terça-feira, 17 de junho de 2008

VIVER É MELHOR QUE SONHAR?

       Enquanto corrigia umas redações que haviam sido feitas baseadas na temática do viver e do sonhar, uma aluna se aproximou, pediu desculpas por interromper e disse:
     ─ Professor, durante o debate o senhor deixou transparecer que viver é melhor que sonhar. Faça também um texto, argumentando sobre essa sua visão do tema e nos apresente na próxima aula.
Eu não tinha escolha a não ser justificar o ponto de vista denotado. Ficou mais ou menos assim:
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     Viver é provar, é tocar, é sentir, é utilizar-se dos sentidos. É vivenciar os acontecimentos sob suas duas faces: o bem e o mal. Viver é, portanto, aprender a se dar bem e a se dar mal. É aprender a ganhar, a jogar e a perder. Porque a derrota também é um aprendizado.
     Sonhar é imaginar, é achar que se está vivendo. É como se trancar no quarto e ficar assistindo ao mundo através da janela. Ver o calor do sol e não senti-lo; ver o brilho do orvalho e não se umedecer nele; ouvir a melodia da natureza e não dançar essa música da vida.
      Entretanto o sonho é o alimento, é o combustível das ações. Sonhar com algo hoje e empreender sua realização amanhã é o que impele o vencedor e a vencedora à vida, é o que os torna diferentes dos demais. O sonhar deve ser o recheio das frestas da existência, é com que devemos preencher os momentos vãos que se intercalam às sólidas ações.
    Na edição de novembro de 2006 da Superinteressante, há uma matéria intitulada “E se... não sonhássemos”. Vejamos o primeiro parágrafo dessa matéria:

    "Caso o homem não tivesse a capacidade de sonhar, você não estaria lendo esta revista, pois provavelmente ainda estaríamos na pré-história – na melhor das hipóteses. O sonho, que surgiu há mais ou menos 140 milhões de anos, quando os mamíferos se desenvolveram a partir dos répteis, é importantíssimo no processo de aprendizado."
(Superinteressante, novembro de 2006, pág. 64)

     Nessa interessante matéria, os cientistas discorrem a respeito do sonho definido como fenômeno que ocorre enquanto dormimos, não o sonho de que estamos aqui tratando. Entretanto é fácil perceber a relação entre esses dois sonhares. Para os cientistas o fenômeno, que ocorre na fase REM do sono, foi crucial para o desenvolvimento intelectual da humanidade. Segundos esses estudiosos, sem a capacidade de sonhar, os homens primitivos, por exemplo, não teriam aprendido a enfrentar seus inimigos, como os tigres-dente-de-sabre entre outros.
     Assim também ocorre com a nossa necessidade de sonhar com o sentido de querer, almejar, planejar nossas ações. Entretanto é preciso agir para que nos sintamos realizados. O mundo está cheio de pessoas-quase, que são aquelas que vão dizer para os seus netos: “eu quase isso... eu quase aquilo...” Tudo porque passaram a vida sonhando e, de tanto sonhar, esqueceram-se de realizar, de viver.
    Assim é preferível viver a sonhar. Viver é a própria realização da existência; sonhar, o plano, a pedra que se lança, os marcos de cada ação.

Sonhe, VIVA e...

SEJA FELIZ!

