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segunda-feira, 1 de julho de 2013

VAMOS MUDAR DE ASSUNTO












vamos mudar de assunto

VAMOS MUDAR DE ASUNTO
PARA NÃO CONTER A EUFORIA
PRA NÃO LEMBRARMOS O OUTRO
PARA NÃO ESQUECERMOS DE NÓS

VAMOS FALAR DE FLORES
PARA NÃO DIZEREM
PARA NÃO CLAMAREM
PARA NÃO  SUFOCAREM

VAMOS FALAR DE AMORES
PARA NÃO MORRERMOS SEM
PARA NÃO SENTIRMOS DORES
PARA  NÃO VIVERMOS COM

VAMOS FALAR DA INFÂNCIA
PARA NÃO CRESCERMOS LOGO
PARA NÃO VIVERMOS MUITO
PARA NÃO SERMOS PEQUENOS

VAMOS FALAR DE CRISTO
PARA NÃO SERMOS LÓGICOS
PARA NÃO VIVERMOS SALVOS
PARA NÃO SENTIRMOS MEDO

VAMOS FALAR DE VERÃO
VAMOS FALAR DA CHUVA
VAMOS FALAR DE TI
VAMOS ESQUECER DE NÓS

VAMOS MUDAR DE ASSUNTO!


(Professor Alves, um dia após a vitória da seleção)

terça-feira, 20 de março de 2012

SUS OJOS


             
                  “Yo no creo en las brujas
                      pero que las hay, las hay”
                                     (Provérbio espanhol)

¿Donde está aquella niña
Cuyos ojos me han quedado?
¿Dónde está que no la miro?
De pasión me ha embrujado.

Desde algún tiempo,
Desde que la miré
No tengo más quietud!
Nunca más la tendré?

No se dio ni cuenta
Qué cuando la he mirado
Esclavo de sus ojos
Me he de pronto tornado.

Así, tonto, desde entonces,
Quedome, sin fuerza, minado
Como un borracho por las calles,
Rengo he siempre estado.

Pero no sé su nombre
Pero siquiera oí su voz
Solamente sus ojos
Me han sido feroces.

Donde está aquella niña
Quien tiene ojos tan claros,
Que me cautivaron de pronto
Ojos  tacaños, avaros?
                 (Professor Alves, 11/2007)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O PEIXINHO


(Para Mário Quintana)

O peixinho era tão pequenino
E eu tão desastrado
Ele tinha uma cor rosa
E eu não tinha o direito de ser desastrado
Ele rodopiava no saco  alegre como uma criança
Eu fui colocá-lo em sua casa
Ele caiu no ralo
Agora me há um vazio tão grande
"Que mesmo que eu bebesse o mar
Encheria o que eu  tenho de fundo".

Hoje eu compreendo a fragilidade das coisas pequenas
E eu compreendo a fragilidade da infância
Por que devemos cuidar dela
Para que ela não escape de nossos dedos
Para que não caia no ralo da vida
Para que não entre pelo cano.
               (Professor Alves,   Janeiro de 2004)

sexta-feira, 25 de março de 2011

AMOR E POESIA

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Fazer versos é como fazer amor.

Em atos ambos, a pressa tem que ser 
                                       [desprezada,
O cuidado, inexoravelmente, 
                                      [enaltecido.

O ser amado, como o papel, cuidadosamente
Sonhado
Festejado
Mirado.

Ela te dá o prazer do gozo dia após dia
Ele a alegria de não te repetires.

Cada palavra é um beijo,
Cada verso uma carícia,
E paulatinamente o poema se vai construindo,
E calmamente os corpos se constringindo.
Até o momento máximo da poesia realizada (o poema),
Até o sublime êxtase do líquido jorrado (e recebido).

Examina teu poema...
Contempla tua amada...
E,
Sem te preocupares com a resposta de Pessoa,
Pergunta-te se vale a pena amar qualquer uma,
Indaga-te se o poema não tem hora.

Fazer verso é como fazer amor.
Alves ( 11/03 /2003)

domingo, 9 de janeiro de 2011

ADEUS


I

Assim te vejo
De novo posso aos teus pés
Dizer-te o quanto te vejo
E por que te vejo.

Porque és assim
Encantadora como as coisas
Em que acredito
Porque és para mim um mito
Algo desprovido de tez
Como se só houvesse
Teu riso, carmim.

Porque és bela
Como a luz que
Me vem pela janela
Jogar luz na estrada intranquila
E trazer alento a uma alma abrasada
Torta e enviesada
De temores longínquos.

