“O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
A primeira vez que ouvi teu nome,
[Joelma,
Veio-me à lembrança um incêndio
[antigo!
E eu me lembrei das pessoas se jogando
[desesperadas
Pessoas tentando salvá-las, angustiadas,
E o país parado diante daquele tomento.
Eu ri, Joelma, quando ouvi teu nome.
Mas o que eu não sabia, Joelma,
Era que teu nome traduzia incêndio
E que eu me veria, em minhas noites
De desabrida luta contra a solidão,
Queimando por dentro como alucinação,
O teu nome soando nos meu ouvidos
E eu, coitado, sem você pra me salvar!
Sinto um frio na barriga, Joelma,
Toda vez que ouço teu nome,
O gelo vira fogo que a toda me consome
E a cena triste do incêndio se repete,
Os meus sentimentos se agitam,
Tentam saltar do meu peito, inútil!
Minhas orações são vãs, vãs
Já o que eu sentia à noite
Se desdobra pelas manhãs,
Sinto bravo o incêndio da incerteza
E eu já não rio mais, Joelma, quando
[ouço teu nome!
(Professor Alves, 13/09/2006)
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