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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

TEMPODE AMAR


TEMPO DE AMAR
“Se a natureza me oferecesse duas coisas e dissesse:
Que era para eu escolher
Eu não me importaria com a segunda se a primeira fosse você”

“Se você me vir calada
Não me pergunte o porquê
Não penso em nada na vida
A não ser em você.”
             (frases escritas pelas alunas do 1° ano da EEFM Gonzaga Mota, em Fortaleza)



          O homem e a mulher necessariamente nascem do amor e vivem para ele. O jovem e a jovem, como estão se preparando para a procriação, para a reprodução, para o casamento, convergem para esse sentimento universal toda sua expectativa de vida. É nele que residem as esperanças, é por ele que o menino e a menina vão ao colégio, à praia ao shopping, à igreja. Eles e elas estão sempre à procura de sua cara metade, de sua alma gêmea. Em seus semblantes transborda a necessidade da felicidade a dois.
         

          Entretanto há um perigo!!!

          Por que será que há tantos adultos infelizes com seus companheiros e companheiras?
Por que também há tantos jovens casados e casadas precocemente e que muitas vezes acham que suas vidas acabaram ali?   
          A resposta é bem simples. A ansiedade. Cuidado com a ansiedade. Na ânsia de se resolverem afetivamente buscam pares quaisquer. Para mostrar aos colegas: “vejam, eu tenho um namorado/uma namorada”.
          Todos nós nascemos para o amor e, como alguém me disse há muito tempo: “existe sempre alguém para alguém”. Mas esse alguém precisa acontecer, precisa  ser-nos apresentado. Mas por quem? Pelo tempo, pelo momento. Vejamos o texto abaixo de um autor desconhecido, pelo menos para mim, e reflitamos acerca desse grande mestre, que é o tempo:

O TEMPO CERTO

          De uma coisa podemos ter certeza: de nada adianta querer apressar as coisas.
          Tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto. Mas a natureza humana não é muito paciente.
          Temos pressa em tudo! Aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca, por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo.
          Mas alguém pode perguntar:
           Mas qual é esse tempo certo?
          Bom basta observar os sinais. Geralmente quando alguma coisa está para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano enviarão sinais indicando o caminho certo.
          Pode ser a palavra de um amigo, um texto lido, uma observação qualquer.
          Mas com certeza o sincronismo se encarregará de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação e da pessoa certa!
          Basta você acreditar que nada acontece por acaso!
          E talvez seja por isso que você esteja agora lendo essas linhas.
          Tente observar melhor o que está à sua volta. Com certeza alguns desses sinais já estão por perto, e você nem os notou ainda.
          Lembre-se de que o universo sempre conspira a seu favor, quando você possui um objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.

          Caetano Veloso diz em uma de suas composições:

“É INCRÍVEL A FORÇA QUE AS COISAS PARECEM TER QUANDO PRECISAM ACONTECER!”



          Pronto eis a resposta pela qual você esperava. Quando as coisas vão acontecer ela nos enviam sinais. No amor também é assim. Devemos, portanto esperar que as pessoas nos sejam apresentadas pelo momento. Os jovem e as jovens, como são mais impacientes que o restante da humanidade, precisam refletir mais que o restante da humanidade. Precisam se divertir, sem essa ansiedade de encontrar alguém, precisam, principalmente, se permitirem conhecer pessoas de diversos matizes e esperar o sinal. Quando isso acontecer, jovens,

SEJAM FELIZES!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

APOLOGIA À CANÇÃO DO MUNDO


APOLOGIA À CANÇÃO DO MUNDO
(para Vanessa no seu aniversário de quatorze anos)

Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
O silêncio é tão insuportável que deu origem ao som
Como à luz a escuridão
O silêncio está sempre carregado de mistério, de sombra
(Mas sempre não é todo dia)

Não te iludas
Quando a cidade dorme, não dorme
É nesse silêncio profundo que amantes se dão
Revira-se pelas camas, e redes, e chãos, em busca de se achar
Não te iludas com o silêncio
Foi silenciosamente com três beijos que Judas cumpriu sua sina
Foi no silêncio de Ouro Preto que se confidenciou e se coseu uma nova bandeira
(ainda que tarde)
Foi nesse mesmo silêncio que um tal Joaquim a traiu.
Foi também em silêncio, que os vermes roeram as frias carnes de Machado, Augusto...
E foi no silêncio da asfixia química que o holocausto se consumou

Não te iludas.

Cultua um só tipo de silêncio: o benéfico
O silêncio do ler:
É nos mínimos intervalos entre as palavras que se descobre o mundo
Que se vislumbra a fantasia, e a realidade...
O silêncio do escrever:
É no correr da caneta ou das teclas que damos asas ao silêncio da imaginação
Que se recria o pensamento.

Mesmo quando amares, não o faças em silêncio.

Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
Deixa o silêncio aos mortos e as gargalhadas aos bobos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Falar de Tristeza como se falasse de Alegria



Falar de tristeza como se falasse de alegria foi, com certeza, a maior característica de Charlie Chapplin.Esse vídeo diz tudo, nessa versão inconteste de Djavan

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O PEQUENO PRÍNCIPE: A ROSA

Mas aconteceu que o Pequeno príncipe , tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.
- Bom dia! - disse ele.
Era um jardim cheio de rosas.
- Bom dia! - disseram as rosas.
Ele as contemplou. Eram todas iguais a sua flor.
- Quem sois? - perguntou ele espantado.
- Somos as rosas - responderam elas.
- Ah! exclamou o principezinho...
E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ela era a única de sua espécie em todo o universo. E eis que havia ali cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!
"Ela teria se envergonhado", pensou ele, "se visse isto... começaria a tossir, simularia morrer, só para mehumilhar, ela seria capaz de morrer de verdade..."