Porque és labirinto
Como um filme de Mia Farrow
Profunda como uma dissertação
Distante como a solidão
Estouvada ao dizer: ¨minto!¨
Ou ao explodir louca
Como um vulcão.

II

Parece que nunca te vi
E talvez eu nunca te tenha visto
Quiçá, me és um livro que li
Há muito em um passeio
E por motivo desconhecido
Parei da leitura no meio.

Há uns dias tive um sonho
E nele em dobro me vieste
Eras como as águas de um rio
Caudaloso que a galope
E desespero foge do estio
Em busca do vento leste.

E naquele espaço onírico
Doido e sem termo eu corria
E te afastavas lentamente
Rindo, exercendo a tirania
E eu tremendo em ânsias
Acenava, os dedos molemente.

Na parede do quarto
Havia uma tosca janela
Lívida a refletir sobre mim
Uma cinza aquarela
Em que se via em arco
Um rosto da alvura de marfim.

Era uma deusa que eivada
De graça e beleza surgia
De uma fonte encantada
Para com profunda alegria
Dizer-me com voz embargada
Te adoro, te adoro, te adoro.

Sobressaltado e persuadido
Surpreso e ainda aturdido
Supus haver entendido
Ser um ser amado e correspondido
Se não tivesse me iludido
Seria teu sem te ter perdido.

26/04/2002

domingo, 24 de outubro de 2010

SONETO DA BUSCA EM VÃO



Ó Senhora, quanto amor tive sem dizer
Quanto de amor tenho, Senhora, por viver
Quanto amor vi em tua retina, Senhora,
Por que me deixaste, de repente, ir embora?

Vi em teu semblante que me amavas, meu bem,
O quanto nenhum ser jamais amou alguém,
Permitiste, por meu grande pesar, entanto,
Qu’inda não percebesse, todo teu encanto.

Fui-me sem os teus doces beijos, minha vida
Sem o calor de tua voz me dispersei
Ouvindo surdo o retumbar da despedida.

E assim, minha loucura, pelo mundo errei
Sentindo às costas pesado o fardo da lida
Sem ter teu carinho, só espinho colherei.

(Professor Alves, 07/03/03)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

E AGORA ZEZINHO



E AGORA, ZEZINHO
(homenagem ao músico
que enchia de ternura a solidão
dos outros)

Há um violão nun canto
esperando seu lento dedilhar
sem som, perdido no quarto escuro
as cordas mudas,
esticando-se na ânsia de um acorde

Há uma música no ar
que sonha com a tua voz
que quer ser tua alegria
que te acompanhou
por todos esses dias
Música, violão e voz
quanta falta é que nos farão
tua voz serena
teus dedos longos e aventureiros
buscando sons, melopeias
na solidão alheia.

Há mulheres, amigo,
solteiras, viúvas, órfãs
dos teus amores e de tuas risadas
Porque as deixaste
agora são indignas de compreensão
o abandono não se explica

Há amigos e até distantes
que nada entendem de vida
que nada entendem de morte
são vultos a se espelharem em ti
nesses olhos tristes, viajeiros,
caminhantes de um passado
andarilhos das noites vis.

Há dias distantes e agorais
dias plenos de tua pessoa
mas não há dias futuros
não te ouvirão
nada saberão de ti jamais
o vinho da festa já se foi

Só tua lembrança é que há
teus passos lentos
tua voz amiga
nem alegre nem triste
mas amiga de quem sequer te conheceu.

Não existes mais, Zezinho,
não entre nós
só o espírito renascente
esperando a hora de voltar
aqui só restou a solidão
a um canto triste de um violão.
(Professor alves, 01/10/2010)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

HISTORIETA SEM GLAMOUR


Nasci em Fortaleza
Vivi sempre em Fortaleza
Morei no Jardim Iracema
Entre areias e sapo, chuvas e barro.
Para brincar havia o corrente e o cinto a vergalhar as costas.
Da vida bucólica só tinha inveja
Do retorno às aulas da casa da avó do interior dos outros.
Vida de citadino é triste, sô,
Sem pesca nem caça
Sem luar do Sertão,
Sem quermesse na praça.
Até que um dia conheci Independência
E a liberdade da caatinga.
Foi adoção à primeira vista.
Hoje da infância só trago uma saudade:
É dos colegas de colégio a quem eu deveria narrar as férias que nunca tive.
(Professor Alves)

sábado, 28 de agosto de 2010

SONETO DO BEIJO


(Porque beijar é bom demais)

Por que fechamos os olhos ao beijar?
Grande mistério para os que não amam
Mas está claro aos que se apaixonam:
Quem ama só o ente amado quer mirar.

Quando os lábios começam a se tocar
As pálpebras lentamente se apagam
Os corações rapidamente acalmam
É a magia do amor a se manifestar.

