
Prostitutas desfilam suas almas enviesadas nas vielas da solidão,
Professores mal pagos destroem horizontes infantis,
Morre-se, é irônico, nas filas dos hospitais.
E quando vem a chuva arrasta consigo destinos
E se é tempo de seca, sinas são tragadas pela terra.

E os petistas, tucanos, pefelistas, bispos, verdes, comunistas
Estalam o açoite nos palacetes da devassidão
Entre risos, lagostas e uísques.
Enquanto a turba pede esmolas, educação, saúde.
A quem de seus votos se fartara,
Tudo graças ao verdadeiro analfabeto, político. 
                                           (Professor Alves)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

OS INFILTRADOS




Jogão! Flamengo e Ceará, digo Ceará e Flamengo. Eu meu filho torcemos pelo glorioso Ferrim. Que tá ruim que dói. Logo vamos muito pouco ao estádio. E torcemos também pelo Mengão. “Vamos assistir ao jogo, né pai?” Disse Victor Hugo. Assim que soube que os ingressos estavam à venda, corri para o ponto mais próximo. Cheguei atrasado. Só havia ingresso na torcida do Vozão. Fazer o quê. Os outros chegaram rápido. Apenas mil ingressos para os milhares de torcedores do Mais querido do país. Comprei os ingressos e avisei ao meu filho. Vamos fingir que torcemos Ceará. Meu filho foi logo lembrando que a torcida do Ceará é cruel, mais ainda que a torcida do Iraque quando sua seleção joga contra o Irã. Tudo bem, filho, o importante é estarmos lá para vermos nossos ídolos.
Chegamos ao estádio quase na hora do jogo. Depois de muito empurra-empurra, entramos. Logo de cara, vimos e ouvimos o Ronaldinho sendo esculhambado pela torcida do vozão: “Gaúúúcho, biiicha”. Era cruel, e logo nós que o amávamos tanto. Um cidadão distinto, vestido a caráter, que mais parecia o vovô mascate, me cutucou. “Né bicha ele?” E eu ensaiei: “gaúcho bicha”. Muito fraquinho. O outro me olhou desconfiado. Meu filho então entoou: “Leeeo Moura, bichiiiinha”. E me olhou como dizendo “é assim que se finge”. Segue o jogo e meus olhos seguem os jogadores do Fla. De repente bola na área do Ceará, Tiago Neves cabeceia na trave. Soltei o palavrão acompanhado de um gesto de cabeça. Um Parrudão me olhou, e eu disse: “Pode não, vozão, dá moleza” e sorri amarelo. Meu filho me cutucou, como quem diz: “não brinca, pai”. De súbito passam por mim uns quatro “pitbulls”. Um deles diz: “ali, ó!” e aponta para um senhor de de blusa vermelha. Correm até lá e vejo o senhor se explicando, depois de levar uns safanões dos brutamontes. Eram caçadores de flamenguistas. Aí eu tive mais certeza do risco que estávamos correndo. Mas o vovô é ruim demais. Mengão na área, Tiago Neves cruza, Deivid faz 1x0. Alegria contida tem gosto de fel, sal e doce misturados.
Depois do intervalo depois de ouvir um monte de torcedor discutindo sobre o acontecido, enquanto comem caiduro, voltamos para o segundo tempo. Agora a vítima era o juiz: “bicha vagabunda, não toma o jogo do meu vozão”, dizia um. Outro me cutucava e apontava para o árbitro e eu tinha de xingá-lo também. E a gritaria era grande. Lá do outro lado estavam mil flamenguistas felizes, e eu morrendo de inveja. Meu filho mais ainda. A tortura continuava. O Flamengo atacava o ceará se defendia, e eu não podia vibrar com meu time.
De repente os “pitbulls” voltaram. Desta vez empurravam e davam tapas num homem. E gritaram para alguns que estava atrás de mim: “esse estava ali infiltrado, fingindo torcer pelo vozâo”. Nesse momento, ciente do risco, comecei a gritar a plenos pulmões: “Ôôô, Vai pra cima deles, vovôôô!”
(Professor Alves)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A OSTRA E O VENTO