Depois refletiu: "Eu me julgava rico por ter uma uma flor única, e possuo apenas uma rosa comum. Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, estando um talvez, extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe poderoso..."
E, deitado na relva, chorou.
(Saint Exupery, O Pequeno príncipe, Agir, 48a ediçã)
O Principezinho possui em seu minúsculo planeta uma rosa de quem cuida com muita dedicação e a quem a ama por ser única. Ao descobrir que no universo ela não passa de apenas mais uma, ele se entristece. E assim acontece conosco. Muitas vezes nos decepcionamos com nós próprios por não admitirmos que existam mais exemplares daquilo que temos e do ser que amamos. Mas precisamos compreender que daquilo que temos, das pessoas que amamos não há outros exemplares. Quem amamos é singular em suas particularidades, quem amamos não se repete. É por isso que amamos, é o nosso desejo de sermos únicos e encontrarmos o nosso outro eu, a nossa singularidade. O principezinho se esquece de lembrar os diálogos que manteve com sua rosa, se esquece de lembrar o perfume único de sua flor, se esquece de que só ele conhece as rugas que se formam nas faces de sua amada, e que só ela conhece de fato a ele. Sua flor é única em sua própria essência.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

REFLEXÃO SOBRE ÉTICA

REFLEXÃO SOBRE éTICA

Certa vez um aluno chegou-se a mim e perguntou sobre a questão da crase facultativa. Depois de devidamente esclarecido, ele me disse que sua professora tinha considerado incorreta uma questão sobre pronome possessivo e o uso do acento grave. Eu o aconselhei a falar com ela, que com certeza se enganara e, assim, reveria sua posição. Fiquei então pensando como a professora ficaria feliz por seu aluno ter aprendido as regras do uso do sinal de crase, inclusive os casos facultativos!
Entretanto a professora passou-lhe uma descompostura, conseguiu que ele fosse suspenso por desacato e ainda por cima acusou-me de não ter ética profissional. Fiquei então pensando o que é ética. Eu sou assim, conheço um monte de coisas que ninguém sabe e desconheço aquilo que é lugar comum. Fui então pesquisar sobre o assunto. Li um monte de coisas a respeito, mas nada me foi elucidador. Vi várias definições de filósofos, sociólogos, psicólogos, e nada. Depois compreendi que esses caras não sabem nada e pensam que sabem tudo.
Resolvi, pois, ver isso na prática. Decidi acompanhar jornais e revistas que trazem notícias sobre as atitudes dos seres humanos mais éticos. Analisei posturas de políticos e sua insaciável fome de poder; atitudes de pessoas ligadas à lei, muitos vendendo sua alma ao diabo por uma quantia em dinheiro, para, ao morrer, deixar aos herdeiros de suas misérias morais; pessoas comuns e profissionais diversos negando aos clientes o direito de ser verdadeiramente beneficiados com seu trabalho...
Depois de algum tempo, compreendi finalmente o que é ética (nego-me a usar inicial maiúscula) e o que é ter ética. ética é a arte de conviver com a raça humana. Sim porque lidar na selva, por exemplo, com leões famintos, hienas carniceiras, sol causticante e lutar pela sobrevivência é fichinha diante da difícil convivência com a volúpia humana. Ter ética é mentir e deixar mentir. Se não quiser mentir, não o faça, mas não impeça que outros mintam. Roubar e deixar roubar. Não quer roubar? Não precisa, mas o que você tem com o roubo dos outros? Burle a lei, transforme o princípio da publicidade da gestão pública em atos secretos. Não quer? Deixe para seu colega no senado que ele gosta. Se você quer ser responsável no seu trabalho, problema seu, mas querer que outros sejam também! Pô já é faltar muito com a ética. Ser desonesto é uma dádiva do indivíduo ético. Feche os olhos, você não tem nada a ver com isso, ou então tenha: junte-se a eles. A traição e a ingratidão são talvez a maior virtude das pessoas éticas, seja em casa, no trabalho ou com os amigos, depois é só dizer que foi necessário, abraçar os seus e está tudo novo.
Depois de chegar a essas conclusões, fique feliz por, como disse a professora mencionada, não ter ética, pois sendo assim não faço nenhum mal a sociedade. Mas depois fiquei triste por saber que a grande massa humana está sob a regência dos detentores dessa alta virtude.
(Professor Alves)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

NÃO COMETA ESSE ERRO


A SINA DO ESCARAVELHO

Assim, como humanos seres há,
Que grande poder a si se arrosta,
Existe inseto que também se dá,
Falo do nojento rola-bosta.

Rola-bosta é apenas apelido,
Seu nome verdadeiro é escaravelho,
Como Narciso, o inútil é atrevido,
Coa caca, só descansa ante um espelho.

Vi-o enquanto olhava meu jardim,
Fiquei incrivificado com a criatura
Que desfilava bem perto de mim,
Cara fechada, preso em sua feiúra.

Ostentava tanta empáfia o infeliz,
Que chamou deveras minha atenção,
Resolvi logo ser dele aprendiz,
Para não repetir sua lição.

Duma lorica pesada era preso,
Erguia sua tromba como um falo,
Olhava os colegas com desprezo,
Como em sua cabeça houvesse um halo.

Os insetos menores tinham medo,
Pois não sabiam que, apesar de tudo,
Ele guardava um enorme segredo
Debaixo de seu focinho trombudo.

Por muitos dias perscrutei atento,
Aquele pesado fardo levar,
Aquele ser de penúria e lamento,
De viés aos outros seres olhar.

Eu juro que fiquei com muito dó,
Dele, vestido como um cavaleiro,
Porém levando a vida muito só,
Sem nunca ter momento alvissareiro.

Em surdina, dos insetos ouvi
Que ele tinha sido mais coitado,
Entanto era mais humilde ali,
E a ninguém ele tinha humilhado.

Um dia, deram para ele cuidar,
Porém, uma bosta bem grande e suja,
Que carrega então de lá para cá,
Vigiando como mamãe coruja.

Adora aos pequeninos indagar:
Sabem para que seve esta caca?
Respondem ingênuos: para brincar!
Dando um sorriso frio o babaca,

Mas não sabendo também responder
O que acabara de perguntar,
Sai trombudo a cumprir seu dever,
Sua grande bosta vai empurrar.

Entanto todo mundo tem alguém
Para consigo se preocupar.
Com ele aconteceu também,
Uma amiga havia pra consolar.

Disse-lhe ela: não seja tão sisudo,
Procure uma parceira para o ajudar,
Não seja assim, colega, tão cascudo
Há uma companheira para te amar.

Diante de grande demonstração,
O pobre resolveu pra ela se abrir
Não posso, amiga, dar meu coração,
Às fêmeas de lá tampouco daqui.

Só a você vou dizer a verdade,
Vou segredar o que sempre serei,
Que não se sabe na comunidade,
A verdade, colega, é que sou gay.

Estupefato ao ouvir-lo fiquei,
Diante de tamanha confissão,
Não sabia de nenhum inseto gay,
Sabia até de veado leão.

Mas sua amiga, do rola-bostas,
Era dessas amigas de verdade,
Disse-lhe passando a mão nas costas:
Todos precisam da felicidade.

Para tudo nesta vida tem jeito,
Não se importe meu amigo querido,
Ser boiola não é nenhum defeito,
Por que não arranja você um marido?

Arranje, amigo, um companheiro, então,
Que o ame de fato e ame-o também,
Formando de dois um só coração,
E que os anjos enfim digam amém.

Ele então seguindo esse conselho,
Logo passou com outro a desfilar,
Quando o via ficava vermelho,
E saíam os dois a namorar.