O resto são flores, sonhos, delírios!
Logo a respiração fica ofegante,
O balé das mãos que se tocam no ar.

Os sinos tocam, do alto caem lírios
Inicia-se a revolução pujante
Inicia-se por fim o ato de amar.

  (Professor Alves)

sábado, 15 de maio de 2010

DESAMIZADE



Já vão longe os dias de caminhada
Em direção à praia ou ao boteco,
Ele sem talão, contando piada,
Riam os dois amigos, eu sem jaleco.


De calção e chinela japonesa,
Segunda ou domingo não importava,
Bom era vê-lo alegre, sem tristeza,
E assim a vida em gotas jorrava.                                           


Tínhamos poucos anos é verdade,
Preocupação quase inexistia,
Éramos francos tínhamos bondade
N’alma, sendo assim, ninguém mentia.


Era normal entrarmos em conflito
Por mulher ou time de futebol,
Eram esses casos todos finitos
E olhando após ríamos o arrebol.


Lembro como se fosse hoje, um dia
Meu amigo disse: ─ eis a solução!”
Ensimesmado perguntei o que havia,
Exaltado disse: ─ é a revolução!


Vimos-nos depois na luta engajados:
Panfletagem, palanque, sindicatos,
Piquetes, greves, discurso inflamado,
Santinhos, reuniões, públicos atos.


Abandonamos o que era modesto:
Estádio, namoro e telenovela;
Crescemos barba e até mudamos gesto,
Lemos Marx, Engels e Nélson Mandela.


Enfim essa transformação foi completa,
A militância era o que prazer dava,
De ideologia a vida era repleta
Como condor que o mundo libertava.


Esses dias passaram de repente,
Eu casei, disso ele não escapou,
Sumimos tal qual estrela cadente,
Como relâmpago o tempo escoou.


Dia desses com ele me encontrei.
Mudado dirigia um belo carro.
Abri os braços, um grande abraço dei.
─ Enriquei – disse acendendo um cigarro.


Não entendi e encetei papo animado.
Ele fitando-me disse assim ─ Veja,
Esse carro, Quim, é da Itália importado.
Ingênuo chamei: ─ Vamos à cerveja!


Perguntou-me: ─ Que fazes tu da vida?
Respondi-lhe feliz: ─ Sou professor.
Rindo, afirmou: ─ É dura a tua lida.
Disse eu: ─ Luto contra o mundo opressor.


Nesse momento uma mulher surgiu
Tão bela, igual nunca tinha visto.
─ Pedro, o que esse homem lhe pediu?
apontando-me o dedo disse isto.


Ele saiu sem a mão acenar.
Eu, constrangido, tonto, ali fiquei
Enquanto em minha mente sem cessar
Ribombava: Quim, enriquei, enriquei.


Co olhos marejados, disse: ─ Que praga,
Filho da puta – falei cá comigo –
Ele hoje com grana me menoscaba
e jurei fosse meu melhor amigo.
(Professor Alves)

16/05/03

sábado, 8 de maio de 2010

João Nogueira Jucá




JOÃO NOGUEIRA JUCÁ
MÁRTIR E HERÓI
(Por Professor  Alves)

Neste mundo há gente de toda estirpe,
Sendo cada qual com seu cada qual,
Pois há gente que só pensa em si mesma,
Muitos outros para fazer o mal,
Gente insípida, incolor, inodora,
‘Inda sobram muitos que vivem a esmo.

Também gente de todo credo e cor,
De vária orientação sexual,
Gente capaz de toda ruindade,
De carne e osso, gente irreal,
Gente, parece, que nem alma tem
E gente capaz de muita bondade.

Mas é destes de que quero falar.
Poderia citar de todo o mundo,
De Madre tereza, Gand até Chê,
Capaz de desprendimento profundo;
Cristo, Lennon e Rodolfo Teófilo,
De Chico Xavier a quem me lê.

Mas o que me trouxe a essas teclas
Com quem luto, tentando tirar versos
É um fato havido aqui no Ceará,
Que deixou meus olhos submersos,
Um ato de surpreendente heroísmo,
Fica difícil até de contar.

Permitam-me, então, os deuses que eu tenha
Muito engenho e força para narrar,
E que tenha talento e lucidez
Para levar até o fim o meu cantar,
Para que do ocorrido nada esqueça,
Que use palavras de assaz nitidez.

Transcorria o dia quatro de agosto
Daquele nono ano dos cinquenta
Era Fortaleza ainda pacata,
(Atualmente está que ninguém aguenta)
Famílias viviam em harmonia,
E os mestres orgulhavam-se da bata.