ONDE É O SEU LUGAR

ONDE É O SEU LUGAR

UM JOVEM, NEM TÃO JOVEM, SE APROXIMOU DO PROFESSOR E LHE DISSE, COM AR CANSADO E ENTRISTECIDO:
─ MEU AMIGO, EU ESTOU PENSANDO EM IR PARA SÃO PAULO. AQUI EM FORTALEZA A VIDA NÃO TÁ LEGAL. NÃO TENHO EMPREGO, NÃO TENHO NAMORADA, NÃO TENHO AMIGOS. NEM A MINHA FAMÍLIA GOSTA DE MIM. SERÁ QUE LÁ EM SÃO PAULO EU VOU ME DAR BEM?
O MESTRE OLHOU, ATIROU UMA PEDRA, QUE FOI ESTACIONAR LENTAMENTE PRÓXIMO A UMA OUTRA, E LHE RESPONDEU:
─ APESAR DE TUDO DE QUE VOCÊ RECLAMA, MEU JOVEM, AQUI AINDA É O MELHOR LUGAR PARA VOCÊ ESTAR. SÃO PAULO É UMA CIDADE MUITO GRANDE, LÁ VOCÊ SE PERDERÁ NO TURBILHÃO DE PESSOAS E PRÉDIOS, AS DIFICULDADES SE REDOBRARÃO E VOCÊ SERÁ MUITO MAIS INFELIZ. SENTE-SE AÍ E REFLITA.
O RAPAZ SENTOU-SE, POIS A MÃO NO QUEIXO E FICOU REFLETINDO SOBRE O QUE O MESTRE HAVIA FALADO. NESSE MOMENTO CHEGOU UM OUTRO HOMEM, COM AR EXALTADO E UM SEMBLANTE, DIGAMOS, BRILANTE DE SATISFAÇÃO. SENTOU-SE E FOI LOGO DIZENDO:
─ MESTRE, MESTRE, EU ESTOU PENSANDO EM IR PARA SÃO PAULO. AQUI EU TENHO TUDO, TRABALHO, NAMORADA, AMIGOS. MAS EU QUERIA CONHECER OUTRA CIDADE, MAIOR, BUSCAR OUTRA POSSIBILIDADE DE SUCESSO. O QUR O VOCÊ ACHA?
O PROFESSOR, SEM DESVIAR OS OLHOS DO LIVRO QUE LIA, RESPONDEU:
─ VÁ. SÃO PAULO É A CIDADE DAS OPORTUNIDADES. LÁ SUAS CHANCES DE SER FELIZ SERÃO MUITO MAIORES. COMO DIRIA CAETANO: SÃO PAULO É O MUNDO TODO. NÃO ESQUECENDO OS QUE ESTÃO AQUI TORCENDO POR VOCÊ, VÁ E SEJA FELIZ.
ENQUANTO O MESTRE ENCERRAVA SEU DISCURSO, O OUTRO JOVEM O OLHAVA ATURDIDO, COMO A SE PERGUNTAR “E POR QUE EU NÃO SERIA FELIZ EM SÃO PAULO?”

O problema não está no lugar em que estamos, mas nas nossas atitudes com que conduzimos nossa vida. Conheci muitos alunos que mudaram de escola na tentativa de formar grupos de amizade, ou até melhorar as notas. Entretanto depois de algum tempo retornaram às suas escolas de origem, pois perceberam que não era a mudança de escola que iria mudar sua condição. E poucos são os que têm essa humildade de reconhecer onde está o verdadeiro erro: em si. Outros viram as costas para si mesmo e vão levando a vida aos tombos, sem olhar paras trás nem de lado. Esses são os piores que há, não reconhecem as próprias dificuldades e se as reconhecem se fazem de durões. Pra quê? Para não dar o braço a torcer.
Muitas gentes outras conheci que utilizam a mudança dos dígitos anuais como tábua de salvação. Pensam: “Ano que vem vai ser diferente, vou concluir meus estudos, vou parar de fumar, vou deixar de maltratar minha/meu namorada/o. Vou enfim ser feliz.”
Em ambos os casos, na se dão conta de que a mudança está dentro de cada um. É preciso reflexão. Por que a mudança estaria no lugar ou no dígito? Estamos nos aproximando de mais um final de ano e já tem um monte de gente planejando mudanças mágicas para as suas vidas. Mas poucos, muito poucos estão buscando o seu íntimo para saber o que lhes está dando errado. Poucos estão se perguntando “como eu estou na escola, por que eu não tenho minha “tribo”, por que fulano é feliz e eu não, ONDE EU ESTOU FALHANDO? No meu trabalho, como estou realizando minhas atividades, como trato os meus colegas, como gasto o meu dinheiro?...”
É preciso que mantenhamos um diálogo amiúde com nós mesmos. É preciso que tenhamos humildade para descermos até o nosso infinito e de lá tirarmos as verdadeiras respostas para a nossa busca da felicidade. Reflitamos, façamos uma viagem interior, sejamos os desbravadores de nosso próprio sertão, como diria Guimarães Rosa, e...




...SEJAMOS FELIZES!