Mas não mudou nada o pobre coitado,
O motivo disso logo direi:
Não se pode amar inseto veado
Por um inseto que também é gay.

Juro sobre a bíblia e ante Deus,
Isso tudo aconteceu no meu jardim,
Passou-se assim perante os olhos meus
Descortinou-se bem perto de mim.
(Professor Alves, 03/08)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

DÊ UMA CHANCE A PAZ


IMPOSSÍVEL SONHAR
Professor Alves

“Minha mão não tem mais palma!
Dói em reverência! Violência calma!”

Hoje queria escrever um texto no qual fizesse transbordar minha admiração infinda pela humanidade, que levasse aos olhos do leitor lágrimas de felicidade e lhe desse uma vontade enorme de sair às ruas e cumprimentar seus semelhantes. Queria contar uma história, pequena que fosse, mas que narrasse uma atitude digna de uma espécie a qual se orgulha de ser racional, e que servisse de exemplo para toda humanidade, principalmente à que se diz cristã.

Não, hoje eu não queria falar em políticos e seu cinismo indecente, diante da população rota, transida pela falta de tudo que lhes dê uma condição minimamente humana. Hoje eu queria dormir tranqüilo, ter sonhos bons que elevassem meu astral para o dia seguinte.

Queria falar sobre o sorriso das crianças; do amor, verdadeiro, dos anciãos; da ingenuidade dos namorados; da puerícia das cartas de amor; do infinito mistério do beija-flor e da impossibilidade do besouro.

Mas não é possível, depois do que eu presenciei. Uma cena indigna da inteligência humana. Foi um sonho dantesco, porém indigno da Divina Comédia Humana. Numa avenida, há tão pouco tempo calma, porém, já hoje, tumultuada pelo ir e vir dos carros, ironicamente, próximo a uma escola. Após uma pequena colisão, dessas que se vêem a todo instante numa cidade que cresce, sem nenhuma estrutura para dar alicerce a esse crescimento. O proprietário do veículo colidido, de arma em punho humilhava o outro, o vilão daquele sinistro. Enquanto vociferava, ordenando que o outro entrasse no seu veículo e fosse embora, mudava o revólver de mão. Naquele momento, como os cabelos de Sansão, a arma empunhada lhe dava poder, e ele crescia perante o outro, que, humilhado, constrangido, diminuía, apequenava-se diante da superioridade da arma. Não sei quem era maior, se o revólver ou o homem que se escondia por trás dela. Não sei quem era menor, se o homem humilhado ou a sua dignidade. Súbito percebi que a humilhação não era privilégio dele, ela era coletiva Todos que por ali passavam, fechados nos seus escudos de aço, sentiam-se abatidos por aquele homem poderoso e sua arma. Em câmara lenta, (Essa era a velocidade do momento, uma vez que a cena tornava-se infinita como num filme de John Woo), o homem com a moral destroçada entrava em seu carro.

Não vi o desfecho da cena. Não precisava. O desfecho foi a morte do homem, suposto responsável pela colisão. Impossível alguém sair vivo, pelo menos moralmente, depois de passar por aquilo. Infelizmente hoje à noite terei pesadelos.

(Fortaleza, 29/04/08)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O SAL DA TERRA


O SAL DA TERRA

“Vós sois o sal da terra. E se o sal é insípido, com que se há de salgar? Servirá apenas para ser jogado fora e ser pisado pelos homens.”

Voltando para casa, sete e meia da noite, mais ou menos, vejo um furdunço urbano. Uma turba jazia ante um cadáver, sobre o qual profissionalmente já se debruçava o fotógrafo da “perícia”. Ladeando a cena, dois carros do já famigerado “Ronda do quarteirão”. Passando lentamente, mais por curiosidade que por impedimento, pude vislumbrar o pé do ex-vivente. Era um pé pequeno, desses que ainda não trilharam muitos caminhos nem o farão por já não terem futuro. Era uma criança. Quantos anos? Não importa. Era uma criança. Causa mortis? Bala. Motivo: tentativa de assalto. Não, ele não foi assaltado. Tentou fazê-lo e o resultado foi esse.

Infelizmente, não se trata de um fato isolado. Acontecimentos como esse ocorrem todos os dias numa cidade como Fortaleza. O que me leva a narrá-lo aqui, a dedos frios e coração palpitante foi o fato de me virem à mente naquele momento as palavras do mestre: “Vós sois o sal da terra...” E se o sal não tem sabor? Na verdade, quando Jesus disse isso não estava pensando em salvar almas, mas estava dizendo para todos os jovens, que são o sal da terra, a luz da vida. Mas infelizmente cada vez mais o sal está perdendo o sabor, e a luz, o brilho. Sem educação, sem orientação, o sal já não serve para dar sabor à vida, somente para ser pisado, humilhado, manipulado pelos outros.

Minha ignorância diante de algumas coisas me constrange às vezes. Uma vez, ante uma prateleira de supermercado, ainda lembrando as palavras do sábio filho de José, fiquei impressionado com a variação de preço do sal. Ao que um senhor me acorreu explicando que o valor do sal oscilava de acordo com o grau de pureza, ou com a procedência. Quanto mais refinado, mais caro se torna. Pensei assim que mesmo aqueles jovens que ainda têm algum sabor precisam ser refinados, pois mesmo que não sejam jogados fora, serão mal aproveitados, serão discriminados na prateleira do mercado de trabalho. Não sei como um país quer alcançar o topo onde se encontram os países de primeiro mundo sem refinar seu sal, sem lhe tirar as impurezas, sem lhe acrescentar a quantidade de iodo necessária!

Infelizmente, enquanto não houver vergonha na cara das autoridades, nossa juventude será sal grosseiro, daquele manipulado por mãos rudes, molhado no sal das lágrimas e suor. A falta de iodo no refino levará ao bócio social. Um grande número, crescente a cada dia, sem gosto, será jogado fora, pisado pelos homens; alguns servirão para enrijecer a argamassa que se multiplicará em prédios país a fora; e só alguns poucos servirão para a mesa do “chef” francês.