Um jovem transitava calmamente,
Seu nome, João Nogueira Jucá,
Dirigia-se então à academia,
Quando uma explosão se fez escutar,
Na Casa de Saúde César Cals
O fogo tudo estava a devorar.

Enquanto muita gente se assustava
O rapaz, de apenas dezessete anos,
Muniu-se de seu espírito heroico
Adentrou o recinto sem pensar em danos
Com imensurável espírito altruísta,
Enfrentou o fogo de modo estoico.

Salvava vidas que não conhecia,
Como que guiado por mãos divinas,
Bem antes da chegada dos bombeiros,
Tirava do perigo muitas sinas,
Salvando quem acabava de nascer,
Dava vida por muitos no braseiro.

Entanto em determinado momento,
Pelo seu denodo foi convocado,
Para retirar tubos inflamáveis.
Com seu ser plenamente devotado,
Resolveu logo aceitar a missão
De retirar troços indesejáveis.

Quando de pronto todos olharam,
Deu por fim outra enorme explosão.
O fluido vazou de um dos grandes tubos
Atingiu-o o que gerou grande lesão,
Mas o fogo, ao invés de pará-lo,
Era tal qual do destemor adubo.

Continuava o nosso insigne herói
Agindo para salvar pacientes,
Mesmo com todo o corpo consumido
Por enormes chamas incontinêntis,
Só depois de muita vida salvar,
foi, então, que o herói quedou-se abatido.

As pessoas estavam estáticas,
Diante de grandioso heroísmo:
O valete de todo coração,
Denodado e com imenso altruísmo,
Sem pensar, em nenhum, minuto em si,
Doava a própria vida pelo irmão.

E assim, durante toda uma semana,
Depois do fato ter-se consumado,
Ficou João no leito do hospital,
Pelas enfermeiras ali tratado,
Queimando, sereno, calmo, tranquilo,
Seu nome já notícia de jornal.

Quando seus pais a ele perguntavam
─ João, meu filho, isso muito lhe dói?
Ele, rindo, aos genitores, dizia:
─ O fogo por dentro ainda corrói,
Mas a alma está realizada,
De novo, fosse preciso, faria.

A seu pai aquilo nada estranhava,
Porque, em Messejana, certa vez,
Numa cacimba morrera um ancião.
João com grande tristeza na tez
Dissera dessa maneira a seu pai:
─ Eu daria a vida por esse irmão.

Portanto foi com grande desespero,
Assolada por enorme tristeza,
Que no dia onze daquele mês,
Quedou-se insana toda a Fortaleza,
À morte inglória daquele estudante,
Mas feliz, Perante grande altivez.

O jovem João Nogueira Jucá
Foi então transladado ao solo profundo,
Seu corpo deixado no cemitério,
Fechou os olhos enfim para o mundo,
(Turvaram-se muitos outros com lágrimas)
Abrindo-os por fim para o mistério.
(16/08/07)

sábado, 1 de maio de 2010

SONETO DE DEVOÇÃO




SONETO DE DEVOÇÃO
(Ode ao mais querido)

O amor imenso que brota no peito
Tem a cor da vida, é da carne a cor!
O medo é negro, tem a cor da dor.
Rubro e negro o matiz de um povo eleito!

Amor e medo paradoxo perfeito
Quando o que explode grená é uma flor!
Mas como pode sem nenhum pudor
Os opostos casarem desse jeito?

Porque existe no mundo uma devoção
Que une pessoas também diferentes,
Faz ricos e pobres um hino entoar!

Mais que um time, és uma religião
Somos Raça, Somos Amor, e Paixão,
Oh meu, ò seu, ó nosso: MENGÃO! 

           Professor  Alves, setembro de 2003

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

JOÃO HÉLIO NÃO MORREU




(Por Professor Alves, 23/02/2010)

João Hélio não morreu
o sol é para sempre
ele continua vivo mais do que nunca
antes ele só era conhecido dos familiares
ele só era amado pelos seus
hoje ele tem o amor de uma nação
seu nome ecoa silenciosamente
pelos quatro cantos desse imenso país

João Hélio não morreu
o brilho que há nele ilumina toda a terra
cada lar sente benfazejo a luz de seu olhar
ninguém faça alarde para não acordá-lo
de um sono que o leva pra junto de Deus
aqui na terra como no céu ele continua vivo
em todos nós, em cada olhar de  criança.

João Hélio não morreu
ele está no meio de nós,  multiplicou-se
em milhares de Joões Hélios
é nome de praça será nome de filhos
será nome de ruas
é assim que se encontra a imortalidade
quando se  imola para redimir um país.