TEMPO DE AMAR

TEMPO DE MARTEMPO DE AMAR

“Se a natureza me oferecesse duas coisas e dissesse:
Que era para eu escolher
Eu não me importaria com a segunda se a primeira fosse você”

“Se você me vir calada
Não me pergunte o porquê
Não penso em nada na vida
A não ser em você.”
(frases escritas pelas alunas do 1° ano da EEFM Gonzaga Mota, em Fortaleza)

O homem e a mulher necessariamente nascem do amor e vivem para ele. O jovem e a jovem, como estão se preparando para a procriação, para a reprodução, para o casamento, convergem para esse sentimento universal toda sua expectativa de vida. É nele que residem as esperanças, é por ele que o menino e a menina vão ao colégio, à praia ao shopping, à igreja. Eles e elas estão sempre à procura de sua cara metade, de sua alma gêmea. Em seus semblantes transborda a necessidade da felicidade a dois.


Entretanto há um perigo!!!

Por que será que há tanto adulto infeliz com seus companheiros e companheiras?
Por que também há tantos jovens casados e casadas precocemente e que muitas vezes acham que suas vidas acabaram ali?
A resposta é bem simples. A ansiedade. Cuidado com a ansiedade. Na ânsia de se resolverem afetivamente buscam pares quaisquer. Para mostrar aos colegas: “vejam, eu tenho um namorado/uma namorada”.
Todos nós nascemos para o amor e, como alguém me disse há muito tempo: “existe sempre alguém para alguém”. Mas esse alguém precisa acontecer, precisa ser-nos apresentado. Mas por quem? Pelo tempo, pelo momento. Vejamos o texto abaixo de um autor desconhecido, pelo menos para mim, e reflitamos acerca desse grande mestre, que é o tempo:

O TEMPO CERTO

De uma coisa podemos ter certeza: de nada adianta querer apressar as coisas.
Tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto. Mas a natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo! Aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca, por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo.
Mas alguém pode perguntar:
─ Mas qual é esse tempo certo?
Bom basta observar os sinais. Geralmente quando alguma coisa está para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo, um texto lido, uma observação qualquer.
Mas com certeza o sincronismo se encarregará de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação e da pessoa certa!
Basta você acreditar que nada acontece por acaso!
E talvez seja por isso que você esteja agora lendo essas linhas.
Tente observar melhor o que está à sua volta. Com certeza alguns desses sinais já estão por perto, e você nem os notou ainda.
Lembre-se de que o universo sempre conspira a seu favor, quando você possui um objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.
Caetano Veloso diz em uma de suas composições:
“É INCRÍVEL A FORÇA QUE AS COISAS PARECEM TER QUANDO PRECISAM ACONTECER!”
Pronto eis a resposta pela qual você esperava. Quando as coisas vão acontecer ela nos enviam sinais. No amor também é assim. Devemos, portanto esperar que as pessoas nos sejam apresentadas pelo momento. Os jovens e as jovens, como são mais impacientes que o restante da humanidade, precisam refletir mais que o restante da humanidade. Precisam se divertir, sem essa ansiedade de encontrar alguém, precisam, principalmente, se permitirem conhecer pessoas de diversos matizes e esperar o sinal. Quando isso acontecer, jovens,

SEJAM FELIZES!

VIVER PARA SER FELIZ

UMA ALUNA ME PERGUNTOU:

─ Professor, o que uma pessoa faz quando não quer mais viver?
Fitei-a. O semblante meio crispado e os lábios levissimamente trementes me davam à medida da resposta que ela não queria ouvir. Falei-lhe então:
─ Próximo daqui há uma mercearia que vende cordas. Dois metros talvez sejam suficientes para você armar um laço e colocar o pescoço...
A garota, corroborando com a minha expectativa, sussurrou para a colega ao lado:
─ Olha o que ele diz...
Continuei, fingindo não ouvir o comentário:
─ Caso você queira uma outra alternativa, o famoso raticida conhecido como chumbinho também é uma boa saída...
Enquanto falava, observava o rosto da menina e seu olhar de espanto. Continuei impassível , como se realmente estivesse falando de coração. Queria causar impacto, mobilizar sua alma para as palavras que diria em seguida, queria criar certo pavor daquelas idéias terríveis que a atormentavam, para reforçar nela o gosto pela vida, o amor à sua juventude...
─ Tudo nessa vida é uma questão de escolha. Viver é uma escolha, ser feliz também é outra escolha. Fernando Pessoa nos indaga:

“Se queres te matar, por que não queres te matar?”