(Professor Alves)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

EM BUSCA DA FELICIDADE


A BUSCA DA FELICIDADE

Quando era criança, não entendia direito por que as pessoas eram tão infelizes. Por que passavam mais tempo sisudas do que sorrindo. Depois compreendi que elas sorriam quando eram felizes, mas, como passavam a maior parte do tempo infelizes, passavam mais tempo casmurras. Só os loucos eram sempre felizes ou sempre resmungões.
Eu próprio me testava, e quando estava triste me perguntava por quê, na medida em que não havia acontecido nada de entristecedor. Quando era feliz sabia exatamente o motivo. Algo de bom havia ocorrido. Depois compreendi que não precisa haver motivos para a infelicidade, só o fato de não acontecer nada de novo e de bom já é motivo para sermos infelizes.
Depois li a célebre frase de Freud: “A felicidade é como uma borboleta. Se a perseguimos desenfreadamente, ela foge de nós, mas se a esperamos no cumprimento do dever, logo ela vem pousar em nosso ombro.” Mas compreendia também que borboletas voam, mudam de pouso a todo instante. Talvez por isso a felicidade é tão efêmera.
Mas foi depois de assistir ao filme À procura da Felicidade que compreendi mais ainda a estranha mania das pessoas de estarem ao lado da infelicidade. Nele a personagem Cris vive um casamento infeliz devido à falta de dinheiro. Logo a felicidade, isso ele compreende sempre, está onde se encontra a estabilidade financeira. Até que, passando em frente a uma corretora de seguros, ele vê que as pessoas saem de lá sorrindo. Ele descobre que lá reside a felicidade. E resolve trabalhar lá para também ser feliz. É de seu conhecimento também, devido ao conhecimento da Carta da Independência dos Estados Unidos, escrita por Tomas Jéferson, que a felicidade é efêmera. Jéferson diz na referida carta que, entre os direitos dos americanos, há o direito à busca da felicidade. Não o direito à Felicidade, mas à prerrogativa de procurá-la. Quando finalmente consegue entrar para o quadro efetivo da seguradora, Cris diz “essa parte da minha vida chama-se felicidade”. Ele sabia que não seria eternamente feliz a partir daquele momento. Estava feliz e isso é diferente.
O que quero dizer é que a nossa missão aqui na terra é buscar a felicidade e sabermos aproveitá-la sempre que ela surgir. Por isso é preciso entender que logo após o primeiro momento, o da euforia que se segue a uma conquista, precisamos ir em busca de novas realizações. Precisamos compreender que não podemos passar a vida toda “curtindo” um momento, pois logo o sabor irá saturar, e o gosto que nos ficará será um leve amargo. A angústia logo será nossa vizinha. É preciso comemorar sorrir, mas logo levantarmos a cabeça e seguirmos nossa eterna busca da FELICIDADE.
(Professor Alves)

terça-feira, 29 de julho de 2008

PARA AUGUSTO CÉSAR




PARA AUGUSTO CÉSAR, COM UM POUCO DE ATRASO
(sacratíssimo imperador, filho do amigo Erasmo Belarmino)

           "Filhos! melhor não tê-los
                    Mas se não os temos
                    Como sabê-los!?"  (Vinícius)
Amigo Erasmo, há algum tempo ponho as roldanas da minha cabeça para funcionar com o objetivo de homenagear seu sacratíssimo filho com um texto. Desisti de buscar metáforas que não sejam clichês, antíteses e sinédoques. Não tendo talento para fazer um texto à altura do seu rebento, resolvi fazer apenas a homenagem. Afinal quem chega precisa de receber um bom-dia, um boa-tarde, ou um boa-noite. É falta de educação da parte de quem já está aqui não fazê-lo. Desenvolvi então as idéias que seguem, perdão se é apenas um texto medíocre.

Filhos são interessantes! Chegam e nem sequer nos cumprimentam. Pelo contrário, nos olham como se não nos estivessem vendo e nos olham com cara de “o que foi”. E a gente se derrama todo, fica feliz, ri à toa, bate foto e chama os vizinhos: “Não é a cara do pai?” Não. Filhos não se parecem com ninguém. Bebês então é que não se parecem mesmo. Parecem-se só uns com os outros, como se fossem todos gêmeos. E são todos lindos. Até os bebês dinossauros são belos como os nossos. Especialistas dizem que são artimanhas para se protegerem de nós. É, mas infelizmente alguns não conseguem.
Filhos são interessantes! E crescem sempre. Um dia você chega do trabalho, pensando em encontrar um bebezinho no berço, e toma um susto. Tem um menino, olhando para você com cara de “o que foi”? Do dia para a noite estão andando dentro de casa, ditando modas e modos. A casa passa a estar como eles querem, ou seja, desarrumada, brinquedo pra tudo quanto é lado, sofá rasgado, parede riscada. Para nós nos restam as saudades da arrumação.
Filhos são interessantes! De repente perdemos nossa identidade, e a casa! Passamos a ser apenas o pai e a mãe de fulano. Nossa casa, antes tão nossa, agora é a casa de fulano, nossos pertences agora não nos pertencem, para usar o computador, por exemplo, temos que pedir emprestado. E nossas férias já não são nossas. São eles que decidem o que vamos fazer. E haja escultura na beira da praia, correr atrás da bola que o vento teima em jogar para frente, enquanto a cerveja esquenta na mesa. E sentimos saudades do tempo em que aproveitávamos as férias para curtir uma gelada, enquanto mirávamos pernas com o canto do olhos! Lembra? São só lembranças.
Mas filhos são realmente interessantes! Principalmente quando começam a estudar. Perdemos a hora do almoço só para esperá-los na porta da escola todos os dias. E quando vêm (todo breado, a farda mais parece pano de chão) lembramos de nós, do futuro. Se somos professores, então, resolvemos que não vamos incorrer no mesmo erro. Ele vai ser astronauta, arqueólogo, no mínimo médico.
É, filhos são realmente interessantes! Além de nos deixar órfão de esposa, de pais (nossos pais agora são avós dele, esqueceram!) e objetos, tão pessoais, nós o amamos e damos a vida por eles. A vida não, todas ! Um amigo, quando o filho pegou uma pneumonia, fez uma promessa de que se ele ficasse bom, ele (o pai) não precisaria mais nascer. Sério. Pois é, amamos a ponto de fazermos coisas antes inimagináveis. E tudo para sermos pais, e em agosto comemorarmos o dia dos pais, e recebermos presentes, que nós mesmos pagamos.
Filhos são realmente muito interessantes.
(julho de 2008)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Amigo não é jogo de azar


AMIGO


“Como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.”
(Exupéry)

Amigos são assim! Não é prêmio de jogo de azar, mas também não são escolhidos. Vêm-nos como que atraídos por nós, por nossa esfera astral, ou pela química resultante do acúmulo de ansiedades, valores e realizações de cada um. Quando se vão, ou quando se-nos esquecem deixam um vazio que, para citar Djavan, nem que bebêssemos o mar encheria o temos de fundo.

E por que os amigos se vão ou nos viram as costas? Os motivos não sabemos, podem ser vários. Uma palavra mal dita, um gesto desavisado, um pedido, uma deprecação. Depois é que nos vem a lembrança de que amigos não gostam de exigências, de solicitações, apesar das palavras de Exupéry (“És eternamente responsável por aquilo que cativas.”).