Não, João Hélio não morreu
ele brinca de ser pingente
descendo calmamente sem pejo
escorregando pela face da gente
e como trapezista passeia
de lado a lado na consciência das autoridades
que não querem que ele viva.

Mas João Hélio, Senhores,
continua  e lhes diz, abusado:
“olhem em volta e vejam o país que estão destruindo!
quantos sóis serão necessários para que criem vergonha na cara,
para que deixem de brincar de pessoas sérias!”
ele caminha de mãos dadas com os pais
por entre letras dos jornais, revistas e páginas da internet
em busca de mudança,em busca de solução.

João Hélio está vivo e viverá eternamente
deixemos, pois, que ele, cansado de chacoalhar,
de brincar, de zombar dos donos do país
descanse em paz para de quando em vez
despertar dos braços de Morfeu
e sorrateiramente nos acordar
com olhar brincalhão
pois João Hélio não morreu!
            (Poema composto em 10/02/2007)
          

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

APOLOGIA À CANÇÃO DO MUNDO


APOLOGIA À CANÇÃO DO MUNDO
(para Vanessa no seu aniversário de quatorze anos)

Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
O silêncio é tão insuportável que deu origem ao som
Como à luz a escuridão
O silêncio está sempre carregado de mistério, de sombra
(Mas sempre não é todo dia)

Não te iludas
Quando a cidade dorme, não dorme
É nesse silêncio profundo que amantes se dão
Revira-se pelas camas, e redes, e chãos, em busca de se achar
Não te iludas com o silêncio
Foi silenciosamente com três beijos que Judas cumpriu sua sina
Foi no silêncio de Ouro Preto que se confidenciou e se coseu uma nova bandeira
(ainda que tarde)
Foi nesse mesmo silêncio que um tal Joaquim a traiu.
Foi também em silêncio, que os vermes roeram as frias carnes de Machado, Augusto...
E foi no silêncio da asfixia química que o holocausto se consumou

Não te iludas.

Cultua um só tipo de silêncio: o benéfico
O silêncio do ler:
É nos mínimos intervalos entre as palavras que se descobre o mundo
Que se vislumbra a fantasia, e a realidade...
O silêncio do escrever:
É no correr da caneta ou das teclas que damos asas ao silêncio da imaginação
Que se recria o pensamento.

Mesmo quando amares, não o faças em silêncio.

Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
Deixa o silêncio aos mortos e as gargalhadas aos bobos.

domingo, 27 de setembro de 2009

VERSOS DE NATAL (PARA BRUNINHA, ANTES DO NASCIMENTO)



VERSOS DE NATAL
(Para Bruna, que em breve estará no meio de nós)
Brevemente tua pequena orelha
Despertará p’ra o ruído do mundo,
E a pequena beleza sem parelha
Terá de todos o apreço profundo.
Os deuses do Olimpo descerão
E os anjos do céu soarão trombetas
E felizes os homens dançarão,
Sob o zodíaco e luzes de cometas.
Os três magos a ti oferecerão
Ouro, metal que rege o universo,
Insenso e mirra ainda te trarão,
E eu te dou estes simples versos.
Teus pequenos olhos nada verão
Só os vultos ainda confusos, ledos,
Dos que por sobre ti se curvarão
Com sorrisos recobertos de medos.
Entanto teu pequenino sorriso
Iluminará a esperança que falta,
E todos sorrirão ante o viso,
Que os versos deste bardo não exalta.
Será assim, Bruna, teu nascimento,
Quando lágrimas de felicidade,
Do mundo em crise, como lenimento,
Encherão os corações de bondade.
Assim “O nascimento de uma criança” –
Alguém a máxima lembrará –
“Mostra-nos de Deus a bonança,
E nos diz que o mundo continuará”.
E logo a areia da praia sentirá
Do teu lindo pezinho a leveza
E a brancura da espuma virá,
Qual vassala, saldar a realeza.
De todos despertará a imaginação
Histórias das mentes em bloco
Para alegrar-te encantadas surgirão
E das câmaras terás todo o foco.
E ainda na praia ante o turbilhão,
Verás barcos que vão longe já
Teus pequenos dedos os apontarão
Velas ao vento, imenso, imenso mar.
Após ouvir-se-ão doces palavrinhas
“Papá, mamã”, e outras prenhes de candura,
E o teu mundo rirá ante tua vozinha,
Mas a lente te dirá “a vida é dura!”
Porém seguirás na vida a encantar
Com leituras, risos ternos e beijos;
Axé, forró e hinos a entoar,
Sem que as faces enrubesçam de pejo.
(Professor Alves, Outubro de 2008)

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...