O direito à vida assim como direito à morte deve ser uma questão de escolha. Olhe para você, veja sua tez, seus olhos lindos e pergunte a si se vale a pena calá-los pra sempre. Não existe motivo algum no mundo que justifique um jovem, uma jovem, um homem ou uma mulher colocar fim à sua trajetória sobre a terra. Mesmo que uma pessoa saiba que está no fim da existência, com uma doença incurável, com alguns dias de vida, mesmo assim ele deverá respirar com alegria até os últimos segundos que lhe restam. Porque nascer já é a mais gratificante vitória que uma pessoa já alcançou.
Não faz muito tempo eu conheci um rapaz que tinha AIDS. Chamava-se Wellington e era hemofílico. Uma semana antes de seu passamento eu o ouvi cantar a música de Gonzaguinha que é uma apologia à vida:

“Viver, e não ter a vergonha de ser feliz Cantar (e cantar e cantar) a beleza de ser um eterno aprendizeu sei que a vida devia ser bem melhor e serámas isso não impede que eu repitaé bonita, é bonita e é bonita.”

Na semana em que se hospitalizou, soube que sua grande preocupação foi cuidar daqueles que se encontravam no mesmo estado que o seu. Fiquei sabendo também que ele expirou lúcido, sorrindo, que de seus olhos não caíram uma única lágrima, que estava feliz, não por morrer, mas por ter vivido. Eu passei, a partir desse acontecimento, a encarar de forma mais positiva a existência, por isso passei a aproveitar melhor cada minuto de minha vida.
Lembrei para a jovem uns versos de Gregório de Matos, os quais haviam sido motivos de umas aulas anteriores:

“Goza, goza da flor da mocidade
Que o tempo troca a toda ligeireza
E imprime a toda flor sua pisada!

Ó, não aguardes que a madura idade
Te converta essa flor, essa beleza
Em terra, em pó, em cinza, em sombra, em nada!”

─ Portanto – disse-lhe – esqueça essa história de morrer. Por pior que seja o que lhe está acontecendo, e não interessa a mim sabê-lo, em breve será motivo de riso, pois o tempo tudo cura, tudo digere.




VÁ E SEJA FELIZ!

OS CINCO MANDAMENTOS

“SE FICARMOS OLHANDO PARA O QUE AS OUTRAS PESSOAS PENSAM OU DIZEM, JAMAIS FAREMOS ALGO QUE SATISFAÇA O NOSSO CORAÇÃO.”

Na verdade, não há nada que façamos ou que digamos que satisfaça a todos. É necessário, urge que aprendamos a viver de acordo com algumas leis:

1ª Somos o que somos, e se o que somos não atrapalhar a vida dos outros, não prejudica ninguém, então estamos certos como somos. Porque nossa identidade, assim como a nossa liberdade, termina onde começa a identidade e a liberdade do outro.

2ª Devemos aprender a SER, para termos consciência de que aquilo que fazemos ou dizemos é bom para nós e para o meio no qual estamos inseridos. É impossível, portanto, sermos felizes isoladamente. Queiramos ou não nós precisamos do outro para nos sentirmos inteiros. Caso contrário seremos apenas um lado de uma moeda.

3ª As pessoas não nos aceitam como somos apenas porque somos, ou porque queremos, mas porque convencemos a elas de que o que somos é bom tanto para nós como para elas, para o coletivo. A aceitação de poucos requer a aquiescência de muitos.

4ª Não há nada mais cruel e desumano do que você se impor a alguém pela força, na marra. É preciso que nos imponhamos pela gentileza dos nossos atos e das nossas palavras, que necessariamente devem ser úteis, pois atos e palavras vãs vão-se com o primeiro vento.

5ª Aceitar as pessoas como elas são é um bom caminho para a nossa própria aceitação. Admirá-las e mesmo tolerá-las representa para o mundo o que somos, como vivemos e indica a procedência de nossas idéias e atitudes.

Portanto, para sermos felizes, é necessário que sejamos nós mesmos, para que as pessoas nos respeitem e nos admirem e, principalmente, aprendam conosco, porque não há realização maior do que o ato de ensinar. Cristo morreu por toda a humanidade, mas os seus ensinamentos jamais morrerão, Por isso sua obra maior foram os ensinamentos, por isso ele se imortalizou. Sejamos o que somos, acreditemos em nossas próprias opiniões, em nossas potencialidades em nossos sonhos. Lembremos as palavras de Renato Russo: “Se queres alguém em quem confiar, confia em ti mesmo”.



SEJAMOS FELIZES

Por Professor Alves

NA ESCURIDÃO MISERÁVEL

FERNANDO SABINO  “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o m...