Só nos resta então sofrer o abandono e buscar a razão da ausência, inimiga. E quanto mais buscamos o motivo, mais esquecemos os verdadeiros porquês. E o vazio continua aumentando a cada momento. Quem já teve um amigo para depois vê-lo apenas na distância da memória sabe do que estou falando.

Não importa quão cheia a nossa casa esteja. Ela está sempre carente da presença do amigo fujão, e quando todos se vão ou espontaneamente ou cortesmente convidados, o que nos fica rememorando não são os diálogos interessantes nem as gafes inexoráveis, são as lembranças do amigo “pródigo” que não estava presente.

Hoje senti saudades de você. Minha casa está cheia, porém falta você, falta sua palavra comum, porém imprescindível, seu sorriso meigo, seus olhos viajantes, sua voz silenciosa.
(Professor Alves, 04/07/2008)

domingo, 13 de julho de 2008

A AGONIA DO FUMANTE


A AGONIA DO FUMANTE - Prof. Alves 12/05/2007
Nada mais angustiante que a agonia do fumante quando quer se livrar do vício.
Entretanto essa agonia começa junto com o vício, quando os pais dizem “não, não pode ser”.
E o indivíduo os desafia achando que está fazendo a coisa mais certa, que enfim está se libertando. Sem saber de quê!
Não sabe o ainda projeto de imbecil que está armando os grilhões de que será eterno escravo.
Com a evolução do mal hábito, vêm os constrangimentos a que se exporá o adolescente, como não ter dinheiro para alimentar o “luxo”, pequenos furtos ao bolso do pai, as descobertas desse ato, tudo isso aliado à debilitação física da idade adulta iminente.
Aí vem o pior: a vontade de se livrar do cigarro.
O que fazer?
A resolução é peremptória: não quero mais, pronto!
Acompanhada dessa decisão vem a empolgação, a euforia, a satisfação, a alegria de encontrar a porta de saída da prisão.
propaga-se a decisão então aos quatro ventos e partilha-se essa vontade com os entes mais próximos.
Mas o tinhoso é capcioso, astuto e espera o momento certo para reagir.
Acabada aquela Euforia inicial, lá vem ele se insinuando de fininho, fazendo-se vítima. Não, ele não foi culpado por nada, pelo contrário, só queria ajudar, era o único companheiro e foi jogado fora.
Suas intenções são manifestas de várias formas:
Pra que me largar se precisamos um do outro, não é feio fumar.
“Desconfia dos que não fumam, eles não têm sentimento”
Aos poucos o coitado fumante começa a ver graça em estar com o dito entre os dedos e se esquece dos motivos que o levaram a buscar a liberdade.
Não vê prisão, as grades viraram fumaça, Cego novamente encontra-se com seu “amigo”, às escondidas, só um trago de vez em quando.
até que alguém o flagra sorvendo alegre a fumaça embotadora de sua mente.
passada a vergonha inicial ele volta à antiga prisão. Sem pejo de desfilar com seu destruidor e só vai se dar conta da besteira que fez quando os motivos que o levaram a buscar a liberdade estiverem-no atormentando novamente.
E a angústia parece sua única aliada, companheira.
Essa angústia, esse sofrimento vai-se repetir até o dia em que finalmente o tabaco cumprir sua missão: a ruína total daquele que não teve força o tsuficiente para se livrar dele.
***
a mesma angústia que acomete ao fumante, ocorre àqueles que de certa forma possuem grilhões dos quais não conseguem se livrar.
qual é a sua prisão, a sua angústia?
livre-se dele o mais urgente, antes que a ruína seja a única visão que se deslumbrará no caminho já embotado.

(Professor alves)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

APOLOGIA À CANÇÃO DO MUNDO


(para Vanessa no seu aniversário de doze anos)

Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
O silêncio é tão insuportável que deu origem ao som
Como à luz a escuridão
O silêncio está sempre carregado de mistério, de sombra
(Mas sempre não é todo dia)

Não te iludas
Quando a cidade dorme, não dorme
É nesse silêncio profundo que amantes se dão
Revira-se pelas camas, e redes, e chãos, em busca de se achar
Não te iludas com o silêncio
Foi silenciosamente com três beijos que Judas cumpriu sua sina
Foi no silêncio de Ouro Preto que se confidenciou e se coseu uma nova bandeira
(ainda que tarde)
Foi nesse mesmo silêncio que um tal Joaquim a traiu
Foi também em silêncio, que os vermes roeram as frias carnes de Machado, Augusto...
E foi no silêncio da asfixia química que o holocausto se consumou

Não te iludas.

Cultua um só tipo de silêncio: o benéfico
O silêncio do ler:
É nos mínimos intervalos entre as palavras que se descobre o mundo
Que se vislumbra a fantasia, e a realidade...
O silêncio do escrever:
É no correr da caneta ou das teclas que damos asas ao silêncio da imaginação
Que se recria o pensamento.

Mesmo quando amares, não o faças em silêncio.

Desconfia do silêncio
Sorri, bate palmas, faze barulho
Deixa o silêncio aos mortos e as gargalhadas aos bobos.
Alves (julho de 2005)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A COMPREENSÃO DA BELEZA

COMPREENSÃO DA BELEZA
(Professor Alves)

Certa vez, meu filho chegou-me e disse que queria criar uma lagarta. Lembrei-me da frase que diz que não basta ser pai, tem que participar, e fomos atrás. Depois de muito procurarmos, um rapaz que trabalha na estação de tratamento aqui do condomínio disse que havia uma em um limoeiro. Nossa! Era um bicho asqueroso e feio. Pequeno, acinzentado, com uma carinha de coruja, parecia um pedaço de pau, desses que a gente fortuitamente quebra enquanto divaga sobre as incertezas da vida, para depois lançar fora. Mas fazer o quê, já que só tem tu, vai tu mesmo. Colocamo-la dentro de uma lata de leite devidamente furada, com bastantes folhas, para não ter de alimentá-la mais, era esse meu pensamento.

Dias depois, não me lembram quantos, resolvemos dar uma olhada. Todas as folhas tinham sido devoradas, a terra cheia de “bolinhas” escuras, e ela não existia mais. Em seu lugar jazia um casulo, que pela feição, estado e odor denotava ser a sepultura de um ente que, já em vida, parecia morto. Deixamo-lo lá às expensas do tempo.

Noutro dia (era um domingo), estávamos brincando de algo, quando o Victor deu um grito:

─ Pai, a lata está se mexendo!