          De repente dá uma vontade doida de ler. Entretanto vem a preguiça. A saída é pegar um áudiobook, ou livro para ouvir, e curtir uma boa leitura, digo, uma boa audição. O livro A Ostra e o Vento está sendo minha leitura atual. Audição atual. No carro, na caminhada, ou durante uma partida de xadrez. É muita poesia, é muito vento e muita, é claro, Marcela. Linda, Marcela se desdobra entre a ilha e perspectivas do continente, sob a ótica de Daniel. Vale a pena curtir. Quer ler, tá com preguiça. ouça A Ostra e o Vento faça uma linda viagem. 



segunda-feira, 16 de julho de 2012

QUE BOM SERIA



(Para mim, no meu aniversário de quarenta e um anos)

A vida devia ser assim,
A gente nascer e ser, por tempo,
Bem, mas bem pequeninim
E ir crescendo pouco a pouco
Sem pressa ou medo de ficar louco.

Depois a gente crescia mais
E após aproveitar a infância
A gente ficava rapaz
E por um tempo e tanto
No namoro encontrava acalanto.

Nesse período a gente sonhava
Olhava o sol, a lua, as estrelas
E de repente até chorava
Pra de novo encontrar a paz
E ser feliz, bem feliz demais.

Claro que nessa primeira vez
Sem estar bem passado no alho
Pagávamos mico todo mês
Rilhávamos de raiva os dentes
E seguíamos o caminho novamente.

Mas sem nunca precisar se esforçar,
Sem nenhum esforço mesmo,
Sem ser preciso mesmo estudar,
Arranjava um trabalho a gente
E casava-se àquela que tem na mente.

E vinham os filhos. Que  alegria
Vê-los correr, saltar, cair:
Eles, nós e a grande euforia.
De repente o sarampo, catapora
Mas logo tudo ia embora.

Até chegar aos quarenta
Que envelhecer muito
Ninguém mesmo agüenta
Aí a gente de novo voltava,
De ré a vida descomeçava.

E assim ficávamos jovem de novo
Ano após ano, sem pressa
Vendo os cabelos pretos como corvo.
Aos trinta que felicidade
Foi aqui que ganhei à vontade.

E a cada ano que passava
Toda a oportunidade
De novo por nós passava
E não perdíamos nenhuma,
Colhê-las-íamos tranqüilos uma a uma.

Os nossos netos nascendo,
Os filhos mais velhos que nós,
E nós mais rejuvenescendo
Mas com toda experiência
Adquirida em nossa existência.

Das moças, aquele sorriso
Era num átimo percebido,
Namorar era um paraíso,
Sem deslizes nem bobeiras
parecendo adulto, sem asneiras.

Sendo de novo menino,
Brincar de arraia, no meio do sol
Quente, quente e a pino
No pião ninguém batia.
Pra casa? Só no final do dia.
  
E assim íamos remoçando
Até tomarmos mingau,
Pra perto da mãe de novo chegando
E tornar para o ventre finalmente
De lá pro céu, alegre, contente.
  
(Professor Alves, 09/10/2006)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O SEGREDO DA FELICiDADE

            
        Há uma maravilhosa fábula sobre uma garotinha que está andando pelos prados, quando vê uma borboleta espetada em  um espinho. Muito cuidadosamente, ela a solta e a borboleta  voou para longe, para então retornar transformada numa linda fábula. "Por sua bondade", ela diz à garota, "vou conceder-lhe seu maior desejo."
           A garotinha pensou um pouco e disse: "Quero ser feliz." A fada inclinou-se até ela e sussurrou algo em seu ouvido e desapareceu subitamente.
         A garota crescia, e ninguém na terra era mais feliz do que ela. Sempre que alguém lhe perguntava qual era o segredo de sua felicidade, ela sorria e dizia: "Eu escutei uma fada boa."
          Quando ela ficou bem velha, os vizinhos temeram que seu segredo morresse com ela. "Diga-nos, por favor, qual é o segredo de sua Felicidade, o que disse a fada", instaram todos à agora amável velhinha. Ela simplesmente sorriu e disse:
         "A fada me disse que todas as pessoas, por mais seguras que pudessem parecer, precisavam de mim.
                
