quinta-feira, 3 de março de 2011

ESTAÇÕES DO INFERNO

Seca
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(Para Teoberto Landim)

O poeta está desolado com o cinismo dos
políticos diante da desgraça causada pela en-_
chente em Arneiroz.

Meu Deus! Meu Deus!
Passa seca, passa cheia,
Setembro a janeiro,
Dezembro a junho
E sempre a mesma dor,
Sempre o mesmo desespero!
Enchente no Rio de Janeiro 1940
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De norte a sul se repete o martelar:
Bater na porta da batina,                                              
Tocar a porta do poder?
Em São Paulo chove, choro enche as marginais,
Se repete a cena chata,
Seca, a terra do Nordeste geme na poeira.
Ou chove chuva, cheia até no Ceará
E Arneiroz pede água, alagada.
Incrível! não há água de beber
Apesar da água destruidora a correr.
Eu já sabia!
Se não chove, eu morro
Se chove, a morte me leva.
Na cidade, o asfalto cede, o carro chupa,
A casa leva, o sono tira.
Mamãe, meu brinquedo? A água levou
Meu gatinho? A enchente arrastou
Meu pé de fulô? A chuva matou
Mamãe, meu irmão? ...
Mamãe, meu papai? ...
Enquanto eles, os políticos, 
continuam felizes com seus fidelíssimos aliados:
O fenômeno e o cinismo.
(Professor Alves, 29/01/2004)

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