Caraca, era verdade. A tampa, que havia sido posta sobre a lata, mas sem ser vedada, estava pululando. Quando a erguemos, vimos o verdadeiro milagre da vida: uma borboleta linda, amarelo-queimado, com detalhes pretos espanejava tentando sair de sua prisão. O Victor estava exultante, dentro de seus olhos havia toda a compreensão sobre a beleza das coisas e onde elas se encontram.
Daquele dia em diante, passei a refletir sobre esse tema. Percebi que o belo só existe quando se manifesta. Não há formosura naquilo que está enclausurado, fechado; no que teima em se mostrar insalubre, inodoro, incolor. É preciso que a maravilha desperte para ser notada. Quantas coisas pulcras não o são por estarem escondidas em si mesmas! Imagine onde está a beleza da chuva! Só a vemos depois que ela se abre em verdes campos e em coloridas flores! A beleza da noite! Só é vista quando as estrelas em todo seu esplendor se abrem em luzes pictóricas! A beleza da vida! Só a vemos e sentimos quando os corações se abrem em sorrisos e atitudes! Assim também são as mulheres.

A beleza feminina, precisa ser exercitada, e não há melhor exercício para desabrochá-la do que a vaidade de um sorriso, a elegância de gestos e as palavras pronunciadas com clareza e ternura. É preciso, pois, que as moças manifestem seu encanto, para que ele se torne visível aos olhos de todos. Obnubilar as graças e as formosuras, escondê-las, negá-las, impedindo que os outros as vejam e se regalem com elas, é um crime contra a humanidade. E toda avareza será castigada.
Por isso sejam belas e...

FELIZES!
(06/06/2008)

terça-feira, 17 de junho de 2008

AS TRÊS PENEIRAS

AS TRÊS PENEIRAS

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar algo sobre alguém. Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
─ O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
─ Três peneiras? – indagou o rapaz.
─ Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O Que você vai me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou a destruir o caminho, a fama do próximo. Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? pode melhorar o planeta? arrematou Sócrates:

─ Se passou pelas três peneiras, conte!!! Tanto eu como você e seus irmãos iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.
(Sócrates)

DIÁLOGO DA VIDA INTEIRA

DIÁLOGO DA VIDA INTEIRA

A existência inteira é um diálogo,
Nesse, entre pares, por demais franco!
Um jovem animado a discutir
Com um velho já de cabelo branco.

O jovem, elétrico, agita os braços,
Assim, não pára um minuto sentado.
O velho, a cismar, com um sorriso brando,
Fita o chão, antes, por ele riscado.

O jovem, rebelde, é uma fogueira,
De chama, sensação e atitude.
O ancião, observando, logo pensa:
“Assim já fui na minha juventude”

O jovem diz, entre riso nervoso:
─ Para mim, tudo tem que ser agora!
O velho ouve para depois falar:
─ O abraço o beijo, tudo tem sua hora.

Para o jovem, o gozo dessa vida
Precisa rápido se realizar.
O ancião, fitando a teia do tempo,
Diz: ─ Até isso, filho, pode esperar.

─ Por que tu és tão tranqüilo, sereno,
Se daqui a pouco tempo irás morrer,
Se em terra não te resta muito tempo?
Por que logo não te pões a correr?

Sorrindo, insoberbo, diz-lhe o velho:
─ Eu sou, ó criança, a eternidade.
Em breve deixarás então de ser jovem,
E, quiçá, chegues à minha idade.

­─ Se isso acontecer, continua o velho,
Transformar-te-á em sabedoria,
Aquilo que te atormenta agora
Será paz, não será mais correria.

─ O fogo que te queima as entranhas
E te leva a delírios passageiros,
Em breve, se transpuseres esse estágio,
Será água, terra e ar alvissareiros.

─ Tua paciência para te realizares –
Diz nosso jovem – deixa-me nervoso,
Preciso do fogo alimentador,
Sussurros, beijos abraço ardoroso.

─ Pensas que também não me aprazem?
– Indagou o homem sem idade –
Em minhas veias corre muita energia,
Pronta para enfim ser realidade.

─ É que sou como um arqueiro experiente,
Que espera o tempo certo para atirar,
Minha seta vai direto ao alvo,
Nunca atiro sem antes muito mirar.

─ És, jovem, como os arqueiros insanos,
Tens em mãos o melhor arco do mundo,
Mas, não tendo paciência nem tino,
Torna o projétil mero vagabundo.

─ Sou a águia do tempo, meu jovem,
Vôo alto, para o ser admirar,
Habito a amplidão do ego humano,
Também sou puma pronto para amar.

─ És angustiado como as galinhas,
Freneticamente ciscando o chão,
Esporeando pra tudo quanto é lado,
Gozo verdadeiro não encontras não.

─ Sou o aqui e o agora, ó moribundo,
Não sei o que será no amanhã!
És carne fraca já quase sem vida,
Ser fora do tempo, fruta temporã.

─ Sou água de março, tempo fértil,
Auspicioso, irrigando o sertão.
És outono, penúria, és o fim,
Folha podre decaída no chão.

─ Te enganas, minha pobre criatura,
Sou Gabriel, anjo da anunciação,
Em mim reside toda sabedoria
Sei, do mundo, a chave da criação.

Os dois, cansados dessa brigaria,
Abraçam-se, e para casa se vão,
Porque a casa deles dois é a mesma,
É um prédio chamado coração

Amor é o nome do sábio, paciente,
quieto e tranqüilo ancião.
O outro, que atiça os sentimentos,
Atende por este nome: Paixão.
(professor Alves, 05/08)

VERSO, REVERSO E VERSO

VERSO, REVERSO E VERSO

Esse trecho faz parte de um romance ainda inédito. Para entendê-lo: Daniel está em busca de respostas sobre suas encarnações anteriores e dirigiu-se até um casarão abandonado referido por sua amiga Aliel. Segundo a moça, eles teriam morado ali numa outra vida. Ao chegar ao local, ele desmaiou e teve visões de sua existência anterior, em seguida foi despertado pelo atual morador do velho prédio.