(Trecho do livro AMANDO UNS AOS OUTROS, editora Record) 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

QUATROCENTOS ANOS EM QUADRA





                
                       O poeta faz suas reflexões sobre     
                       as comemorações dos quatrocentos               
                       anos do seu estado natal.

Seara, Siará Grande, Ceará!
Nome, forma e métrica pouco importam,
porque doravante o que importará
é rimar tudo que o denigre e exorta.

Nesses quatrocentos anos de existência,
desde que Martim Soares esteve aqui
e amou Iracema com grã decência
E tiveram um filho de nome Moacir

esta terra de opulência e imensidão
tem crescido e se desenvolvido
sendo portanto o mais sublime torrão,
assim diz quem aqui já tem vivido.

É claro que essa história não é só de alegria,
temos secas em ciclos e muita miséria,
era morte o que naquele ano se via
naquela famigerada seca deletéria.

(Neste momento me foge a inspiração,
ao lembrar o flagelo que Rodolfo narrou
em seu livro que me despertou paixão,
o qual de Fome ele o denominou.)

Mas deixemos disso, que sejam sutis
esses versos que nesse papel caírem
sobre este Ceará de céus de anis
e praias que entontecem aos que as virem.
  
Falemos desse povo gentil e hospitaleiro,
que não tem pejo de ser cabra-da-peste
que muito respeita os demais brasileiros
mas ama sua terra de leste a oeste.

É certo que os do poder são interesseiros.
Seu Tasso combateu uma oligarquia
e implantou outra, e isso é verdadeiro,
hoje mandam os capitalistas, todavia.

A Educação por isso não anda bem,
a Saúde bem outrossim não está
mas a fortuna deles cresce e ninguém
sabe aonde o Iguatemi parará.

Mas voltemos a falar de beleza
que não faltam no meu Ceará,
terra que não sabe o que é tristeza,
se alguém duvida, é só vir para cá.

Falando em cultura, somos imbatíveis,
exportamos de todas as áreas talentos,
que na arte de inventar são infalíveis
e estão na tevê em todos os momentos.

Citemos o grande Fágner, Raimundo
Ednardo, Belchior e Raquel de Queirós
e os humoristas que daqui ganham o mundo
todos eles dando imensa alegria a nós.

Numa estrofe vamos homenagear
o nosso maior poeta e passarinho,
Patativa que com Deus deve estar,
fazendo versos e alegrando anjinhos.

Mas nós não podemos nos esquecer
dos dragões que maculam nosso estado:
políticos corruptos, ai, é de doer,
analfabetismo e fome de todo lado.

Em cada sinal é muita tristeza,
criança e velho pedindo esmola,
e isso não é só em Fortaleza,
de norte a sul a indigência assola.

A grana do povo isso não combate.
com ele se faz metrô e Castanhão,
ou se gasta tudo comprando iate
e a gente, essa, fica sempre na mão.

Há deles que roubam merenda escolar,
esses têm coragem de na mãe dar fim,
se Deus pra essa terra não olhar
os larápios hão de dar descaminho.

Mesmo assim somos orgulhosos
de termos nascido neste torrão,
apesar de eles, os ambiciosos,
minarem um pouco nossa paixão.

Pois o grande herói é o nosso Povo,
que luta e ri sempre com força e raça
se cai, levanta e segue a lida de novo,
sem nunca perder a sedução e a graça.

Aqui termino esse trabalho lírico
e ao Ceará quero parabenizar,
mesmo em tom um pouco satírico,
é a verve do artista que às vezes dá.
                  (Professor Alves,
                    agosto de 2003)