─ Nossa, faz tempo que eu tô aqui. – assustei-me, pensando que aquelas curtas cenas demoraram tanto para se passarem – Que horas são?
─ Vão dar oito horas – disse ele tirando um relógio, ou melhor, uma cabeça de relógio do bolso traseiro da calça.
─ Pois eu já vou, desculpe, tá.
─ Espere pra tomar um café. A gente aproveita e conversa, eu não converso muito. – Disse isso e apontou para a solidão dos aposentos em ruína. Aceitei. E enquanto tomávamos café ele me contou parte de sua vida.
Narrou que era filho de pessoas pobres e que cresceu sonhando em enricar. Começara a trabalhar desde cedo e quando já estava desistindo de ter uma vida de talões de cheque e carros importados, a vida lhe aprontou uma surpresa. Através de uma sociedade escusa com algumas pessoas ligadas a sindicatos, apossou-se de uma bolada e viu aí a oportunidade de abrir uma empresa. Logo era empresário no ramo de calçados e a vida tornou-se um entrar de dinheiro em sua conta bancária que não tinha fim. Era paparicado por muitos e desprezava a todos. “Tinha a impressão de que todos queriam o meu dinheiro, achava que as pessoas só se aproximavam de mim pela minha riqueza, pela minha opulência. E tratei de me afastar deles, principalmente dos amigos da infância e da adolescência, pois via neles o atraso, o passado de privações, as dificuldades em conseguir dinheiro para tomar uma cerveja, o aperto dos coletivos e a angústia de se não ter trabalho. Cheguei até a esnobar aqueles que me eram outrora os mais próximos, exibindo a eles, sem lhes oferecer, copos cheios de uísque caro. Com o tempo passei a esnobar também meus familiares e me isolei na minha fábrica e na minha mansão, com mulheres e falsos amigos. Ainda bem que não casei, não tive filhos, por isso, como diria Machado de Assis, não transmiti a ninguém o legado de minha miséria. Tudo o que a vida dá ela toma. Não importa o que seja. Se ela vir que você não merece, ela vem e leva. Pode ser não só riqueza material, mas também a miséria moral, a pobreza, ou uma doença. Ela te dá e ela vem buscar. Se você é bom, solidário ela tira de você essa bondade e te dá riqueza. Mas a sua bondade é inata, ela te deixa a opulência e devolve tua bondade, tua solidariedade em dobro. Mas se tua bondade é só fachada, ela te leva a opulência e te devolve não a bondade, mas a angústia e o orgulho para viver sem ninguém. Comigo foi assim. Quando dei por mim estava sem nada e sem ninguém. A ruína me veio rápido, como a opulência, confiei em pessoas às quais não devia dar crédito, aplicaram-me um golpe sujo e mero, zerei, até a casa a justiça confiscou. Os falsos amigos e as mulheres viraram gas, evaporaram, sumiram, não me queriam, como nunca me quiseram. O meu orgulho não me deixou sequer voltar para a casa de meus pais. Um dia, desesperado, tendo gasto os últimos centavos numa refeição, subi no alto de um prédio para me jogar, mas ouvi a conversa entre dois funcionários de serviços gerais do edifício. Um falava para o outro do filho que ia nascer, era o terceiro. Quando o outro perguntou se dava para alimentar três filhos mais a mulher, ele respondeu que sim, que cada filho que nasce é a resposta de Deus de que devemos continuar lutando pela sobrevivência, é a resposta de Deus de que o mundo deve continuar. Ele falava do filho que ia chegar com tanto carinho, com tanto amor que sua voz embargava. E eu ali querendo me matar. Naquele momento eu tomei uma decisão. Decidi que ia voltar a trabalhar para depois conquistar as amizades que jogara fora, principalmente a de meus pais e meus irmãos. Mas algo me incomodava, eu não podia continuar ali no Maranhão eu precisava purgar meus erros longe dali. Foi aí que resolvi vir aqui para Fortaleza. Cheguei faz duas semanas. Como não tinha onde morar, vim para cá. Coloquei minhas roupas que sobraram no chão e elas me servem de cama, enquanto eu as engomo com a quentura e o peso do corpo, numa relação de cooperação. Uso somente duas mudas de roupas. Quando estou usando uma, a outra está enxugando e assim vai. No começo desta semana, consegui um emprego, amanhã talvez eu alugue uma quitinete...”
Ao dizer essas últimas palavras, com a voz pausada, ele se virou simulando remexer o fogo para esquentar o café. Aproveitei o silêncio para me despedir. Já na rua, após saltar as grades, ainda o ouvi chamar:
─ Ei, não se esqueça do que lhe contei, não faça jamais como eu fiz.
Acenei para ele, num gesto afirmativo e saí.
[...]

Era uma sexta-feira e Ernani havia me pedido para acompanhar Aliel à inauguração de uma instituição beneficente, que ocorreria no Centro Espírita Paula e Estevão. Eu fora, é claro, com todo prazer. Tratava-se de uma organização irlandesa que estava fundando sua sede aqui no Ceará. Seu objetivo era trabalhar junto às escolas públicas de periferia, para fomentar a consciência política e criar pessoas politicamente alfabetizadas para inibir a compra de votos e ações análogas, por parte de políticos inescrupulosos. Ao sair por volta de dez da noite, um fato me chamou a atenção: um carro estava parado numa esquina e um homem servia sopa em diversos pratos descartáveis a uma porção de gente faminta. Eram jovens, crianças, velhos e envelhecidos. O fato em si não me era totalmente estranho, pois existem muitos registros de pessoas que praticam essa atividade de compaixão ao próximo necessitado. O que me despertou o interesse pela cena era seu protagonista: Pedro César. Era exatamente ele, o homem que, rico, menoscabara os amigos e até familiares; pobre, fora desprezado por todos e se arrependera. Peguei Aliel pelo braço e me aproximei do grupo. O homem, reconhecendo-me, falou em tom jocoso:
─ Vai dois pratos de sopa aí, meu?
─ Por que não? Se é dado com amor!
Ele riu e me estendeu, sob os olhares ciumentos dos famintos, dois pratos, um para mim outro para Aliel, que lutava por entender o que estava acontecendo. Depois de todos os “clientes” com os pratos nas mãos se afastarem para saborear a refeição, a qual para muitos era a única do dia, ele me apertou a mão e disse:
─ Pois é parceiro, a vida me deu uma nova chance.
E em poucas palavras me contou sobre os últimos acontecimentos de sua vida. Falou-me do emprego que havia conseguido, sua rápida ascensão, as economias que fizera, as privações pelas quais passara e a aposta ao montar uma pequena lanchonete, que logo se transformara numa rede de restaurantes. Agora estava bem, não apenas porque recuperara seu padrão financeiro de antes, mas porque recupera o carinho e a amizade daqueles que desdenhara. Contou-me com ar compungido que não tivera, ao visitar a terra natal, pudor de ir ter com os eis amigos, apertar-lhes a mão e lhes pedir desculpas. Falou-me também, sem grande alarde, sobre o que estava fazendo ali e de como isso o alegrava. Contou-me ainda que casara e tivera um filho agora com um ano de idade, a quem ensinaria todas as lições que aprendera a custo. Eu fiquei muito feliz e saí satisfeito em saber que a humanidade tem jeito. Naquela noite dormi tranqüilo e imaginando um mundo melhor em que todos tenham direito a ser felizes, um mundo em que as pessoas, numa imensa corrente, não permitam que ninguém passe privações tão básicas quanto o direito à alimentação. E que enfim a humanidade..

...Seja feliz!

O MILHO MUDA COM O FOGO. E VOCÊ?

O MILHO MUDA COM O FOGO. E VOCÊ?


O título original desse texto que me chegou às mãos era “A pipoca muda com o fogo”. Percebendo nisso certa incoerência, resolvemos fazer a mudança que se vê no novo título. Tomamos ainda a iniciativa de fazer algumas alterações, como colocar sempre o pronome ela/elas assim como o substantivo mulher/mulheres, para evitar o sexismo de linguagem verificado no original. Entretanto todos os méritos do texto cabem ao seu autor. Em nenhum momento nos passou pela cabeça que alguém venha a atribuir a nós sua autoria, tampouco seu ensinamento filosófico.


A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens e as mulheres para que eles e elas venham a ser quem devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
O milho da pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas de repente vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: DOR.
Pode ser fogo de fora: a perda do emprego, do grande amor, de um filho, do pai; uma doença, súbito estado de pobreza. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo ansiedade, depressão ou sofrimento cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui e com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou, vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma. Ela não pode imaginar destino diferente. Não imagina a transformação que está sendo preparada. Ela não imagina aquilo de que é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: PUM! E ela aparece como uma outra coisa totalmente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom mais ainda temos o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito de elas serem. Sua presunção e o medo são a dura casca de milho que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os milhos duros que não servem para nada. Seu destino é o lixo.



Que lição estupenda podemos aprender com o fenômeno da transformação do milho duro em pipoca! Para sermos felizes é preciso que deixemos que essas transformações nos ocorram, desde que sejam necessárias, pois há pessoas que já nascem macias como se sua transformação tivesse ocorrido antes de elas nascerem nesse plano terreno. É preciso que olhemos para nós, para as nossas atitudes diante da vida, para com os outros. Como está a nossa face: carregada, pesarosa? O que destilamos: tristeza, ódio, sofrimento? Para podermos mudar.

Entretanto não é preciso passar pelo fogo para que haja essa transformação. Não precisamos ficar desempregados, perdermos o pai ou ficarmos sem o grande amor para nos transformarmos em pipoca macia. Toda transformação passa por um período de clausura, como o que ocorre com as desajeitadas lagartas, que se metamorfoseiam em belas e elegantes borboletas. Há um provérbio do domínio público que diz “O homem inteligente aprende com os próprios erros, mas os sábios aprendem com os erros alheios.”, por isso não precisamos penar no vale de lágrimas do nosso inferno inconsciente para melhorarmos. Paremos um pouco, numa clausura momentânea. E façamos nosso casulo individual. Depois dessa meditação nós vamos nos avaliar e imaginarmos a avaliação que as outras pessoas fazem de nós e... ESTOUREMOS! como o milho de pipoca, com pouco treinamento seremos pessoas melhores mais felizes e que farão as outras também felizes. O mundo está cheio de energia quântica, que é aquela que não vemos, não tocamos. E essa energia existe de duas formas: negativa e positiva. Se somos negativos/as o mundo nos verá assim e nós só vamos contribuir para aumentar sua negatividade; se positivos contribuímos para que o mundo inteiro também o seja.
Enfim estouremos, sem fogo mesmo, desfaçamo-nos dessa casca dura que nos envolve e sejamos a macia pipoca que fará o bem às outras pessoas e, conseqüentemente, a nós mesmos e assim...


SEJAMOS FELIZES!

VIVER É MELHOR QUE SONHAR?

       Enquanto corrigia umas redações que haviam sido feitas baseadas na temática do viver e do sonhar, uma aluna se aproximou, pediu desculpas por interromper e disse:
     ─ Professor, durante o debate o senhor deixou transparecer que viver é melhor que sonhar. Faça também um texto, argumentando sobre essa sua visão do tema e nos apresente na próxima aula.
Eu não tinha escolha a não ser justificar o ponto de vista denotado. Ficou mais ou menos assim:
http://www.poeticamentefalando.com.br/wp-content/uploads/2010/05/viver.jpg

     Viver é provar, é tocar, é sentir, é utilizar-se dos sentidos. É vivenciar os acontecimentos sob suas duas faces: o bem e o mal. Viver é, portanto, aprender a se dar bem e a se dar mal. É aprender a ganhar, a jogar e a perder. Porque a derrota também é um aprendizado.
     Sonhar é imaginar, é achar que se está vivendo. É como se trancar no quarto e ficar assistindo ao mundo através da janela. Ver o calor do sol e não senti-lo; ver o brilho do orvalho e não se umedecer nele; ouvir a melodia da natureza e não dançar essa música da vida.
      Entretanto o sonho é o alimento, é o combustível das ações. Sonhar com algo hoje e empreender sua realização amanhã é o que impele o vencedor e a vencedora à vida, é o que os torna diferentes dos demais. O sonhar deve ser o recheio das frestas da existência, é com que devemos preencher os momentos vãos que se intercalam às sólidas ações.
    Na edição de novembro de 2006 da Superinteressante, há uma matéria intitulada “E se... não sonhássemos”. Vejamos o primeiro parágrafo dessa matéria:

    "Caso o homem não tivesse a capacidade de sonhar, você não estaria lendo esta revista, pois provavelmente ainda estaríamos na pré-história – na melhor das hipóteses. O sonho, que surgiu há mais ou menos 140 milhões de anos, quando os mamíferos se desenvolveram a partir dos répteis, é importantíssimo no processo de aprendizado."
(Superinteressante, novembro de 2006, pág. 64)

     Nessa interessante matéria, os cientistas discorrem a respeito do sonho definido como fenômeno que ocorre enquanto dormimos, não o sonho de que estamos aqui tratando. Entretanto é fácil perceber a relação entre esses dois sonhares. Para os cientistas o fenômeno, que ocorre na fase REM do sono, foi crucial para o desenvolvimento intelectual da humanidade. Segundos esses estudiosos, sem a capacidade de sonhar, os homens primitivos, por exemplo, não teriam aprendido a enfrentar seus inimigos, como os tigres-dente-de-sabre entre outros.
     Assim também ocorre com a nossa necessidade de sonhar com o sentido de querer, almejar, planejar nossas ações. Entretanto é preciso agir para que nos sintamos realizados. O mundo está cheio de pessoas-quase, que são aquelas que vão dizer para os seus netos: “eu quase isso... eu quase aquilo...” Tudo porque passaram a vida sonhando e, de tanto sonhar, esqueceram-se de realizar, de viver.
    Assim é preferível viver a sonhar. Viver é a própria realização da existência; sonhar, o plano, a pedra que se lança, os marcos de cada ação.

Sonhe, VIVA e...

SEJA FELIZ!

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...